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Dante Alighieri – 720 anos

O poeta italiano Dante Alighieri não era muito modesto. Autor de diversos livros, dentre eles a Divina Comédia, de fato, sabia de sua capacidade e “exigia” seu reconhecimento. A sua forte formação intelectual e seu caráter combativo o sustentavam. Mas, o poder político-militar-religioso à época e sempre, ergue e destrói homens, estados, países... Entretanto, a sua Arte permanece.

72o anos da morte de Dante Alighieri. Entre rixas políticas e a consolidação da língua italiana moderna, Dante ainda ressoa como poeta na atualidade

Redação

Lisboa, Portugal – 12/09/2023

2.8 Minutos.

Nascido em 1265, Dante se tornou um dos maiores ícones culturais do ocidente devido a sua obra mais famosa intitulada Divina Comédia. O autor morreu há 702 anos em Ravenna, na Itália. Sua obra é tão relevante que é referenciada por outros artistas renomados como Sandro Botticelli e Salvador Dalí, servindo também de inspiração para o jogo de vídeo game Dante’s Inferno.

Além disso, Dante – que era o apelido para Durante – ficou conhecido por atuar na política, pela vida como escritor e por ter se tornado o pai da língua italiana moderna. Para rememorar a data e reiterar a importância do autor, confira três curiosidades sobre o escritor.

Escritor e Vida Política

Natural de Florença, ele passou a primeira metade da vida naquela cidade, até que os acontecimentos políticos o obrigaram a buscar abrigo no exílio. Longe de casa, escreveu poemas líricos em Vida Nova (1293), dois tratados latinos: Sobre a Língua do Povo (1306) e No Governo do Mundo; O Banquete (1304-1307 – um trabalho filosófico não concluído) e a Divina Comédia iniciada em 1308, mas só concluída ao final da sua vida.

Com isso, a Divina Comédia tornou-se a principal obra do autor, dividida em três partes, sendo: Inferno, Purgatório e Paraíso. Buscando representar cada lugar descrito pela Igreja Católica, Alighieri reflete sobre os pecados da humanidade e a construção do pós vida pensada pelo catolicismo.

Dante Alighieri - 720 anos
                                    720 anos de Dante Alighieri e alguns desenhos de Gustave Doré. (Img Web)

O uso do termo “Comédia” no título faz referência a uma definição da antiguidade do que era comédia, que era caracterizada por percorrer um caminho trágico para um final feliz.

A rixa com Papa Bonifácio VIII

No período de atividade política, Dante e o Papa Bonifácio VIII mantiveram desavenças pessoais, religiosas e políticas. Com a vitória dos aliados de Bonifácio VIII, devido às críticas à religiosidade extrema, característica da Idade Média, Alighieri foi exilado de Florença. Caso retornasse a cidade natal, seria queimado vivo.

Considerado genial por escritores e historiadores em todo mundo, o poeta florentino escreveu a Divina Comédia (leia uma amostra) enquanto exilado em Ravenna. Na obra, ele critica a religião por meio da representação de uma viagem dele mesmo ao céu, inferno e purgatório. No texto ele é guiadas pelo poeta pagão Virgílio (Eneida – A história de fundação de Roma) e sua musa Beatrice (por quem fora apaixonado por toda a sua vida).

No livro, Dante chega a representar o Papa Bonifácio VIII e outras inimizades como condenados ao inferno.  O poema descreve as dores e às torturas as quais seus desafetos são submetidos por conta de seus pecados.

O idioma italiano moderno

Dante também é considerado o pai da língua italiana moderna após ter escrito Sobre a Língua do Povo (1306), obra que colocou o italiano como idioma literário. Por meio de Divina Comédia, estendeu as bases para a língua italiana moderna e consolidou o dialeto florentino como relevante para o país.

Divina Comédia em edição bilíngue

Buscando trazer a possibilidade de leitura da Divina Comédia tanto em português quanto no texto original em italiano, a Editora Landmark possui uma edição bilíngue da obra, traduzida pelo poeta e escritor português Vasco Graça Moura.

Considerada a mais fiel tradução da obra para a língua portuguesa, a tradução resgatou todas as minúcias do texto original em volume único, respeitando a construção poética da edição original do poeta italiano, além de apresentar as necessárias notas explicativas para diversas passagens da obra.

Vasco da Graça Moura (1942-2014) foi poeta, escritor, ensaísta, tradutor e cronista português. Autor de numerosos ensaios e de excelentes traduções literárias. Recebeu  o Prêmio Pessoa, em 1995, o Grande Prêmio de Tradução do P.E.N. Club (1996) e o Prêmio Eça de Queirós da Câmara Municipal de Lisboa, entre outros.

 

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Redação

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