Zonas Azuis e Vida longa
- junho 6, 2024
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Em comum, as zonas azuis estão localizadas no litoral de diversos países. Mas, no Brasil não. Por que será?
Em comum, as zonas azuis estão localizadas no litoral de diversos países. Mas, no Brasil não. Por que será?
PATROCINÁVEL
Redação
São Paulo, 06/06/2024
2.6 Minutos.
Blue Zones, ou zonas azuis, é o nome pelo qual algumas regiões do mundo ficaram conhecidas por possuir habitantes que vivem mais do que em qualquer outro lugar do planeta. São cinco localidades onde o tempo de vida médio gira em torno de 90 anos, com populações que apresentam baixos índices de doenças e de outras condições de saúde típicas da terceira idade.
Identificadas quase que acidentalmente, em 2003, durante uma reportagem para a revista National Geographic. Na ocasião, o explorador norte-americano Dan Buettner se surpreendeu com a longevidade das pessoas que viviam em cinco áreas espalhadas pelo mundo e resolveu estudá-las a fundo. São elas: Okinawa (Japão), Nuoro – Sardenha (Itália), Nicoya (Costa Rica), Ikaria (Grécia) e Loma Linda (EUA).
O estilo de vida nessas comunidades é baseado em bons hábitos cultivados ao longo dos anos e que envolvem a alimentação saudável, o convívio social e familiar, a espiritualidade e a prática constante de atividades físicas. Buettner descobriu e registrou posteriormente esses hábitos em um livro, que virou um dos best-sellers do New York Times, e em uma série documental. Esse estudo, resumidamente, verificou como pontos principais:
Mover-se naturalmente: realizar atividades que favorecem a mobilidade natural do corpo, evitando o uso do carro ou de outros meios de transporte. Priorizar, sempre que possível, a locomoção a pé;
Conhecer o seu propósito pessoal: ter um propósito pessoal traz mais sentido à vida e favorece a motivação diária para enfrentar a rotina;
Desacelerar: a redução do estresse favorece – e muito – a saúde e o bem-estar pessoal, além de ajudar a diminuir os riscos de desenvolver doenças;
Praticar a regra dos 80%: essa regra diz respeito ao controle da quantidade de alimentos que é ingerida durante as refeições. No caso, o indicado é estar saciado quando o estômago estiver 80% cheio;
Priorizar a ingestão de vegetais: até 90% dos itens do cardápio das populações das blue zones são frutas, vegetais e outros alimentos naturais e saudáveis. Carnes vermelhas são consumidas quatro ou cinco vezes ao mês;
Moderar o consumo de álcool: durante o estudo, percebeu-se que esses grupos longevos consumiam bebidas alcoólicas, mas com moderação. Em média, esses cidadãos das zonas azuis tomam de uma a duas taças por dia, normalmente de vinho;
Priorizar a família: uma das tradições dos moradores dessas regiões consiste em priorizar os familiares e valorizar os amigos, reforçando o compromisso social e os laços afetivos;
Valorizar as boas companhias: habitantes das blue zones acreditam que estar ao lado de pessoas que, como eles, cultivam hábitos saudáveis e com as quais tenham afinidade aumenta as chances de eles terem uma vida melhor.
Bela Vista Cultural, editora e produtora paulistana voltada à realização de ações de impacto social, elaborou o livro “Saúde, Alimento & Cultura” (2024), Inspirada nesta e em uma série de discussões em torno desse assunto. Ele aborda os aspectos práticos e teóricos de uma alimentação saudável e balanceada, demonstrando como esta atitude impacta o bem-estar e a qualidade de vida.
Este projeto também buscou inspiração em diferentes fontes locais, como o Guia alimentar para a população brasileira, publicado pelo Ministério da Saúde, para contextualizar nacionalmente as dicas que orbitam, principalmente, a relação entre saúde, alimentação e longevidade.
Destaque-se o fato de que o Brasil também possui zonas azuis nas quais a longevidade e a saúde das pessoas estão acima da média.
Enquanto as cidades catarinenses Brusque e Blumenau seguem empatadas em segundo lugar, cabe à Veranópolis (RS) . Lá esta o principal exemplo de população com envelhecimento saudável em nosso país. A expectativa média das pessoas da cidade é de aproximadamente 77 anos, superior à média nacional.
“Hábitos alimentares saudáveis significam a ingestão de nutrientes balanceados, como vitaminas, minerais, proteínas, carboidratos e gorduras saudáveis. Portanto, em conjunto, eles ajudam a prevenir doenças crônicas, como diabetes, hipertensão, problemas cardíacos e certos tipos de câncer. Em resumo, ter uma alimentação saudável é uma parte essencial de um estilo de vida que promova saúde, qualidade de vida e longevidade”, explica Giselle Duarte (@maternutri), que assina o prefácio do livro da Bela Vista Cultural.
Apoio – Nutricionista Julia Labritz