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Toda nossa energia

Quando o usuário abre as configurações de seu computador, seja para lazer, trabalho, educação, comunicação básica ele deveria, mas não sabe, que tudo segue padrões tecnológicos estabelecidos por países ricos do Norte. EUA e Europa impuseram ao Ocidente seus protocolos de uso e segurança, o que inclui velocidade, estabilidade; em resumo funcionalidade. Funciona porque executa uma função. Mas, por aqui isso falha muito, apesar de ser bem cara.

Redação

São Paulo, Novembro de 2023

3 Minutos.

O Brasil está na COP28 carregando uma culpa que não é só dele. Deve fazer a sua lição, claro, protegendo a Natureza, a biodiversidade e os biomas mais frágeis e sensíveis do seu território, contra a ganância e a loucura humanas. Mas, não tem de pagar a conta da crise do capitalismo, da falta de energia, da poluição e do lixo planetário. EUA e China não estarão presentes.

Contudo, indo ao nó do tornozelo de barro, nota-se que o acesso à natureza e aos seus recursos finitos tem uma razão básica de ser: busca-se, a todo custo a energia. Seja ele elétrica, e produzida da forma que for: carvão mineral, fóssil, hidrocarbonetos, hídrica, termodiesel (eletrodiesel), nuclear, biomassa, eólica, fotovoltaica… Suja, limpa, reciclável, reaproveitável.

Sem ela, sem a utilização de todas as fontes disponíveis, o país, e o mundo também, não chegariam à metade  do progresso, ou desenvolvimento tecnológico e científico que detemos e do que somos atualmente.

Avanços

Dando um salto histórico, não estaríamos na era da informatização, no mundo dos computadores, mobiles e internet, na organização, transmissão e uso de dados para os mais diversos fins em milésimos de segundos, não fosse a descoberta do fogo. Seguida pelo uso da força de tração humana e animal, do uso do vapor, da eletricidade, e das baterias. Nesta a ideia de acumulação para tempos difíceis.

Foi o passo de ouro da revolução tecnológica industrial iniciado lá pelos finais dos 1700, no século XVIII. Logo depois diversas leis da Física, da Termodinâmica, de Eletricidade foram estabelecidas e resolvidas em muitas de suas intrincadas buscas e soluções. ‘O iluminismo estava a todo vapor!’

A relação espaço/tempo e a variação dos deslocamentos impunham discussões e problemas aos humanos. Estas questões levaram à descoberta e à aplicação da equação “energia é igual a massa vezes a velocidade da luz ao quadrado“, e de como superar barreiras como o ar (atmosfera e pressão), ou como utilizar os elementos suspensos nele a nosso favor. Ação, reação, atrito etc. A poluição atrapalha a transmissão de dados e o vôo dos pássaros.

Todos os brinquedos tecnológicos

Sim. Seja o dado, ou o conjunto de elementos que o constituem, físicos, lógicos, analógicos, digitais lançados no ar, que com antenas captam ondas de radiofrequência, wifi, Am e Fm, todos necessitam de meios de transmissão. Se for cabo, cobre ou fibra, ouro, platina ou lítio, não importa, todos estão dependentes das relações que se estabelecem entre ar, terra, água e luz. Este último é no mínimo impressionante, como todos, mas ele contém uma carga de atração gigantesca. Mítica, mística. Transcendente.

Nele está contido, simbolicamente, a força, a energia, a fonte da vida. O “Sol que nasce todos os dias”. O rei, o deus, para muitas tradições o criador e mantenedor da vida.! Entretanto, não se pode menosprezar as outras, de igual importância. Ou os 4 funcionam juntos ou não há resultado viável. Todos produzem energia. É só uma questão de saber usá-los.

Os chineses incluíram nesta lista a madeira e o metal. Sim, estes também podem ser trabalhados para produzirem energia. Do carvão que alimentou os fornos do passado e as pizzas de sexta-feira à noite, às partículas de urânio tratado, dentre outros minerais, todos produzem energia.

Com eles se transporta a energia, e com ela constrói e se destrói. Madeira queimada libera energia dentro de condições específicas, e uma sequoia californiana ou uma castanheira amazonense pode-se impulsionar uma maria fumaça de ferro puro por alguns metros. Ainda que numa classificação se a tenha como má condutora de energia.

Todos os condutores do poder

Quem dominou as fontes inicialmente, quem entendeu que o uso adequado dos elementos lhes daria o poder, saiu na frente. Um olhar menos dramático no mapa geopolítico e da correlação de forças econômicas do mundo atual deixa claro que é quem nesta corrida!

O fato é que há uma trama de interconectividade, interdependência entre os muitos países organizados do planeta que detém, em maior ou menor quantidade, os recursos elementares com os quais se pode fazer a barganha do poder. Assim, quem tem petróleo, quem tem bombas atômicas, quem tem água em abundância, quem tem minerais estratégicos em seu território precisa saber se defender.

No xadrez se diz que a melhor defesa é o ataque. Talvez, por conta disto, os países invadem uns aos outros. Os mais fortes, detentores daquele conhecimento inicial até promovem disputas entre os mais fracos. Chegaram a dividir o mundo em paralelos, latitudes, longitudes, graus, quadrantes, tudo para facilitar pelas rotas a chegada dos recursos que os tornariam mais ricos, mais fortes, mais poderosos. Fizeram pactos. Organizaram continentes a partir de seus conteúdos. Classificações, diferenças, interesses.

Das mentiras e do peso

Planificaram o globo – diferente demais da ideia ridícula de que a terra é plana. A terra é um plano, estrategicamente arquitetado para estabelecer, manter e reproduzir as relações de poder adquiridas com o conhecimento e controle dos elementos que a constitui, daqueles que os detêm.

Para nós, brasileiros, tem sobrado uma série de cobranças e responsabilidades. “O país do futuro!” O “celeiro do mundo!” O “pulmão do planeta!”, e toda uma bateria de ataques seja pela indústria cultural, seja pela economia, pela religião, pela força militar, seja pelo jogo político-partidário… Enfim, muito se faz para transferir at ‘the new colony‘ as crises de sobrevivência dos países dominantes, às matrizes e coroas europeias. Temos mesmo de arcar com o ônus daquelas festas?

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Redação

ÆscolaLegal é um esforço coletivo de profissionais interessados em resgatar princípios básicos da Educação e traduzir informações sobre o universo multi e transdisciplinar que a envolve, com foco crescente em Educação 4.0 e além, Tecnologia/Inovação, Sustentabilidade, Ciências e Cultura Sistêmica. Publisher: Volmer Silva do Rêgo - MTb16640-85 SP - ABI 2264/SP

3 thoughts on “Toda nossa energia

  • Lu Dias Carvalho

    Excelente artigo, parabéns!

    • Obrigado, LU. Sua opinião é da maior importância! Gde. abraço.

    • Obrigado, Lu Dias! Em visita ao seu blog pude notar o empenho e qualidade respeitosa com que você lida e trata os seus leitores, pelo tratamento dirigido aos diversos temas abordados. Prazer tê-la conosco!

Fechado para comentários.