A organização da escrita, do pensamento lógico: método para o vestibular, para a vida
Organizar as ideias e selecionar alguns temas e palavras ajudam a definir o texto para uma redação do ENEM ou na hora de procurar emprego.
Jandira Pilar
São Paulo, 16/07 de 2020.
2 Minutos
Entre os mais produtivos materiais sobre redação que uso há muito tempo para ensinar alunos a escrever textos e prepararem-se para o ENEM, ou para a vida, encontra-se o livro “A redação pelo parágrafo”, de Luiz Carlos de Figueiredo.
Nele, o autor aponta razões que fazem com que nossos alunos (e muitos de nós) tenham mais dificuldades ao escrever um texto do que pessoas de outras nacionalidades.
No livro, ele menciona o antropólogo americano Robert Kaplan que, ao estudar a cultura dos povos anglo-saxões, latinos e árabes, identificou três estilos de pensamento: retilíneo ou direto, com uma ideia central que avança, somando ideias secundárias: o do inglês; o indireto, com uma ideia central que avança com digressões: o românico; e o pensamento que avança em espiral, isto é, as ideias secundárias avançam em círculos cada vez menores até chegar à ideia central: o árabe.
Para a maioria das pessoas que leem este texto, fica fácil se reconhecer não apenas no que tange à escrita de um texto, mas também em situações de vida cotidiana e, o que é pior, na busca por uma vaga de emprego.
Seguindo a lógica de Kaplan (mencionada por Figueiredo), ao contrário de outras pessoas, um brasileiro, ao candidatar-se a uma vaga de emprego, não raro, explica por que está desempregado, por que quer trocar de emprego, deixando a experiência profissional em segundo plano.
Claro que empresas mais modernas já estão adotando outros métodos (como preenchimento de formulário, por exemplo). Porém, em se tratando de vida pessoal ou de escrita de um texto para um concurso, vestibular ou ENEM, por exemplo, não tem jeito: mais de 50% das pessoas prejudicam-se por fazer digressões.
Como é possível evitar o desastre iminente ao produzir um texto?
Em situações de produção de textos, orais ou escritos, há que se buscar formas mais pontuais de se alcançar o objetivo, seja ele resolver uma situação ou escrever um texto que será lido e apreciado por uma banca-leitora incumbida de selecionar candidatos.
Para isso, é preciso, inicialmente, uma organização do pensamento lógico, o que pode ser alcançado por algumas estratégias:
1. Qual é o tema do meu texto, ou seja, sobre o que efetivamente preciso escrever?
2. Qual é o objetivo deste texto, o que busco atingir?
3. Quem são meus leitores?
4. Qual é o efeito que desejo que o texto produza?
5. Como conduzir o leitor desde o início até o fim do texto sem sobressaltos ou imprevistos?
Ao se preparar para o ENEM, os vestibulares ou uma entrevista de emprego, escreva as respostas a essas perguntas em uma folha de papel ou no computador. Leia-as em voz alta, tentando marcar o tempo que você leva para lê-las, treine a entonação e veja se aquilo que você quer pontuar está realmente no foco.
Treine sempre e prepare-se para uma mudança significativa em seu desempenho nos concursos e na vida.
Jandira Pilar – Drª. em texto e discurso, Especialista em redação para o ENEM e vestibulares
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