Competências Profissionais da Transformação Digital

Durante o SYNERGY Brasil, especialistas discutem as mudanças nas empresas e profissionais no mundo digital. O mundo digital ainda é feito de humanos. Em miúdos, pouco ou nada mudará em essência. Mas, talvez, no futuro o poder mude de mãos – vá para as máquinas de IA e os poucos humanos que estarão no controle sejam os novos deuses do Olimpo (aquele morro inalcançável), de mãos limpas a dizer como Pilatos: “não temos responsabilidade alguma.”

 

Redação

São Paulo, o5/11 de 2021.

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A Transformação Digital não é um assunto apenas de tecnologia. Em um cenário imprevisível e de constante mudança são necessárias também novas competências e habilidades para que os profissionais obtenham sucesso. Durante dois dias de programação, o SYNERGY Brasil, evento proprietário global da Thomson Reuters, reuniu os mais influentes especialistas de mercado, em torno da temática “Recriando o amanhã, juntos”, promovendo mais de 30 sessões de conteúdo na programação, em torno de assuntos de grande relevância para o segmento corporativo.

[N.E. – “Um restrição absurda esta feita para o ‘mundo corporativo’ – reducionismo exclusivista, dado que pessoas trabalham neste “mundo” e que se relacionam de forma produtiva com outros “mundos”. Mesmo a abordagem técnica de marketing de comunicação/divulgação para o público específico é de uma idiotice absurda, o ‘marquetês’  avançado atende algumas especificidades – coisa de poucos, não? Por que? Como se o amanhã fosse só para eles, numa jogada clássica de dominação da informação e de exclusão dos que não pertencem à casta dos pretensos dominantes, de fato, meros demonetos intermediários. Líderes de espaços vazios e acríticos são líderes de que mesmo? Claro que o egoísmo, o racismo, e outros (modus)ismos estão impregnado em todas as entrelinhas do discurso, e com um pouco de sageza e bons olhos se os podem ler. A roupagem cibernética mal os disfarça.”]

Entre as discussões propostas na conferência global da Thomson Reuters esteve “A liderança e a nova competência da fluência digital“, assunto explanado pelo conselheiro e especialista em estratégia e governança, Luis Lobão durante o primeiro dia de evento.

[N.E. – Péssimo começo. O que pretende com isso é reafirmar o caráter excludente e inerente à condição humana de sentir-se superior aos outros, em função de um dado conhecimento adquirido às custas do esforço coletivo.

Desde o trabalhador que extraiu minério para servir de base material para construir um determinado aparelho-ferramenta, passando pelo professor que instruiu o aprendiz na escola pública que se tornou o vendedor, ou assistente de marketing da loja que vende estas ferramentas, ao policial que atirou no menino negro da favela por que não gosta de sua cor (e este gostar implica em mil outros desvios de caráter “psicoememocioanais“ a serem revistos – o que não lhe tira a culpa do assassinato oficial a ele conferido como direito do estado.]

A transformação digital, liderança e desenvolvimento de talentos e a segurança cibernética são focos de investimentos no Brasil, revelam os dados da nova edição da 24ª Pesquisa Anual Global de CEOs da PwC, estudo que explora as visões de líderes executivos em todo o mundo.

[N.E – Isso contudo, não se aplica numa sociedade irregular e doentia como a nossa, que não aplica e investe esforços reais na construção de conjunto global de cabeças e seres com as mesmas oportunidades, porque é só daí, deste conjunto de cabeças bem formadas que podem surgir os talentos. Fácil de imaginar – difícil de realizar: Se todos tiverem as mesmas oportunidades, a mesma formação, a mesma qualidade de acesso e preparo, em condições necessárias e suficientes de temperatura e pressão – ou seja criados em ambiente propício e saudável,  àquele que sobressair, na competividade natural da espécie, será o talento. À diferença de uma sociedade hipócrita e absurda em seus valores invertidos, o que o “especialista conselheiro” propõe é a continuidade da mesmice, pantanosa onde estão todos mergulhados. Ainda que se possa considerar (en passant) o dito que da lama nasce a mais bela flor – uma aforismo tendencioso que procura justificar a manutenção do satus quo.]

Panaceia ou Pandora? A leitura binária dos “líderes” e seus comentaristas sicofantas.

Para Lobão, as empresas vivem o dilema de terem líderes analógicos em uma economia digital. Este panorama de risco desafia as organizações a melhorarem seu modelo de negócio, considerando que todos os produtos e a economia caminham para digitalização e os clientes passaram a ser “prossumidores”, combinação das palavras: produtor e consumidor.

Resiliência, visão do futuro, humanização e a capacidade de criar ambientes colaborativos, são os elementos do líder do futuro. “Enxergar as mudanças antes que se tornem obvias demais”, é o desafio dos gestores e empresas.

No encerramento do evento “As competências profissionais da transformação digital“, ministrada por Andrea Iorio, autor de um best-seller com mesmo tema de sua apresentação e que alcançou a primeira posição entre os livros mais vendidos na área de Gestão de Pessoas, corroborou com essa tese. (Timeo hominem unius libri) Para ele, a transformação digital não se trata só de tecnologia. A ruptura com nosso passado analógico envolve a transformação humana e de cultura nas organizações, fomentando o desenvolvimento de novas habilidades.

Apenas 16% das empresas têm sucesso no processo de transformação digital a longo prazo, aponta estudo da consultoria McKinsey & Company. Para Iorio, o bom desempenho das empresas nesse processo depende de profissionais que dominem cinco competências básicas no mundo corporativo digital: flexibilidade cognitiva, atitude maker, sendo especialista em comportamento humano, pensamento crítico, e altruísmo digital. São capacidades possíveis de serem aprendidas por colaboradores de novos modelos de negócios ou em empresas tradicionais que estão se adaptando às mudanças trazidas pela tecnologia, explicou o ex-diretor do Tinder no Brasil.

[N.E. Mas, não no sistema subcapitalista colonial de exploração de base racial do Brasil].

“No que que se refere a habilidades técnicas, a gente não tem como competir de forma proporcional com a tecnologia. O nosso grande desafio é aprimorar e resgatar as habilidades e competências que nos fazem tipicamente humanos e que, verdadeiramente, são aquelas que nos fazem complementares à tecnologia, e não substituíveis por ela”, finalizou. [N.E. Eu inverteria esta formulação – as tecnologias é que nos são complementares, não o contrário. A não ser que ele esteja validando a minha observação inicial.]

O SYNERGY Brasil acontece há mais de dez anos e é referência mundial nas discussões sobre os mercados fiscal, tributário, jurídico e de comércio exterior. A 10ª edição brasileira da conferência global da Thomson Reuters contou com participação de cerca de 1.200 pessoas em um ambiente totalmente online e gratuito. O evento proporcionou dois dias voltados a discussões sobre as melhores práticas de gestão aliadas à tecnologia, tendências de mercado e o impacto no cenário econômico atual e as sessões do evento estão, majoritariamente, disponíveis online até o dia 20 de novembro. Cerca de 80 especialistas de mercado garantiram um encontro de alto nível, apresentando os conceitos mais atuais, cases inspiradores e as ferramentas e práticas do mercado.

[N.E. – Claro está que nem em 2 ou 200 dias, 1280 ou 1 milhão de pessoas, analisando mudanças e impactos de cenários econômicos para ajustar as práticas de gestão empresarial às tecnologias, não serão capazes de entender 0,000000001% de humanidade, propor mudanças aceitáveis, urgentes e necessárias ao coletivo social. Exceto, se e somente se o foco for exclusivamente o tal “mundo corporativo”… DO qual você não faz parte. Ou faz.]

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