Sociologia Interplanetária
A ficção geralmente antecipa fatos futuros. De fato, só é possível com base no conhecimento presente.
Ricardo Guedes
Belo Horizonte, MG – 01/04/2024
1,5 Minuto.
Desculpem-me o título, trata-se de um exercício imaginativo. Mas temos que ousar. Senão, o quê? É lícito extrapolarmos os limites de nosso conhecimento, até sabe-se lá onde vamos chegar, na busca de um futuro que, quem sabe, pode nos salvar. Temos que equiparar, quem sabe, nossa parca existência à possibilidade da convivência interplanetária de milhões de possíveis civilizações.
Toda a água da Terra veio de fora do planeta. Foram cometas recheados de água, que cruzaram o universo com a chegada à portos distintos, base da vida pela sua constituição.
No genial filme “Inteligência Artificial”, de Kubrick e Spielberg, os alienígenas dizem que o homem é uma mistura curiosa de emoção e racionalidade, pouco vista no universo, segundo os autores do filme. Acho que o homem é 70% bom, e 30% mal, em média. Acho que no amor, o homem por chegar a quase 100% do bom; e na guerra, a 100% do mal. Isto leva à banalidade do mal, “aquela hora na qual desaparece a humanidade das pessoas”, como dito por Edson de Oliveira Nunes, em artigo recente.
A humanidade disputa pelo meio ambiente
Nosso planeta é diminuto, com 40 km de oxigênio e biodiversidade agressiva. Temos um planeta em que a luta entre as espécies é acirrada, com recursos limitados. O homem tem pouca inteligência prospectiva, muito pragmático a curto prazo, sem soluções para o amanhã.
Podemos pensar, especulativamente, que nos planetas que sobrevivem ou sobreviveram, os seres sejam mais para bom do que propensos ao mal, com soluções mais coletivas do que individuais. Esta afirmação é compatível com as alternativas dentro de uma matriz de possibilidades, nos limites da Teoria dos Jogos, que possibilita a análise de out comes cooperativos, ou disruptivos. Assim, no universo, uns “vão para a frente”, outros “naufragam” no caminho. Parece que, até o momento, nos preocupamos pouco com o perjúrio do amanhã.
Ricardo Guedes – Formado em Física pela UFRJ – Ph.D. pela Universidade de Chicago
[N.E.: Referência cruzada: http://pepsic.bvsalud.org/pdf/pcp/v30n1/v30n1a11.pdf ]