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Autofagia da Filosofia Básica – Eu

Grandes pensadores do passado já tinham se debruçado sobe as mais diversas questões humanas, sociais, politicas, econômicas, enfim, tudo o que hoje  deriva para as abordagens psicossociais, como resultado das inflexões e injunções do contexto na mente humana – o ser humano associado ao meio, ou como resultado do que ele experiencia neste habitat, mais a carga genética que carrega em si. Desta composição surge o ser, o vir a ser, a construção…

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São Paulo, 01/11 de 2021.

O tempo que quiser

Talvez seja melhor, e até mesmo um dever, para salvar a verdade, sacrificar os nossos assuntos pessoais, principalmente quando se é filósofo: a amizade e a verdade são ambas estimáveis, mas é coisa santa amar mais a verdade. (Aristóteles – in Ética à Nicômaco)”.

Autofagia da Filosofia Básica - Eu
Aristótelesoráculo da filosofia ocidental

Para você pensar … O que você busca? O que é a Verdade? Como se chega nela? A sua verdade é o fruto de seu conhecimento. Você é o resultado do meio em que vive associado à sua capacidade, o nível alcançado de conhecimento inerente. Numa analogia simples: todos, individualmente, têm uma energia psíquica, ligada a sua energia física acumulada geneticamente (pergunte-se: quanto milhões de avós você tem?)

A evolução deles trouxeram, pelo caminho da vida e através de sua mãe, com o produto genético do seu pai, este ‘mix’ de informações que chegam até você. As tuas escolhas daqui pra frente determinam o teu caminho. É o que ainda não está traçado, mas meio mapa já tens. Informação e formação.

A tecnologia dos computadores imita a natureza humana, ou a complexidade de todos o seres vivos: bios, hardware, software – e as fontes de energia necessárias para sustentar a vida. Para viver melhor escolha as ferramentas certas, diriam os marqueteiros da psicologia. 

Existe método para a Verdade científica – a pesquisa, a razão, as análises: lógica, síntese, objeto de estudo, campo, hipótese, tese e teoria – estrutura do pensamento, epistemologia – objetivo (chegar à Verdade) – as referências e as fontes (primárias, secundárias, terciárias) utilizadas para confirmar os métodos: dedutivo – indutivo etc… E para a verdade pessoal – tudo isso mais o sentir, o desconforto de usar seus conhecimentos na busca interior. Quem sou Eu, por que Eu, comigo e com os outros. Pressões, impressões, expressões.

O que é pesquisa?

(…) “procedimento racional e sistemático que tem como objetivo proporcionar respostas aos problemas que são propostos. A pesquisa desenvolve-se por um processo constituído de várias fases, desde a formulação do problema até a apresentação e discussão dos resultados…”

E metodologia: metodologia de forma abrangente e concomitante
a) como a discussão epistemológica sobre o “caminho do pensamento” que o tema ou o objeto de investigação requer;

b) como a apresentação adequada e justificada dos métodos, técnicas e dos instrumentos operativos que devem ser utilizados para as buscas relativas às indagações da investigação;

c) e como a “criatividade do pesquisador”, ou seja, a sua marca pessoal e específica na forma de articular teoria, métodos, achados experimentais, observacionais ou de qualquer outro tipo específico de resposta às indagações específicas.

O que é conhecimento? Psicologia é Filosofia formal.

(…) o homem é, por natureza, um animal curioso. Desde que nasce interage com a natureza e os objetos à sua volta, interpretando o universo a partir das referências sociais e culturais do meio em que vive. Apropria-se do conhecimento através das sensações, que os seres e os fenômenos lhe transmitem. A partir dessas sensações elabora representações. Contudo essas representações, não constituem o objeto real. O objeto real existe independentemente de o homem o conhecer ou não.

[N.E.: Platão: “nada me chega à razão sem passar antes pelos sentidos!” – Sentimentos não são emoções, embora não prescindam destas. As relações entre sentidos e emoções geram sentimentos – É preciso lançar luzes sobre estes cantos escuros do inconsciente.]

