Jovens e Educação PolíticaRecentesSociedadeTecnologia

Celular x Educação

Educomunicação: celular e educação. A sala de aula é espaço para a Criatividade e liberdade. Leia o ponto de vista do Educomunicador do programa Imprensa Jovem, implantado em mais de 300 escolas do município de São Paulo.

Carlos Lima

são Paulo, 03/02/2024.

1 ,5 Minutos.

Seria a Educação que deveria mudar ou as soluções criadas pela sociedade deveriam ser banidas? Não é de hoje que as tecnologias de comunicação têm enfrentado preconceitos na Educação. Presentes na sociedade, desempenham um papel crucial no desenvolvimento da sociedade.

A televisão, apesar de sua controvérsia como veículo que influencia as massas, integrou o país com conteúdos informativos e culturais. Trouxe a TV Educativa para apoiar com seus conteúdos a formação cidadã da sociedade brasileira de Norte a Sul. Ao longo dos anos até o advento da era Internet, surgiram preocupações/debates sobre o potencial da TV dominar o papel docente.

Esta desconfiança não empenhou a Educação para o uso ineficiente da TV na escola. De fato, resultou, muitas vezes, no uso ilustrativo de aulas ou, pior ainda, em algumas situações ocupar tempo de aula na ausência de professor, para entreter o estudante. Portanto, tal intervenção esteve e está totalmente desvinculada de um planejamento didático pedagógico.

Celular x Educação
Uso inteligente das ferramentas ajudam na aprendizagem (Img Web)
Não é tapa-buracos

A consciente integração curricular pode transformar a utilização de tecnologias, como a TV ou vídeo, em aulas envolventes. Seja para ilustrar ou discutir temas, como uma atividade no formato Cineclube feita para promover o debates produtivo entre os estudantes. Integrar o audiovisual para contextualizar a aula é criar gatilhos para aprendizagem.

Na Educomunicação, o uso crítico das tecnologias é fundamental. Mediar processos, apoiar as aprendizagens e promover o protagonismo dos estudantes na construção/apropriação de conhecimentos. Deste modo, privar o uso pedagógico de recursos tecnológicos, como dispositivos móveis, é privar a escola do diálogo com o mundo. Quanto maior a conexão da escola com seu público mais e melhor terá entendimento das demandas dos estudantes. A escola não deve ser uma ilha.

Uso inteligente das ferramentas

O celular, controverso na escola, se bem usado proporciona acesso a conteúdos globais. Entretanto, as redes sociais, embora vistas com cautela, não devem resultar em seu banimento, mas sim em uma abordagem mediada e profissional.

Consequentemente, rupturas bruscas, como leis que restringem o uso, não geram empatia entre os estudantes. Não seria uma saída o convívio mediado dos recursos do celular na prática pedagógica? Sim, desde que adequando-o aos processos de criação de conhecimentos.

Deste modo, a Educação de qualidade não se resume apenas em duas ou três áreas de conhecimentos, como preveem as provas oficiais, elas abrangem ampla diversidade de conhecimentos, inclusive aqueles trazidos pelos estudantes.

Portanto, acordos produtivos podem ser estabelecidos entre professores e alunos para usos pedagógicos, promovendo aulas mais participativa. Além disso, ao discutir temas como fake news e ciberbullying, por exemplo,  é essencial evitar medidas proibitivas que restrinjam elementos culturais.

A abordagem ideal é o uso razoável, não a proibição. A escola não é sobre proibir, mas sim sobre libertar.

Carlos Lima – Professor, Educomunicador. Criador do Programa Imprensa Jovem

Compartilhar

Redação

ÆscolaLegal é um esforço coletivo de profissionais interessados em resgatar princípios básicos da Educação e traduzir informações sobre o universo multi e transdisciplinar que a envolve, com foco crescente em Educação 4.0 e além, Tecnologia/Inovação, Sustentabilidade, Ciências e Cultura Sistêmica. Publisher: Volmer Silva do Rêgo - MTb16640-85 SP - ABI 2264/SP