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EMBRAPA e a Boiada

Rastreadores subcutâneos devem ser mais caros do que coleiras de couro. EMBRAPA se junta a Teggen para aplicar tecnologia e localizar animais de manada nos pastos. O cuidado é para evitar que invadam áreas de proteção ambiental..

Redação

São Paulo, Novembro de 2023

2.4 Minutos.

Embrapa e startup Taggen apresentam tecnologia para rastreabilidade animal para empresas e associação de produtores. Um dos desafios do setor agropecuário brasileiro é garantir a origem da carne e assegurar que o gado não foi criado em áreas com passivos ambientais e sociais

A Embrapa Pecuária Sudeste e a startup Taggen Industries and Services, especializada em IoT e RFID, trabalham juntas no desenvolvimento de uma solução tecnológica para monitoramento individual de bovinos desde o nascimento até o consumidor final.

O produto, que já está em fase de testes na fazenda Canchim em São Carlos (SP), sede da Embrapa Pecuária Sudeste, tem como meta ser viável economicamente e de fácil implantação para que seja adotado em escala em todo território nacional.

Na quinta-feira, 23 de novembro, a tecnologia foi apresentada para potenciais parceiros. Segundo o CEO da Taggen, Werter Padilha, a parte técnica já está concluída, mas existem ainda alguns desafios que serão solucionados pela parceria.

A reunião contou com a multinacional Qualcomm, empresa de tecnologia e dispositivos inteligentes conectados, o Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPQD), instituição de inovação com foco em tecnologias da informação e comunicação, a Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ) e a Associação Brasileira dos Criadores de Canchim (ABCCAN).

Tudo é privatizado

O propósito do encontro foi demonstrar o potencial da solução e, junto com as organizações convidadas, viabilizar formas de acelerar os próximos passos. Visar vencer aos desafios tecnológicos ainda existentes, validar a solução em mais ambientes e atender as expectativas do setor pecuário brasileiro.

Alguns desafios do setor agropecuário brasileiro incluem garantir a origem da carne.  Também assegurar que o gado não foi criado em áreas com passivos ambientais e sociais, como regiões de desmatamento. O sistema de rastreabilidade e monitoramento, em desenvolvimento pela Embrapa e Taggen, vai contribuir com este objetivo. Portanto, agregar valor ao produto final, tanto para o mercado interno como para exportação, ambos restritos ao consumidor brasileiro médio.

De acordo com o pesquisador Alberto Bernardi, que coordena o projeto na Embrapa, a tecnologia, que está sendo avaliada a campo com os animais criados a pasto, já é adotada em ambientes indoor. “Estamos agora nos adequando e iniciando no campo (outdoor) para rastrear, monitorar, localizar e gerenciar os animais em tempo real.

O principal problema ainda é a conectividade, já que a ideia é o monitoramento de toda a vida do animal, desde o nascimento até o consumidor na ponta. Outro é o custo, que deve ser viável para adoção em escala dos pecuaristas”, explica o pesquisador.

EMBRAPA e a Boiada
Rastrear gado no pasto garante qualidade da carne? (Img Web)

Para a diretora de vendas e desenvolvimento de mercado do CPQD, Sirlene Honório, não há um grande desafio de tecnologia nesse projeto que não possa ser superado.

As soluções tecnológicas avançam muito rapidamente.

Para ela, o desafio está em ser viável e possível de escalar. Entretanto, para atender o cliente, é preciso observar um ou mais desses pilares: aumentar a receita, diminuir um custo ou eliminar riscos.

Experimento

A pesquisa está sendo conduzida na Embrapa Pecuária Sudeste, em São Carlos (SP). Sessenta animais já estão sendo monitorados na fazenda experimental do centro de pesquisa.

Vinte vacas de leite e 40 bovinos de corte em sistema extensivo e intensivo com integração Lavoura-Pecuária Floresta (ILPF).

A inovação é baseada, inicialmente, em tecnologia de comunicação digital sem fio BLE (Bluetooth Low Energy), composto de dispositivos individuais (beacon), leitores (gateways) e a plataforma TG Bov da Taggen. O monitoramento será em cloud com aplicativos em tablets e smartphones também.

Assim, a ideia é que a ferramenta não exija alta qualificação do operador, porque os dispositivos são de simples instalação seja no animal ou no ambiente, simplificando e acelerando seu processo de uso.

“Portanto, queremos que os dispositivos sejam fáceis de adquirir, instalar e usar. O monitoramento dos animais precisa estar disponível ao pecuarista onde quer que ele esteja. É a aplicação direta e imediata do conceito ‘plug and play’, ou seja, o cliente compra e ele mesmo instala”, fala Padilha.

[N.E.: – alguém imagina o valor dos investimentos feitos?]

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Redação

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