O conhecimento humano é na sua essência um esforço para resolver contradições, entre as representações do objeto e a realidade do mesmo. Assim, o conhecimento, dependendo da forma pela qual se chega a essa representação, pode ser classificado como popular (senso comum), teológico, mítico, filosófico e científico.

O que é senso comum?

O senso comum, segundo Fonseca (2002, p. 10), surge da necessidade de resolver problemas imediatos.
A nossa vida desenvolve-se em torno do senso comum. Adquirido através de ações não planejadas, ele surge instintivo, espontâneo, subjetivo, acrítico, permeado pelas opiniões, emoções e valores de quem o produz. Assim,
o senso comum varia de acordo com o conhecimento relativo da maioria dos sujeitos num determinado momento histórico.

Um dos exemplos de senso comum mais conhecido foi o de considerar que a Terra era o centro do Universo e que o Sol girava em torno dela. Galileu ao afirmar que era a Terra que girava em volta do Sol quase foi queimado pela Inquisição. Portanto, o senso comum é uma forma específica de conhecimento. A cultura popular é baseada no senso comum. Apesar de não ser sofisticada, não é menos importante sendo crescentemente reconhecida.

O que é conhecimento científico?

Diante das inúmeras formas de conhecimento, o que é afinal conhecimento científico? Explicita ainda Fonseca (2002, p. 11): O conhecimento científico é produzido pela investigação científica, através de seus métodos. Resultante do aprimoramento do senso comum, o conhecimento científico tem sua origem nos seus procedimentos de verificação baseados na metodologia científica. É um conhecimento objetivo, metódico, passível de demonstração e comprovação.

O método científico permite a elaboração conceitual da realidade que se deseja verdadeira e impessoal, passível de ser submetida a testes de falseabilidade. Contudo, o conhecimento científico apresenta um caráter provisório, uma vez que pode ser continuamente testado, enriquecido e reformulado. Para que tal possa acontecer, deve ser de domínio público.

O que é ciência?

A publicação de Fonseca (2002, p. 11-2) nos diz que a ciência é uma forma particular de conhecer o mundo.
É o saber produzido através do raciocínio lógico associado à experimentação prática. Caracteriza-se por um conjunto de modelos de observação, identificação, descrição, investigação experimental e explanação teórica de fenômenos. O método científico envolve técnicas exatas, objetivas e sistemáticas. Regras fixas para a formação de conceitos, para a condução de observações, para a realização de experimentos e para a validação de hipóteses explicativas.

O objetivo básico da ciência não é o de descobrir verdades ou de se constituir como uma compreensão plena da realidade. Deseja fornecer um conhecimento provisório, que facilite a interação com o mundo, possibilitando previsões confiáveis sobre acontecimentos futuros e indicar mecanismos de controle que possibilitem uma intervenção sobre eles.

Conhecimento empírico

É o conhecimento que adquirimos no cotidiano, por meio de nossas experiências. É construído por meio de tentativas e erros num agrupamento de ideias. É caracterizado pelo senso comum, pela forma espontânea e direta de entendermos. Tartuce (2006, p. 6) traz alguns elementos relacionados a esse tipo de conhecimento:

É o conhecimento obtido ao acaso, após inúmeras tentativas, ou seja, o conhecimento adquirido através de ações não planejadas. É o conhecimento do dia a dia, que se obtém pela experiência cotidiana. É espontâneo, focalista, sendo por isso considerado incompleto, carente de objetividade. Ocorre por meio do relacionamento diário do homem com as coisas. Não há a intenção e a preocupação de atingir o que o objeto contém além das aparências.

Fundamentado apenas na experiência, doutrina ou atitude, que admite quanto à origem do conhecimento de que este provenha apenas da experiência. Dentre suas características destacamos: o conjunto de opiniões geralmente aceitas em épocas determinadas, e que as opiniões contrárias aparecem como aberrações individuais. É valorativo por excelência, pois se fundamenta numa operação…

Conhecimento filosófico

Com seu capital intelectual é possível construir uma coluna de saberes (Conhecimento + Sabedoria: tijolo e argamassa – mas, qual é o projeto? Objeto – objetivo)…

A palavra filosofia foi introduzida por Pitágoras, e é composta, em grego, de philos, “amigo”, e sophia, “sabedoria”. Quanto à conceituação de Filosofia, veja estes dados apresentados por Tartuce (2006, p. 6): A Filosofia é a fonte de todas as áreas do conhecimento humano, e todas as ciências não só dependem dela, como nela se incluem. É a
ciência das primeiras causas e princípios. A Filosofia é destituída de objeto particular, mas assume o papel orientador de cada ciência na solução de problemas universais.

