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A Volta do Fujão

Depois de meses longe do Brasil, o ex-presidente retorna, mas uma sombra enorme paira sobre si.

Ricardo Guedes

Belo Horizonte – MG – 01/04/2023

2 Minutos.

O retorno de Jair Bolsonaro ao Brasil foi um mico. Um mico político. Bolsonaro não tem sustância para manter um debate político. Fora rápidos jargões estereotipados para a comunicação imediata, não existe solidez no ex-Capitão para o debate de ideias. Sua liderança baseava-se na incisão pontual da violência com o apoio institucional e financeiro do Palácio do Planalto no subsídio de recursos públicos, hoje inexistentes.

No aeroporto de Brasília em sua chegada, poucos seguidores, diminuto número muito aquém do esperado. À porta do PL, talvez 100 seguidores? A verdade é que seu eleitor, o que acampou à frente dos quarteis, o que acreditou no 8 de janeiro depredando a Praça dos Três Poderes, hoje, em boa parte, ainda presos, se sentiram traídos pela ausência de Bolsonaro, e sem o endosso público do líder a seus atos e condições.

Na garagem do prédio da sede do PL, abraços trocados pouco enfáticos. Na sede do PL, número menor de políticos do que se poderia esperar. Na mídia, baixo recall.

Baixa adesão e declínio acelerado

Fora o folclore, os Partidos Políticos no Brasil, salvo exceções, são pragmáticos e não programáticos, já que no país, como expresso por Max Weber em A Política como Vocação, mais se apresenta o político que vive da política do que o político da representação. A solidariedade se esvai diante da falta imediata do poder.

Bolsonaro foi eleito por 39% do eleitorado em 2018, perdendo as eleições em 2022 com 37% do eleitorado, em tendência declinante. O conservadorismo está hoje presente na sociedade brasileira, mas o radicalismo em torno de Bolsonaro se situa em somente 2% do eleitorado de acordo com as Pesquisas Sensus.

Simmel em The Philosophy of Money diz que, nas relações de poder, a todo processo de subordinação corresponde um processo recíproco de superordenação, que o liderado quer o líder para que possa se eximir da responsabilidade da ação social, A falha do líder a seus liderados é sempre correspondida pela ausência dos liderados a seu antigo líder. E assim foi.

Ricardo Guedes – Ph.D. pela Universidade de Chicago  – CEO da Sensus

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Redação

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2 thoughts on “A Volta do Fujão

  • Ahmad Ibn Sanz

    É. Mas ainda tem apoio de PL no RJ e entre pastores e milicianos…a famiglia, nos moldes camorra, ainda tem veneno nas garras…

Fechado para comentários.