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Todo Dia da Alfabetização

No dia da Alfabetização – 8 de setembro –  eis algumas dicas para ajudar as crianças nesse processo.

Redação

São Paulo, 04/09/2023

3 Minutos.

No Dia Mundial da Alfabetização, especialistas falam da importância dos estudantes dominarem as habilidades de leitura e escrita. O empenho da escola é fundamental, mas os pais também podem estimulá-las. Confira aqui algumas dicas:

O Dia Mundial da Alfabetização lembra uma etapa primordial na vida de uma criança em idade escolar, pois abre caminhos não apenas para a leitura e escrita em si. Mas, também para a vida em sociedade, principalmente quando se consegue interpretar o que se lê e escreve.

Dados da pesquisa “As Múltiplas Dimensões da Pobreza na Infância e na Adolescência no Brasil”, lançada pelo UNICEF, utilizando dados da Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), mostram o quanto a alfabetização foi impactada pela pandemia. Em 2022, o percentual de crianças privadas do direito à alfabetização dobrou em relação a 2020: passando de 1,9% para 3,8%. Alfabetizar todas as crianças até no máximo o 3° do Ensino Fundamental é a meta 5 do Plano Nacional de Educação (PNE) que deve ser atingida até 2024.

[N.E. veja dados nesta página.]

Mas a criança começa a dar os primeiros passos rumo a esses conhecimentos na Educação Infantil. É a partir dos 4 anos, quando, de forma lúdica, vai tendo contato com as várias formas da linguagem que se concretiza nos anos iniciais do Ensino Fundamental. “Nessa fase, o aluno é incentivado a explorar o mundo por meio do tato, das cores, das formas e dos sons e a socializar, apropriando-se da aquisição da linguagem”, explica a professora Marina Arnone.

De acordo com a especialista, na Educação Infantil trabalham-se qualidades decisivas da alfabetização como autoestima, autoconfiança e segurança emocional, por exemplo.

Todo Dia da Alfabetização
                                          Brincar e deixar brincar – um excelente método de educar. (Img. Web)
Não brinca?!

Segundo a professora Kaline Mazur, também gestora da Educação Infantil, as metodologias voltadas para esse contexto não devem se restringir à apropriação da leitura e da escrita, mas é fundamental que elas abranjam a formação de cidadãos críticos. “A função dos educadores é abrir caminhos para que os próprios alunos descubram, de forma consciente, as estratégias de assimilação desse conhecimento”, afirma.

Quanto mais lúdico, mais fácil será o aprendizado

A linguagem que as crianças mais dominam é a das brincadeiras. Isso significa que o aprendizado da leitura e da escrita deve ser envolvido pela surpresa e pela diversão. “Explorar materiais concretos que envolvam o estudante em vivências e experiências é super importante para as etapas subsequentes do seu desenvolvimento”. É o que afirma a professora Shirley Cristiane Szeiko, coordenadora da Educação Infantil e Anos Iniciais de Londrina -PR.

Para a educadora, a criatividade deve ser sempre cultivada nas atividades propostas para se ter um bom resultado na alfabetização. “Ouvir, criar e contar histórias, observar fotografias e outras imagens, além de explorar recursos musicais, brincar com as palavras e passear.

Este conjunto de atividades dão oportunidade de ampliar o repertório cultural e pedagógico dos pequenos. Por isso, é muito importante que não apenas os professores, mas também a própria família desempenhem esse papel tão fundamental nesse processo”, sugere Shirley.

Os familiares também podem contribuir especialmente na organização da rotina dentro de casa. Determinar um espaço para que a criança possa criar e estudar é um bom exemplo. “Além disso, estimular o exercício das pequenas tarefas ao ensinar o cuidado com pertences individuais. Desta forma, os pais ajudam no florescer da autoconfiança em seus filhos – qualidade essencial para a aceitação de erros e para a compreensão de que as tentativas fazem parte da aprendizagem”, explica a professora.

O complexo de Educar é amplo e exige participação efetiva dos interessados.

Muitos pais questionam sobre qual a idade ideal para aprender a ler e a escrever. Segundo os especialistas, cada ser humano segue um ritmo próprio de desenvolvimento e aprendizado. Mas para que esse processo tenha início, é necessário que a criança conquiste habilidades importantes.

“A Educação Infantil é a etapa do percurso escolar em que o pequeno é preparado para a aprendizagem da leitura e da escrita”, endossa Kaline. “A alfabetização em si é iniciada de forma gradual por volta dos seis anos, no primeiro ano do Ensino Fundamental. A partir deste momento espera-se que as crianças estejam aptas para ler e a escrever entre oito e nove anos de idade, ou até o fim do terceiro ano do Ensino Fundamental”, detalha a professora.

A família desempenha um papel fundamental no processo de alfabetização das crianças. A professora Szeiko listou algumas dicas para que os pais e familiares possam contribuir nesse processo. Confira a seguir:

* Estimule a leitura de livros infantis desde cedo, pois eles despertam na criança o prazer pela leitura.

* Proponha brincadeiras explorando palavras, como jogos de palavras, incentivando o desenvolvimento da linguagem.

* Utilize músicas e ritmo, pois eles trazem significado e entusiasmo às palavras.

* Ofereça contato com diferentes tipos de textos, como jornais, cartas e revistas. Eles mostram a função social da escrita no dia a dia.

* Aproveite a Educação Infantil como uma oportunidade de estimular a criança a conhecer o mundo de maneiras diversas, explorando o entorno e relacionando-se socialmente.

Como ajudar as crianças no processo de alfabetização – Etapas do processo de alfabetização

De acordo com a teoria da Psicogênese da Língua Escrita, desenvolvida por Emília Ferreiro e Ana Teberosky, a criança passa por quatro fases até alcançar a alfabetização completa. São elas:

Pré-silábica: nessa fase, a criança percebe as representações gráficas, como desenhos e escrita, mas ainda não relaciona as letras aos sons da língua falada. É comum a mistura de desenhos, símbolos, letras e números na tentativa de escrita.

Silábica: a criança começa a perceber o som das letras, relacionando cada uma a uma sílaba da palavra. Ela interpreta as letras individualmente, atribuindo valor de sílaba a cada uma. Exemplos: to (gato), alo (cavalo), oi (boi).

Silábico-alfabética: essa fase mistura a lógica silábica com a identificação de algumas sílabas corretas em palavras. A criança pode escrever a mesma sílaba de forma diferente em palavras diferentes. Exemplos: Riegrai (refrigerante), bolio (bolinho), epadina (empadinha).

Alfabético: nessa fase, a criança compreende o sistema de escrita, percebendo que cada letra possui um valor sonoro menor que a sílaba. Mas, ainda é comum ocorrerem erros ortográficos. Exemplos: copreender (compreender), fasso (faço), penssamento (pensamento).

 

 

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Redação

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