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Dislexia e Multidisciplinaridade

Especialistas afirmam que avaliação inclui neuropediatras, psicólogos, fonoaudiólogos, entre outros profissionais.  Juntos, eles oferecerem o suporte necessário para que o portador desenvolva suas habilidades. Requer a atenção de pais, professores e equipe escolar. 

Redação

São Paulo, 28/11/2022.

2 Minutos.

Crianças que apresentam dificuldade de concentração na realização de atividades escolares ou de rotina, não acompanham o ritmo esperado no processo de aprendizagem e têm dificuldade de soletrar e escrever, trocando letras com grafia ou som semelhantes, podem sofrer de dislexia.

Considerado um transtorno de aprendizagem que afeta não apenas a leitura e a escrita, como também o desenvolvimento de habilidades, a fala e a socialização, o problema tende a ser percebido na escola, pelos pais ou cuidadores de crianças em idade de alfabetização.

De acordo com a Associação Brasileira de Dislexia (ABD), esse é o distúrbio de maior incidência nas salas de aula e atinge entre 5% e 17% da população mundial. No Brasil, estima-se que cerca de 8 milhões de pessoas são disléxicas.

A fonoaudióloga Thaís Coelho explica que a dislexia possui diversas características, não sendo igual para todas as crianças. Por isso, é fundamental procurar apoio profissional ao perceber os sinais.

No entanto, ela ressalta: “Nem toda dificuldade escolar é, necessariamente, dislexia. Fazer essa diferenciação é uma tarefa complexa que necessita uma série de análises, desde o rendimento escolar da criança e suas dificuldades, como também seu comportamento, ambiente, fatores socioeconômicos etc.”

Dislexia e Multidisciplinaridade
Dificuldades de leitura e escrita na infância. Vários fatores. (Img. Web)

Um exemplo disso é o impacto da pandemia no desenvolvimento de muitas crianças que, devido ao longo período de isolamento, apresentaram defasagem do aprendizado de maneira geral.

“As avaliações permitem que os profissionais considerem a influência destes fatores e busquem o diagnóstico correto”, salienta Thaís.

Dislexia não é doença. É condição, e é prejudicial.

Ela explica que esse acompanhamento deve ser feito por uma equipe multidisciplinar, composta, muitas vezes por psicólogos, psicoterapeutas, neuropediatras, entre outros, além do fonoaudiólogo. Eles poderão atuar com estratégias estimulantes nos aspectos fonológicos e a relação do paciente com a leitura e a escrita.

Irina Alves, que também atua como fonoaudióloga em rede hospitalar de São Paulo, destaca que é fundamental a conscientização das pessoas: “a dislexia não é uma doença e sim uma condição, na qual a criança ou adulto diagnosticado e demais pessoas do seu convívio desenvolverão, através das intervenções profissionais, um entendimento maior sobre a natureza de suas dificuldades e habilidades, a fim de buscar soluções apropriadas”.

Além disso, ela reitera,  a importância de esclarecer que, embora não se trate de uma doença, é importante realizar o acompanhamento multidisciplinar. “A pessoa portadora desse transtorno receberá suporte profissional durante o tempo que for necessário para garantir sua autonomia.”

Ambas especialistas defendem que a avaliação integral permite que cada profissional contribua com seu olhar e conhecimentos específicos, obtendo um ganho ainda maior quando compartilham os resultados. Assim, ao chegarem, juntos, a uma conclusão e definição dos próximos passos, os objetivos serão atingidos. O paciente aprenda a acionar os recursos necessários para evoluir em seu aprendizado, afetando positivamente sua vida como um todo”, finalizam.

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Redação

ÆscolaLegal é um esforço coletivo de profissionais interessados em resgatar princípios básicos da Educação e traduzir informações sobre o universo multi e transdisciplinar que a envolve, com foco crescente em Educação 4.0 e além, Tecnologia/Inovação, Sustentabilidade, Ciências e Cultura Sistêmica. Publisher: Volmer Silva do Rêgo - MTb16640-85 SP - ABI 2264/SP