Progressivamente, constata-se que cada área do conhecimento desvincula-se da Filosofia em função da forma como trata o objeto, que é para a mesma, a matéria. Em toda trajetória filosófica, surgiram ideias e teorias de grandes filósofos, convergentes e divergentes. Portanto, se há generalidades, não há consenso.

Isto pode ser exemplificado por expoentes como os pensadores que seguem:

*Pitágoras – a alma governa o mundo. As partes do universo unidas entre si refletem a harmonia, expressas pelos números (quantidades).

 Pitágoras – Ser do Oriente

*Sócrates – o conhecimento é o guia da virtude. “Conhece-te a ti mesmo e conhece a verdade que o outro encerra.” 

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Sócrates – Técnica Maiêutica: conhece-te

*Platão – as ideias não são representações das coisas, mas é a verdade das coisas.

Platão, o Demiurgo – ideias governam

*Santo Agostinho – preconiza que a razão é a dimensão espiritual.

AgostinhoReflexões mundanas cristãs

*São Tomás de Aquino – considera o homem como indivíduo, estudando-o na prospecção de matéria e forma, admitindo que o universo seja dirigido pelo princípio da perfeição.

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Tomás de AquinoSumma Teológica – Razão e Deus

*Francis Bacon – no Renascimento, defende a Filosofia por meio de concepções ligadas a pesquisas e experimentações.

Francis Bacon – Racionalismo pré-descartiano inglês.

* Rousseau – no século XVIII, dá prioridade à sensibilidade em detrimento da razão. O homem é naturalmente bom, a sociedade o perverte. Trata-se de uma reflexão eminentemente moral, defendendo a democracia vivida na dimensão da liberdade e da igualdade.

J.J. RousseauA sociedade corrompe

*Locke – empirista inglês, defende a tese de que o homem ao nascer é uma tábua rasa sobre a qual a experiência é gravada. A gênese do conhecimento, que é a experiência, é a sensação e a reflexão, as quais geram ideias.

John LockeContratualismo inglês

*Kant – admite que, se o conhecimento se inicia com a experiência, este não resulta só da experiência.

E. Kant, a crítica da razão


*Hegel – desenvolve uma filosofia cujo ponto de partida são as ideias, inicialmente heterogêneas, e por isso confusas. Para torná-las claras, deve-se considerar o vir a ser; ou seja, o objeto feito. “Todo dado racional é real e todo dado real é racional.”

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HegelCuida antes do estômago, depois da razão.

*Marx – constrói o materialismo dialético e materialismo histórico, que defende a tese de que as contradições existem na Natureza. Portanto, dispõe-se a interpretar essas realidades que, se são contraditórias, são concretas. A sua metodologia considera os seguintes itens, próprios ao sistema: a matéria, o trabalho e a estrutura econômica.

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K. MarxClasses sociais lutam dialeticamente pelo poder.

 

 

 

 

 

Em breve uma sequência de pensadores que nos ajudam a entender o mundo em que vivemos, por mais que as modernas tecnologias (alteração dos modos de produção e ferramentas) de comunicação e interação gerem perplexidade e confusão. As ferramentas não devem se sobrepor aos seus engenheiros, devem servi-los. Mas, podem e são, infelizmente, utilizadas como formas de dominação: luta de classes… A História se repete como farsa.

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Redação

ÆscolaLegal é um esforço coletivo de profissionais interessados em resgatar princípios básicos da Educação e traduzir informações sobre o universo multi e transdisciplinar que a envolve, com foco crescente em Educação 4.0 e além, Tecnologia/Inovação, Sustentabilidade, Ciências e Cultura Sistêmica. Publisher: Volmer Silva do Rêgo - MTb16640-85 SP - ABI 2264/SP

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