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Saúde Mental nas Escolas

“Não há saúde sem saúde mental”, (António Guterres.)

Gabriela Righi

1 Minuto

Em tempos “normais”, a necessidade de abordar a saúde mental nas instituições de ensino já era alta. Listei alguns pontos ressaltados pela Folha Informativa sobre Saúde Mental de Adolescentes (2018), publicada pela Organização Pan-Americana de Saúde e pela ONU, no Dia Mundial da Saúde (2019).

  • Condições de saúde mental são responsáveis por 16% da carga global de doenças e lesões em pessoas com idade entre 10 e 19 anos;
  • Metade das condições de saúde mental começam aos 14 anos de idade, mas a maioria não é detectada nem tradada;
  • Em todo o mundo, a depressão é uma das principais causas de doença entre adolescentes;
  • O suicídio é a segunda principal causa de morte entre adolescentes de 15 a 19 anos.

Não colocar isso em foco é estender essas condições à fase adulta dos estudantes, trazendo prejuízos à saúde física e mental, além de lhes limitar em relação a futuras oportunidades.

Vivendo uma pandemia, mais pontos agravantes para as condições de saúde mental são percebidos. O isolamento social e, logo, diminuição do contato presencial e físico com amigos, professores e outros familiares; o estabelecimento de uma rotina completamente diferente da de costume; a convivência intra familiar intensificada, o que pode gerar altos níveis de estresse para todas as partes envolvidas.

foto: Unsplash

Por isso, mais do que nunca, precisamos falar sobre saúde mental e focar nesta questão como estratégia de auxílio e prevenção das várias consequências possíveis, caso isso não seja feito já.

Segundo dados listados acima, a adolescência é, na maior parte das vezes, a fase em que se dá origem às condições de saúde mental. Sendo as escolas o espaço onde os indivíduos dessa faixa etária passam várias horas da semana, é possível pensar em estratégias de intervenção exatamente nelas. O ambiente escolar é espaço potente de criação de novas formas de ser e estar no mundo.

O retorno às aulas presenciais será algo desafiador, mas um ponto é certo: um plano estratégico de acolhimento e fortalecimento dos vínculos precisará ser colocado em ação pelas instituições de ensino.

Enquanto não chegamos nesse momento, ficam aqui os principais trechos das considerações de saúde mental da Organização Mundial da Saúde para auxiliar no bem-estar de crianças e adolescentes no cenário atual:

  • Ajude as crianças a encontrarem um modo positivo de expressar sentimentos como medo e tristeza;
  • Mantenha as crianças próximas de seus pais, família e cuidadores;
  • Mantenha a rotina familiar tanto quanto possível ou crie rotinas, especialmente se as crianças precisarem ficar em casa;
  • É comum que as crianças fiquem mais apegadas aos pais. Por isso, converse sobre a COVID-19 com seus filhos de modo honesto e adequado para a idade, o que pode lhes ajudar a aliviar a ansiedade causada pelo momento.

Gabriela Righi – Psicóloga na TUCA Psicologia e Educação

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Redação

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