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O Campo Magnético da Terra

Deslocamento do campo magnético da Terra e a inclinação de seu eixo (na translação e sua rotação)  fez auroras boreais serem vistas fora da zona tradicional. Estudos científicos de Astrofísica, Geofísica e Astronomia explicam. 

Redação

São Paulo, 18/05/2023

2,3 Minutos.

O fenômeno foi visualizado esta semana em partes da Europa, da Ásia e dos Estados Unidos onde geralmente não aparece, ao longo das últimas semanas. Registros de auroras boreais em países onde o fenômeno não costuma ser visto com tanta facilidade correram o mundo. Por isso, da Europa à Ásia, centenas de imagens foram gravadas e lançadas nas redes sociais, surpreendendo os fãs do fenômeno. Geralmente é necessário se deslocar até os países do Ártico para visualizar as chamadas Luzes do Norte.

Desde fevereiro, auroras boreais foram vistas na Inglaterra, Bélgica, Holanda, Alemanha, Polônia, Estônia, Canadá e boa parte dos Estados Unidos. Esta semana, estados americanos como Wisconsin, Washington, Colorado, Califórnia, Novo México e Arizona entraram nesta lista de “privilegiados”.

Marco Brotto  analisa as condições meteorológicas e atmosféricas que interferem na visualização das auroras boreais. Ele diz que uma série de fatores favoráveis culminou nessa incrível atividade auroral. Estas aparições atípicas têm relação com a atividade solar.

Luzes em movimento

“Estamos nos aproximando de uma máxima solar, um período de intensa atividade do sol, com aumento no número e tamanho de manchas solares e erupções. A atividade está, no momento, muito intensa e ainda não podemos dizer se ela já chegou ao pico e começará uma decadente ou se continuará se intensificando ainda mais”, detalha.

Astrogeografia e a pesquisa quase científica nos terrenos do Universo humano

Uma combinação de fatores importantes resulta na ampla visualização das auroras: “O sol apresenta buracos coronais geoativos, quando seu campo magnético se abre, permitindo que o vento solar flua para fora em velocidades mais altas. Além disso, acontecem explosões solares intensas”.

O Campo Magnético da Terra
A inclinação do eixo terrestre, as auroras e a luz do Sol. (Img.Web)

Graças a isso, a união desses acontecimentos potencializa todos eles. “O forte impacto que atinge a atmosfera terrestre ocorre com a chegada do plasma emitido pela reação atômica que sai do buraco coronal e as explosões.

Esse deslocamento do campo magnético para o sul, leva as auroras a latitudes mais baixas, chegando próximo de 45 graus”.

Então cidades fora da zona auroral vivem noites de espetáculo.

“Vale frisar que, em se tratando das grandes cidades, a interferência da luz artificial e da poluição é significativa. Mas ainda assim vimos registros incríveis”.

Máxima solar e auroras boreais

A máxima solar é um período de grande interesse para os cientistas que estudam o sol e seu efeito na Terra. As erupções solares, que fazem parte desse período, lançam grandes quantidades de partículas na direção da Terra, conhecidas como vento solar. Desta forma, quando essas partículas atingem a atmosfera terrestre, são direcionadas para as regiões polares, onde seu encontro com moléculas da nossa atmosfera faz com que liberem energia em forma de luz, resultando na exibição das auroras boreais.

“Portanto, quanto maior a atividade solar, mais intensas são as erupções solares e maior a quantidade de partículas que chegam à Terra, o que pode levar a auroras boreais mais brilhantes e espetaculares”, destaca.

Pelas características das últimas erupções solares, a atividade solar seguirá crescendo por mais um ou dois anos – lembrando que os ciclos de atividade solar têm em média 11 anos, ele especula.

“É importante destacarmos que isso não interfere na possibilidade de visualização das auroras boreais na Terra. As auroras sempre acontecerão, especialmente na região do Ártico. O que a alta solar traz de novo são essas possibilidades não tão comuns de visualização em lugares onde as Luzes do Norte não são tão frequentes”.

Um dos fatores importantes para a visualização das auroras é a quantidade de buracos coronais, e que essa quantidade é maior nas mínimas solares. “Por isso temos auroras durante todo o ciclo solar, sem prejuízo para os fãs do fenômeno”, acrescenta.

 

 

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Redação

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