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Mulher – Futebol e Caneladas

A estrutura machista, e por vezes misógina da sociedade brasileira se reflete em diversos setores. Geralmente, as dificuldades em ser mulher começam na família tradicional das pessoas de bem, repete-se na escola, nas empresas, e vai batendo por aí!

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São Paulo, 22/11/2022.

2 Minutos.

Mais do que locais de preservação desta memória desnecessária e antiquada, muitas vezes impulsionada pela nossa cultura e por “líderes” caducos, a família, a escola, o estrato empresarial e institucional torna-se lugar de criação do mal, contra a mulher.

Não é exagero. É ruim e gera as sensações contrárias da superioridade de uns em relação à suposta inferioridade de outros. E a força física, bruta, é a régua para esta diferenciação absurda. Não é, se quer, de longe, uma questão real, se considerarmos que no planeta das inteligências: racional e lógica, emocional e sensível, e agora artificial, o equilíbrio deve ser procurado e, uma vez conseguido, mantidas todas em níveis aceitáveis.

Exemplos práticos se abstraem diariamente. Todas as mídias concorrem, ora incentivando, ora combatendo, ora naturalizando. Homem é azul, forte, bruto, agressivo, cheio de testosterona, são de marte, a imagem e semelhança de um deus. Mulher é rosa, frágil, delicada, maternal, submissa e boazinha. Aguenta tudo e foi retirada da costela de uma criatura feita de barro. É o diz um texto sagrado que promove interpretações diversas, confusas e por que não, às vezes perigosas.

Basta ver os índices de feminicídio, de violência doméstica, de prostituição ligada ao tráfico de drogas, de armas e de pessoas, cujas vítimas são muitas vezes mulheres. Buling nas escolas, salários menores nos mesmos cargos, jornadas duplas ou triplas de trabalho (quando a casa e os filhos representam parta das suas funções).

Mulher - Futebol e Caneladas
Relatório da violência contra a Mulher no Futebol – Com dados IPEA
Noutro campo – setas vermelhas – escamoteando os problemas

Muda o cenário, mas as condições permanecem inalteráveis. Quadras de vôlei, basquete, tatames, piscinas olímpicas e campos de futebol são exemplos de que o esporte discrimina.

Patrocinadores reproduzem o sistema de sua organização e hierarquia internas ao fazerem as comparações esdrúxulas que criam o ambiente diferenciado. Azul e Rosa.

Pensando no lucro, da divulgação e aumento das vendas de seus produtos, as empresas declaram, em silêncio, que os eventos envolvendo mulheres no esporte atraem menos público, logo a redução do investimento tem de ser menor.

Contida. E transferem as querelas da competitividade (do mercado) para arenas em que suor, esforço físico, dor, constância e repetição de movimentos, da mesma forma que os agentes masculinos, na busca pela perfeição, ou melhor forma e que resultem em medalhas ou títulos, se tornem a própria marca/produto.

Mas, elas fazem a mesma coisa, inclusive, às vezes, com índices de violência comparáveis. As mulheres demonstram força, velocidade, resistência e incrível capacidade física, incontáveis vezes, superior a muitos homens.

Mercado Machista

Porém, para o mercado, não é, de fato, a mulher que importa. Obter os mesmos ganhos, retorno do investimento com margens satisfatórias, cujo gráfico projete a seta azul para cima é o único objetivo. Elas são apenas os objetos. “Ah, isso ajuda a educar… Expõe o problema!” E interfere muito nos custos, se for preta, se tiver filhos, se for analfabeta ou semiletrada, refugiada… O que nos leva a outras considerações, tão ou mais graves em essência.

Mulher - Futebol e Caneladas
Atletas se cumprimentam no final da partida. (Img. Web)

Sabe qual é a saída proposta pelo sistema atual de ganho a qualquer custo? Robôs. Pronto! Nem masculino nem feminino.

Nem Homem nem mulher. Sem sentimentos: soberba, avareza, inveja, ira, luxúria, gula ou preguiça. Todos em flat! Homens e mulheres no mesmo nível, até que alguém nos ofereça um fruto qualquer de uma árvore proibida.

O mundo é ou não é redondo?!

 

Leia este estudo significativo sobre Mulheres no Futebol: – (Des)impedimentos no futebol de mulheres: Coloradas e gremistas de volta aos campos 

 

 

Veja aqui a Copa de Futebol Feminino de 2023.

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Redação

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