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Rejeição aos Povos de Língua Portuguesa

Livro mostra a rejeição aos povos de língua portuguesa no Brasil apesar dos inúmeros vínculos com estes povos. A lusofonia é um patrimônio mundial inquestionável

Resenha literária

São Paulo, 1/04 de 2021.

1 Minuto

A comunidade invisível: jornalismo, identidades e a rejeição dos povos de língua portuguesa no Brasil é o primeiro trabalho individual do doutor em Comunicação e Sociabilidade e mestre em Comunicação Social Cristian Góes.

Antes, ele foi coautor de “Práticas e fenômenos: comunicação em devir” (PUC/MG, 2015), e de “Jornalismo em Sergipe: dilemas, recortes e contextos (Combook, 2020). A obra, de autoria do jornalista e doutor de Comunicação Cristian Góes, foi editada pela Ponte Editora, da Ilha da Madeira.

No livro, o autor apresenta uma parte dos resultados de uma extensa investigação de doutoramento sobre os primeiros 20 anos da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) no Brasil, a partir da ótica dos dois maiores jornais brasileiros, Folha de S. Paulo e O Globo.

Segundo Cristian Góes, desde a origem da CPLP, os dois principais jornais brasileiros, Folha de S. Paulo e O Globo, praticamente não noticiaram essa comunidade da qual o Brasil é parte. Além de não noticiar, esses dois jornais apresentaram um regime de visibilização sobre a CPLP que sugere a sua rejeição pelo Brasil.

Capa do livro A Comunidade Invisível de Cristian Góes
Capa do livro de Cristian Góes

No livro, o autor aborda as possíveis causas desse “não reconhecimento e do desprezo brasileiro da lusofonia”. O livro faz referência às questões sobre as identidades, comunidades, racismo, o encontro com o Outro. Na obra, o autor entende o jornalismo como um movimento político que faz ver e falar e, principalmente, faz apagar e calar.

Racismo: crime também na língua

“Em resumo, os jornais abordam a CPLP como uma comunidade invisível, baseada fortemente na indiferença e na rejeição. Se um leitor destes jornais lê fielmente essas notícias, pode ser que faça essa mesma leitura, porque nunca viu nenhuma outra abordagem à CPLP”, avaliou Cristian Góes, que fez parte do seu doutoramento na Universidade do Minho, em Braga.

Numa análise mais profunda, em que os jornais em foco são o reflexo de parte significativa da elite brasileira, Cristian Góes vê nesta rejeição “resquícios da colonização, da não aceitação das dívidas com a história do Brasil, especialmente com as questões africanas”, assim como o “racismo dessa elite nacional” que tenta apagar a herança africana no país.

Cristian Góes , Doutor em Comunicação e Sociabilidade pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), e Universidade do Minho, Braga, Portugal. Mestre em Comunicação Social pela Universidade Federal de Sergipe (UFS) e jornalista pela Universidade Tiradentes.
Especialista em Gestão Pública pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e em Comunicação na Gestão de Crise pela Universidade Gama Filho (UGF).

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Redação

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