Influencers – Você a Mercadoria!
Quem influencia quem? Você é influenciável? Acredita em tudo o que os influenciadores dizem?
Redação
08/12/2022.
4 Minutos
Mas, pode-se escolher um produto para vender, ou ser o produto (auto-produção), tornar-se um, ou engajar-se em projetos, passar a defendê-los, ganhar por isso. Quando aumentar o número de “influenciados” por suas ideias esqueça rapidamente dos seus conceitos éticos (se os tiver). Parta na direção daquilo definido como capitalismo essencial – ganhar, sempre, a qualquer custo. Mesmo se destruir parte ou tudo à sua volta. Como o sistema tem se comportado nos últimos 150 anos, pelo menos, em relação à Natureza.
Influenciadores vendem ‘verdades, querem influenciar, mas não estão nem um pouco preocupados com o que estas sejam, e a maior parte deles também não quer medir as consequências. Por mais que digam: ‘não importa o número de cliques ou inscrições’. Quem vende verdades, de saída já está mentindo. E, talvez, na lógica do capitalismo de mercado, esta seja a única defensável.
Vamos por etapas. O que é influenciar? Tem um radical nesta palavra: fluência. Isto significa o que, de fato? Etimologicamente, da formação da palavra em questão podemos fluir na direção certa. Ops! Fluir é verbo, exprime a ação de correr, escorrer, como líquido. Não tem direção certa, obedece a forma, ou rompe tudo! Por aproximação fonética: o vírus da influenza, lembra? Espalhou-se rapidamente.
“Ah! Coitado, ele só quer existir!” O influenciador também. Mas, qual é a função dele? Não importa, isto já não está me questão. Ele só quer existir! Tem o direito à existência, mesmo destruindo parte ou tudo a sua volta. Certo? Existe mesmo democracia nas redes? Só uma dúvida!?
Nem sempre! Nem todos os vírus destroem. Apenas causam problemas. Alguns são bons. Alguém quer problemas? Sim, se trouxer lucros, suporta-se. Se aumenta o fluxo de transmissão das informações pretendidas como verdade. A vida é dura! E as verdades, ultimamente, tão escassas.
Flowing in the wind
Quando uma fábrica de celulares, de carros ou tênis expõem seus produtos, novos ou renovados (um recall, p., ex.)
tentará fazê-lo da melhor forma possível. Belas imagens, ação, sons, luzes, beleza, força, resistência, relação custo-
benefício, pessoas interessantes, sorrisos, promessas embutidas, fakes etc… Atingir um público específico em
primeiro lugar (aquele que ela conhece e que já a conhece) é a árdua tarefa. Eis porque demoram para se fixar no mercado, e se tornam “a firma”.
Mas, como uma coisa fixa flui? Mercado é a mente das pessoas. Para entrar e criar nelas as necessidades das empresas (verdades) como se fossem suas, diversos truques, pulsos, conhecimentos e ilusões são propostos. A palavra seta-envenenada escolhida é “mais”. Meta é atingir mais resultados dentro de um sistema binário: eu vendo, eu ganho. A complexidade é óbvia. A aposta está na diferença, na multiplicidade. Mas, não quero trazer problemas. Think thank.
A empresa (o influenciador ou quem o contrata) comprou dados, investiu em pesquisa de opinião, buscou referências no mercado, enfim ‘minerou’ informações. Contratou um ou mais analistas e ao final das coletas, estatísticas e inferências querem ouvir: “aqui você pode vender com esta margem de segurança”.
Joga a isca. Olha os números. ‘Contrate um influenciador. Temos uma lista’. Nova pesquisa, novos números, tudo que IA and robots podem te oferecer.
E é lá que ela (e ele(a), infuenciador(a)) também vai investir os seus recursos, valores contidos e destinados especificamente para isso, como reza a boa cartilha do planejamento estratégico.
Em torno dele surgem rapidamente milhares de especialistas. Todos com hipóteses, teses, testes, gráficos e dados sistematizados, opiniões, visões, sonhos, projeções, modelagens…É como sair para caçar. São tantas as variáveis! Vuca, Bina, bica, dica…É rede.
