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Usar o ChatGPT na Escola?

Queridinho do momento, o novo sistema de inteligência artificial, ChatGPT”, virou polêmica em diversas esferas profissionais e tem levantado o debate sobre as mudanças – ou a necessidade delas – em rotinas operacionais de trabalho. Na educação, não foi diferente. 

Redação

 

São Paulo, 30/03/2023

1,6 Minutos.

Em um teste, o Chat tirou 680 pontos (máximo 1000) na redação do Enem de 2022 com o tema “Desafios para a valorização de comunidades e povos tradicionais no Brasil”. Com a nota, o sistema teria passado em diversos cursos concorridos pelo Brasil, incluindo Ciências Biológicas, Engenharia Elétrica e Psicologia, de acordo com os últimos dados divulgados pelo Sisu.

Se levarmos em consideração que o Enem é uma prova que testa o raciocínio de estudantes, é surpreendente como uma tecnologia tenha obtido um desempenho que supera o de vários concorrentes humanos.

[N.E.: Fisicamente seria como colocar um carro de F1, um guepardo, um cavalo e um corredor olímpico numa mesma pista e medir os resultados, comparativamente, depois do tiro de largada – reação ao estímulo – e ao final da competição. Organicamente, claro! Será?]

“Como o Enem tem como objetivo avaliar competências e habilidades, de certa forma, ele já atende a um mundo em que a informação já está disponível. A principal preocupação será entender se o aluno conseguiu fazer um uso crítico e produtivo do conhecimento. Evitar  simplismos. Então, o que podemos esperar é que o Enem potencialize essa preocupação”, destacou Filipe Couto, diretor pedagógico do Colégio pH.

Para Filipe, a inteligência artificial é uma realidade. Ela impactará significativamente a forma como nos relacionamos com o mundo e, se bem desenvolvido, vai fazer parte do nosso cotidiano, como o Google. Ou seja, rechaçá-lo como um inimigo, ao invés de utilizá-lo como uma ferramenta de ajuda, pode formar profissionais pouco adaptados no futuro.

AI é só uma das múltiplas inteligências

“Evidentemente, há uma preocupação com a autenticidade de alguns trabalhos. Mas isso deve servir de estímulo para que as escolas elaborem avaliações melhores”, acrescenta.

O coordenador reforça que um dos trabalhos da escola é apresentar as possibilidades e as limitações dessa tecnologia, de modo que as pessoas possam usá-la de forma crítica e responsável.

“Hoje, as melhores escolas já se preocupam em desenvolver competências. Isso significa que os professores querem que os estudantes saibam mobilizar os seus conhecimentos para solucionar problemas. Assim, mais importante que saber fórmulas, datas e regras, é entender como acessá-las para resolver com ética e criatividade questões postas pela nossa realidade”, completa.

Filipe preparou cinco dicas para utilizar a ferramenta de forma consciente e colaborativa dentro do ambiente escolar:

1- a)Encorajar os alunos a usarem o Chat GPT. b)Gerar ideias e insights, também orientá-los a avaliar criticamente as informações fornecidas. c)Buscar fontes adicionais para aprofundar o tema. É importante que os alunos saibam que nem todas as informações são confiáveis ou precisas.

2- Incentive os alunos a trabalharem juntos usando o ChatGPT. Eles podem colaborar para formular perguntas e respostas para o ChatGPT, bem como discutir as respostas e aprender juntos. É muito rico um trabalho que, a partir das respostas do ChatGPT, possa promover um debate argumentativo entre os alunos.

3- Lembre-se de que, para obter as melhores respostas do ChatGPT, é importante fazer perguntas claras e específicas. Aprender a fazer boas perguntas é uma habilidade importante para lidar com um mundo tão repleto de informações.

A falta de consciência crítica

4- Utilize o Chat GPT como uma ferramenta complementar para o aprendizado: o Chat GPT pode ser uma ótima ferramenta para ajudar os alunos a entenderem conceitos mais complexos, além de diferentes pontos de vista sobre o mesmo tema.

5- Use o ChatGPT como uma ferramenta de apoio: o ChatGPT pode ser usado para ajudar os alunos com dúvidas sobre diferentes assuntos e também para fornecer recursos adicionais de aprendizagem.

Colégio PH – RJ

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Redação

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