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Modelo Russo de Ciência

A ciência experimental surgiu nos séculos XV e XVI na Itália tendo como base social de apoio a burguesia italiana interessada na queda
de dogmas políticos. Na Inglaterra, a ciência se desenvolveu nos séculos XVI e XVII a partir das ideias Baconianas de progresso e da
Reforma Protestante, na ênfase da ação racional dos indivíduos e da coletividade. Na França do século XVIII, o apoio à atividade
científica resultou da expectativa tecnológica do Governo Francês com relação a seus resultados. Na Alemanha do século XIX, o apoio
à atividade científica decorreu da busca do conhecimento para a formação de um espírito alemão, com a geração autônoma de filosofia e ciência. Nos Estados Unidos, dos séculos XIX e XX, a atividade científica teve como base social a estreita relação entre as universidades, a
pesquisa, e a iniciativa privada.

Ricardo Guedes

Belo Horizonte, 28/09/2022.

1 Minuto.

Na Rússia do século XX, a atividade científica resultou da expectativa claramente tecnológica por parte do governo com relação a seus resultados. Mas, ao contrário da França, ali verificou-se a diferenciação do papel social dos cientistas de outros papéis sociais.

A Rússia, desde o seu período autocrático com os Czares, assim como também após a Revolução de 1917, sempre preservou o pensamento autônomo dentro de círculos estritos para o consumo de suas elites e aplicação social. A Rússia, principalmente na região de São Petersburgo, provém de forte tradição cultural, com Tolstoi, Dostoievski, Tchaikovsky, o Bolshoi, dentre tantos.

Até 1917, a atividade científica foi precariamente desenvolvida dentro da Academia Imperial de Ciências. Após a *Revolução socialista, a Academia foi mantida como forma diferenciada de produção científica devido à forte competição internacional e ao isolamento político com ao qual o país se deparou.

*[N.E: Análise sob a ótica do Marxismo científico dialético.]

Modelo Russo de Ciência
O impulso do desenvolvimento econômico russo foi orientado pela revolução de 1917. (Img. Web)

A atividade científica, no entanto, não chegou a ser incorporada ao contexto universitário, mais dirigido ao ensino profissional e ideologicamente orientado.

Hoje, a Academia Russa conta com mais de 600 Institutos de Ciências Básicas, Ciências Aplicadas, e de desenvolvimento de produtos.

Foram cientistas russos de importância Dmitri Mendeleiev na Química, Sofia Kovalióvskaia na Matemática, Ivan Pavlov na Fisiologia, Sergei Lebedev na Sismologia, Zinaída Ermôlieva com a penicilina, Lev Landau na Física, dentre tantos. Ao todo, cientistas e intelectuais russos foram angariados com total de 32 Prêmios Nobel.

A Ciência na Rússia se desenvolveu em estreita correlação com o desenvolvimento tecnológico na energia atômica, na corrida espacial, nos armamentos de ponta, e na medicina.

Já os modelos de ciência no Japão e China tomaram caminhos diferentes.

 

Ricardo Guedes – Ph.D. pela Universidade de Chicago e CEO da Sensus

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Redação

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