Funcionários virtuais – do bem e do mal.
Muda cenário, embaralha as cartas, joga “verdades” no ar, combate certas ‘mentiras’ e gera outras. Faz cara de sério, de preocupado, de entendedor, de sábio ou ignorante, não importa. Traz dados – quem quiser gere informação. Trabalhar com incertezas e instabilidade rende muito, porque nada se afirma, tudo se especula, como numa bolsa de valores. “Adivinha o que eu carrego aqui dentro?”
Geração de dados, interpretações e informação: produto. Captar, transformar, despejar. Por isso as nuvens são o fenômeno natural escolhido para simbolizar a “estrutura” do momento. Elas trabalham em conjunto com a luz e o calor do sol, e nesta interatividade fenomenológica natural, no encontro dinâmico-dialético (ops!) destas, alguns milhões de dados se reproduzem, milhares de informações podem ser colhidas. É só escolher o terreno e deixar fluir – derramá-las. Enquanto o planeta, o redondo, gira.
Influenciadores trabalham em setores e áreas diversas. Tudo o que é luz e gera calor, alcança a cabeça, a mente e move as emoções das pessoas é um motivo/local de trabalho. Se tem quem paga! Política, carros, sexo, dinheiro, tecnologia, armarinho e bugigangas, saúde e doença, cultura, na verdade tudo!
Será que isto é verdade? Prova mais ou menos substancial caracterizando o oportunismo dos influenciadores e a capacidade destes de influenciar, são as flores, as plantas. Na primavera jogam cores, cheiros e sabores no ar. O ar flui. Como um rio invisível espalha o recado – informação, e conta com passarinhos, insetos, uma série de “courriers“, eles fazem o resto do serviço. Todos nadam de braçadas esparramando as informações, e mesmo sem nada ganhar, em tese, sentem-se participantes. Ah! A sensação de estar vivo, em um grande rebanho, ou cardume preso numa rede. Felizes a cantar!
A fiar-se na palavra, o nome Shakespeare vem-me à cabeça, como sendo possivelmente, um dos maiores influenciadores do Ocidente. Os tubarões recolhem o produto em seus tanques de experimentos. Flopou?
Olha uma lista recolhida numa pesquisa rápida na internet de quem faz flow. Uns pagam outros recebem. Mas, todos ganham, cada um na sua…
Influencers – Você a Mercadoria!
Luciano Hang, empresário
Edson Salomão, chefe de gabinete do deputado estadual Douglas Garcia (PSL-SP)
Rodrigo Barbosa Ribeiro, assessor do deputado estadual Douglas Garcia (PSL-SP)
Bernardo Küster, blogueiro
Allan dos Santos, blogueiro
Sara Giromini, ativista conhecida como Sara Winter
Eduardo Fabris Portella, ativista
Átila Imarinio – Biólogo
Richard Rassmunsen – Biólogo
Marcos Belizia, ativista
Marcelo Stachin, ativista
Rafael Moreno, ativista
Carla Zambelli – Deputada federal
Enzo Leonardo Momenti, youtuber
Winston Rodrigues de Lima, youtuber
Eduardo Bolsonaro – Deputado federal
Carlos Bolsonaro – Vereador
Fontes de informações:
https://www.dw.com/pt-br/os-cinco-pilares-do-bolsonarismo/a-54444234
https://www.gazetadopovo.com.br/republica/quem-sao-os-maiores-influenciadores-digitais-da-direita/
https://br.boell.org/pt-br/2022/07/18/influenciadores-digitais-e-extrema-direita-brasileira
https://br.boell.org/pt-br/2022/08/12/democracia-aceita-os-termos-e-condicoes
https://veja.abril.com.br/politica/como-o-assessor-banido-pelo-facebook
https://www.cartacapital.com.br/politica/onze-canais-bolsonaristas-lucr…
https://www1.folha.uol.com.br/podcasts/2022/04/podcast-explica-a-corrid…
