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A Ciência da China

Ricardo Guedes, fez um apanhado da evolução histórica da Ciência nos quatro cantos do mundo. Da Europa à China e EUA. Um passeio pelas principais Universidades e centros de pesquisa e tecnologia do planeta.

Ricardo Guedes

Belo Horizonte -MG – 12/12/2022.

2 Minutos

 

A ciência experimental surgiu nos séculos XV e XVI na Itália tendo como base social de apoio os interesses políticos da burguesia italiana. Na Inglaterra, a ciência se desenvolveu nos séculos XVI e XVII juntamente com a Reforma Protestante, na ênfase da ação racional dos indivíduos e da coletividade. Na França do século XVIII, o apoio à atividade científica resultou da expectativa tecnológica do Governo Francês com relação a seus resultados. Na Alemanha do século XIX, o apoio à atividade científica decorreu da busca do conhecimento para a formação de um espírito alemão, com a geração autônoma de filosofia e ciência. No Estados Unidos, dos séculos XIX e XX, a atividade científica teve como base social a estreita relação entre as universidades e a iniciativa privada.

Na Rússia do século XX, a atividade científica resultou da expectativa tecnológica por parte do governo, sendo mantidos os institutos como unidades autônomas de produção científica. No Japão do século XX, a ciência se desenvolveu na relação entre o governo, as universidades e a inciativa privada como um projeto de nação.

A China do século XXI traz um capítulo novo no desenvolvimento da ciência e tecnologia no mundo. No caso da China, a ciência e a tecnologia foram planejadas tendo como âncora a ênfase no P&D – Pesquisa e Desenvolvimento, nas Universidades e no âmbito do Estado e em suas conexões com a economia e desenvolvimento militar.

A Ciência da China
Praça da Paz Celestial. Centro político- administrativo do país. (Img. Web)

Durante a Revolução Chinesa, Mao Tse-Tung negociava diferentes soluções nas províncias antes de sua incorporação ao novo Estado Chinês.

Assim, diferentemente da Rússia, a propriedade privada das atividades comerciais e industriais foram mantidas por gerações em várias províncias, mantendo-se a base de seu desenvolvimento futuro.

Projetos e futuro

Após algumas políticas como a coletivização da agricultura que gerou a Grande Fome de 1959-61, e a Revolução Cultural em 1966-76 que tentou transformar as universidades em centros populares de produção de conhecimento, com resultados negativos sobre a China, neste século XXI a China introduziu o Plano de Desenvolvimento de Médio a Longo Termo de Ciência e Tecnologia de 2006-20, e o Novo Plano na sequência de 2021-35.

Na China, o desenvolvimento científico e tecnológico decorre de uma decisão política do Governo em conjunto com o Setor Privado e Educacional para fazer face à competição internacional, com forte intercâmbio com o exterior. Dos 1 milhão de estudantes estrangeiros nos Estados Unidos, 1/3 são Chineses. Na Universidade de Purdue, por exemplo, universidade tecnológica em computação e aeronáutica, do total de 46.000 estudantes, 4.000 são Chineses, 160 Brasileiros.

Na produção científica, a China produz hoje 19,9% dos trabalhos mundialmente publicados, superando os Estados Unidos com 18.8%. As áreas de maior desenvolvimento são a ciência dos materiais, química, tecnologia da engenharia, e computação. A China conta hoje com 1,9 milhões de pesquisadores, já com 9 Prêmios Nobel em sua recente história científica. Com notáveis feitos econômicos, sociais, na energia atômica, e na corrida espacial.

Ricardo Guedes – Ph.D. pela Un. de Chicago  CEO da Sensus

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Redação

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