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3 Corpos são 1 Problema?

2 corpos não ocupam o mesmo espaço ao mesmo tempo. Isso é um problema? E 3 corpos? Ou vários corpos?

Redação
(Escrito por um humano)

São Paulo, 03/04/2024
3 Minutos.

O filme (seriado) que faz sucesso na Netflix e propõe esta questão também nos leva a esta simplificação inicial: os humanos e as formas de vida do planeta Terra se deparam coma possibilidade de uma invasão alienígena. Entretanto, esta não se dará senão daqui há 400 anos. Ou seja, o fator tempo está deslocado, no futuro (possibilidade, plausibilidade se e somente se forem entendidas as condições iniciais do problema.) Previsões.

Neste problema – que começou no passado – a humanidade com seu modo de ser e agir no planeta – criou as condições consideradas iniciais para a crise futura. Destruição e exaustão dos recursos naturais que dão sustentação à vida, principalmente à vida humana. A única aparentemente capaz de se ocupar ou se preocupar com estes fenômenos. Ou seja, temos consciência do que fazemos e a ainda assim, continuamos. Irônico. Não ria.

O espaço terrestre é limitado, bem como seus recursos, por mais que a natureza tenha condições de se renovar, mesmo demorando muito tempo, como demostraram as pesquisas das eras geológicas e suas características. Fogo, vegetação, animais, ventos, água e sua influência moldaram o espaço inicial. A forma primitiva.

Vamos de teoria – O torrão,  bloco de terra, o grande asteroide que se desprendeu do sol após o Big Bang, rolou no espaço escuro, se chocando com diversos outros corpos menores ou maiores ( numa troca de elementos – entram uns saem outros, “equilibrando-se”, ou se balanceando estequiometricamente). Distanciando-se do centro gerador da ‘crise’ – o Sol em constante explosão – foi-se remoldando com a passagem do tempo. O planeta é metamórfico. Milhares, por baixo, de elementos químicos o conformam.  Reduzi-lo à tabela já é um sucesso.

O tempo está passando por aí?

Tudo veio se ajustando. O rolar do planeta em torno de si mesmo e em torno da estrela geradora entretanto, vem desgastando a sua superfície – o lugar onde habitamos, o que transformamos para nosso conforto e subsistência. Este desgaste natural, mais a nossa intervenção possivelmente diminui o próprio tamanho da esfera habitável. Especulo.

Sim, se consideramos que algo escapa pela atmosfera – filtro de entrada e de saída? – e se esvai junto com a poeira cósmica. Será que a água vai embora também? Tem a evaporação e a reciclagem das nuvens, mas não ocorre nenhum fator /fenômeno de desperdício ou perda para fora do sistema?

Tudo que existe na terra permanece na terra? Há especulações muito consistentes de que a água veio de fora do planeta. A ciência nos diz que a vida surgiu na água e que o tempo a transformou em como a vemos hoje. O que nasce aqui morre aqui e se transforma – do pó ao pó – e na água: da água a água. Sobra algo? Espírito, ilusões, ignorância?

Por uma razão simples: nenhum corpo ocupa o mesmo espaço ao mesmo tempo. Se for assim, este processo é contínuo e eterno? Ou seja, enquanto houver o tempo ele permanece circulando. Será que o tempo acaba? Individualmente cada um tem um período de existência, onde se gera o ser que está.

É uma discussão antiga: existir é ocupar espaço, logo interferir. Ser é construção: uma base genética se acomodando às circunstâncias dadas no espaço que ocupa em função de suas necessidades. As básicas, pelo menos: comer, dormir talvez como sendo as principais, além de descansar.

Cenários e atores

O que nos leva ao movimento que caracteriza o modo estar. Animais se movem em todas as direções, não importando se o planeta gira numa dada direção, com um sentido definidos em torno de si e do sol, e nos oferece os fenômenos da luz, do calor, do frio, os ventos, que chamamos de dia e noite, inverno verão, primavera, outono. Isso nos leva de um lugar ao outro – onde estamos.

3 Corpos são 1 Problema?
                                            Quantos corpos coexistem em nosso sistema solar? (Arte: AEL)

Mesmo os vegetais, sendo mais fixados no substrato que os suporta, se movem com os ventos, ao jogarem e espalharem em todas as direções suas sementes, o polem, seus cheiros etc… Sua inteligência particular soube se desenvolver (com o tempo) e aproveitar-se dos animais para serem seus mensageiros. Passarinhos, borboletas e outros insetos são seus couriers.

Todo este movimento se dá em um espaço que se remolda na passagem do tempo, submetido às influências externas. Explosões ou fenômenos naturais internos ou interiores, como terremotos, vulcões, maremotos consequentes de vibrações nas placas e camadas tectônicas da superfície do planeta. Bem como por submissão a fatores externos.

No caso das teorias, pesquisas e constatações da astrofísica moderna e suas simulações matemáticas, qualquer variação mínima na órbita de um planeta, do sol ou de qualquer outra estrela “próxima” é capaz de alterar nossa existência, às vezes até catastroficamente. Talvez o livro que evidenciou a questão trate disso, e o filme negligenciou por razões técnicas.

As nossas responsabilidades

Sem falar nas provocações que a nossa própria existência e consequente modos de ser promovem. Uma bomba atômica aqui, uns testes nucleares ali, aceleração das partículas atômicas em grandes laboratórios atrás do ‘bóson de deus’ etc… O santo graal! Tudo tem consequências. Só não sabemos como evitá-las, ou prevê-las. É uma necessidade que nos leva a tentar escapar de fins tão trágicos.

Tudo está posto à prova, inclusive a existência de um ou uns deuses, destes que as religiões sem religiosidade desenham ou escrevem em suas páginas temporais, que se desgastam com o tempo e o movimento. E que geralmente matamos. Tempo vento, movimento, corpos, existências… Tudo em choque… É o nosso poder?

Não é à toa que todos começam e terminam, decompõem-se e cedem lugar a outros no ciclo de nascimentos e mortes. Eterno? Talvez não… Quem virá nos substituir? Segundo o livro/filme ainda temos 400 anos… Até lá teremos tempo para alterar as tais condições iniciais? Lembra delas? Só se reiniciarmos…

E o que isso significa mesmo?

Uma discussão secundária de nível mais aprofundado aqui

Um livro para ler – clique aqui

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Redação

ÆscolaLegal é um esforço coletivo de profissionais interessados em resgatar princípios básicos da Educação e traduzir informações sobre o universo multi e transdisciplinar que a envolve, com foco crescente em Educação 4.0 e além, Tecnologia/Inovação, Sustentabilidade, Ciências e Cultura Sistêmica. Publisher: Volmer Silva do Rêgo - MTb16640-85 SP - ABI 2264/SP

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