Ensino

TENDÊNCIAS – Educação: o modelo francês a ser entendido

Um movimento secular da educação popular, a Liga da Educação oferece atividades educacionais, culturais, esportivas e de lazer.

Da Redação

3 Minutos

A Liga da Educação reúne, através de 103 federações departamentais, quase 30.000 associações locais presentes em 24.000 municípios e representando 1,6 milhão de membros.

O atual sistema educacional da França é bem mais antigo do que o brasileiro. Data de meados de 1800 e foi programado para ser popular e atender as necessidades da sociedade como um todo. Nasceu da constatação do movimento operário e anarquista de que Educação não poderia ser apenas para a elite burguesa e proprietária.

Lá também existem escolas públicas gratuitas e escolas particulares. Mas, apenas as escolas particulares oferecem diversificação quanto ao credo religioso. Há escolas católicas, muçulmanas, judaicas, protestantes, além das escolas internacionais.

Na educação infantil o termo usado é Escola que, na França, compreende o maternal (a partir de três anos) e primário (até 10/11 anos). Já o Colégio é usado para os quatro anos de educação fundamental (de 11/12 a 14/15 anos) aqui tidos como fund. I e fund. 2. Já a palavra Liceu corresponde ao ensino médio.

‘Dizer que seu filho de oito anos está no colégio soará muito estranho para um francês.’ Para se matricular os pais, que são multados quando seus filhos faltam injustificadamente às aulas, têm de se dirigir às prefeituras locais para as inscrições. De lá são enviados às escolas mais próximas de suas residências. É uma lei e funciona!

Um compromisso militante – Para os 500.000 voluntários e 18.000 voluntários no serviço cívico educacional, comprometer-se com a Liga significa:

– escolher um planeta habitável, sociedades abertas, generosas e responsáveis;

– aprender por e com os outros, reunir convívio e fraternidade;

-construir solidariedade e agir contra as desigualdades;

– tomar parte de uma democracia que envolva todos os seus cidadãos;

– criar um elo entre atos feitos sob medida para cada indivíduo e combates em escala humana.

A partir do Liceu ocorre o ingresso nas Universidades – As primeiras universidades francesas foram criadas na Idade Média, sendo que a data tradicional da criação da Universidade de Paris é 1200, seguida pela criação da Universidade de Toulouse em 1229.  Em 1789, a França possuía 22 universidades, mas em 2011, havia 80 universidades francesas.

São instituições públicas, administradas de forma democráticas, e beneficiando certa autonomia. Os ensinos são acessíveis a todas pessoas titulares do baccalauréat (no Canadá e na Bélgica, o termo baccalauréat é usado para bacharelato. Baccalauréat, conhecido na linguagem coloquial francesa como le bac (antigamente, le bachôt), é uma qualificação acadêmica que franceses e estudantes internacionais, ao final do liceu (ensino secundário), obtêm para ingressar à educação superior. Isto é, bacharel lá é quem conclui o ensino médio.

Os estudos universitários clássicos resultam na licence (graduados aqui no Brasil) após três anos de estudo, no master dois anos após a licence ou graduação (para nós) e no doutorado, três anos após o master. Assim, em 8 anos, se cumpridos regularmente o título de doutor é conferido ao estudante.

Outras áreas do ensino formam profissionais da saúde, do ensino, do direito, engenheiros. Há cerca de 1,5 milhões de estudantes universitários na França, representando quase a metade dos estudantes no país.

Os testes vestibulares podem ser prestados em 3 áreas específicas:

  • Scientifique – Para exatas e saúde
  • Sciences économiques et sociales – Para as áreas humanas.
  • Littéraire – Para literatura

Série scientifique
Antecipada

  • Língua Francesa (escrita)
    • Língua Francesa (oral)
    • História e geografia (escrita) (desde 2011)
  • Terminale
    • Matemática (escrita)
    • Física e química (escrita e laboratório)
    • Ciências da vida (escrita e laboratório)
    • Ciências de engenharia (escrita e laboratório)
    • Biologia e ecologia (escrita e laboratório)
    • Primeira língua estrangeira (escrita)
    • Segunda ou língua estrangeira regional (escrita)
    • Filosofia (escrito)
    • Educação Física

Desde 2008, as universidades francesas se sujeitam às “amplas competências”, regras estipuladas democraticamente em que as universidades passam a ser autônomas em termos de orçamento e administração do pessoal.

A maior parte destes dados foi colhido na Wikipedia

Compartilhar

Redação

ÆscolaLegal é um esforço coletivo de profissionais interessados em resgatar princípios básicos da Educação e traduzir informações sobre o universo multi e transdisciplinar que a envolve, com foco crescente em Educação 4.0 e além, Tecnologia/Inovação, Sustentabilidade, Ciências e Cultura Sistêmica. Publisher: Volmer Silva do Rêgo - MTb16640-85 SP - ABI 2264/SP