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Para não retroceder 300 anos

Mulheres, Ciência, minorias, Liberdade, paz e outros componentes da vida estão em constante ameaça desde que movimentos políticos e ideológicos de direita conservadora e retrógrada galgaram novos postos do poder. Para piorar eles não vieram sozinhos… O índice de felicidade do brasileiro despencou.

Redação

São Paulo, 28/01 de 2022.

2 Minutos

A escalada da infelicidade se deu por conta de um retrocesso e acomodação do pensamento da ‘esquerda’ que se assentou comodamente sobre as benesses do capitalismo que não venceu, e assim, detendo o poder e o acesso aos meios de comunicação e integração social, pode atender algumas das demandas na educação, na construção e promover certas melhorias da qualidade de vida de regiões e territórios antes pouco valorizadas.

Teve seu momento de glória, mas não conseguiu segurar os louros por 30 anos – um período considerado por especialistas suficiente para entrar e ficar na memória das pessoas que elegem os quadros políticos representativos de nossa república.

Há uma série de exemplos das ações da “esquerda” no poder do Brasil durante os anos de 2002 a 2009, período em que os brasileiros (https://www.scielo.br/j/rac/a/YnGnhHKwK9ftzV4tc95GZnM/?lang=pt) se orgulharam por ter alcançado a 6ª posição na economia mundial (disputa muito mais competitiva que o futebol, a fórmula 1 ou o vôlei), de ter conseguido, segundo dados estatísticos, o pleno emprego (4% de desempregados) e de ter um salário mínimo de 300 dólares. O projeto de transposição das águas do Rio São Francisco, e o da construção de Monte Belo, à despeito das reclamações dos ambientalistas, acendeu as luzes no escuro das cidades do sertão nordestino, juntamente com o Luz para Todos e o Minha Casa Minha Vida.

Crescimento foi notável

A produtividade agrícola destas regiões melhorou.  Cerca de quatro anos depois uma grande expansão do número de universidade federais pelo país trouxe mais esperança, orgulho e felicidade para a população que apontou a direção de um salto de qualidade expressivo na expectativa de vida do brasileiro. O PIB  (produto interno bruto – que é a soma de toda a riqueza gerada no país – trabalho, produção)  alcançou R$ 2.600 trilhões, o índice GINI (role até achar Brasil – atual – quanto mais perto de 1 pior a situação) chegou aos 0,53, a pobreza caiu cera de 67%, e segundo matéria publicada na revista Veja, em maio de 2013 sobre a análise do Centro de Políticas Sociais da Fundação Getúlio Vargas (FGV)( https://veja.abril.com.br/politica/brasil-atingiu-em-2010-menor-patamar-historico-de-desigualdade-de-renda/ ), como resultado deste fatores o peito do brasileiro pobre e do médio estava inflado, e a autoestima em alta.

O estudo tomou como base o índice de GINI, que começou a ser calculado pelo Banco Mundial nos anos 60. Com aqueles resultados, segundo o professor e economista da FGV Marcelo Neri que conduziu os estudos, o país deu um salto histórico considerável, embora seus números permanecessem abaixo dos EUA, por exemplo, por razões óbvias e históricas (os EUA priorizaram a Europa no período pós-guerra e deixaram a Am. Latina de lado, ao sabor de hordas militares e golpistas). Tudo bem, foi um período de luzes.

O pleno emprego

Em 2006 eram 17 milhões de empregados no setor que  cresceu  mais  que  o  PIB  nacional, e  em  2007  representou  um  terço  de  tudo  que  foi  exportado  no país;  a soja  liderou  as  remessas  para  o  exterior  e  levou  o  Brasil  a  superar  os  EUA  no  comércio internacional  do  agronegócio – naquele ano representou cerca  de  24%  da  economia  brasileira.  Os  altos preços  das  commodities  e  uma  safra  recorde  de  133,3  milhões  de  toneladas  de  grãos  (cereais, leguminosas  e  oleaginosas),  de  acordo  com  o  IBGE,  fizeram  com  que  o  setor  como  um  todo  crescesse 7,89%  em  comparação  com  o  período  anterior,  2005/2006.  Passamos de 112 destinos de comércio exterior para mais de 200. A indústria naval (estaleiros)  empregava mais de 30 mil trabalhadores.

O  PIB  do  agronegócio,  que  soma  a produção  agrícola,  a  pecuária  e  os  insumos,  atingiu  R$  611,8  bilhões,  de  acordo  com  estimativa  da  CNA (Confederação  da  Agricultura  e  Pecuária  do  Brasil),  feita  em  parceria  com  o  Cepea-USP  (Centro  de Estudos  Avançados  em  Economia  Aplicada  da  Universidade  de  São  Paulo – veja dados atualizados aqui). Aquele  crescimento  foi  maior  até  mesmo  que  o  do  PIB  nacional,  que  subiu  5,4%  em  2007  e  alcançou  R$ 2,78  trilhões.  E  ainda  compensou  o  comportamento  praticamente  estável  observado  em  2006  (quando houve  alta  de  apenas  0,45%)  e  a  queda  ocorrida  em  2005  (de  4,66%).  Em  janeiro,  fevereiro, março  e  abril  houve  um  crescimento  de  3,83%,  em  comparação  com  o  mesmo  período  do  ano  anterior.

Dados de 2011 apontavam o  agronegócio  brasileiro  promovendo alta  de  9%  no  Produto  Interno  Bruto  do  setor,  o  dobro da  expansão  esperada  para  o  PIB  nacional.  O  cenário  favorável  foi  tema  de  matéria  especial  de várias publicações.  “Estamos  vivendo  o  maior  ciclo  de  preços  altos  da  história  recente.  Nunca  houve  tamanha  duração  de demanda  maior  que  a  oferta”,  afirmou  o  ex-ministro  da  Agricultura,  Pecuária  e  Abastecimento  Roberto Rodrigues,  coordenador  do  Centro  de  Agronegócio  da  Fundação  Getúlio  Vargas  (FGV).

Aquecimento da  demanda  internacional  por  alimentos,  puxada  pelos  países  emergentes, principalmente  a  China,  e  o  aumento  no  poder  de  compra  da  classe  C  brasileira,  estavam entre  os  fatores apontados  como  âncoras  para  o  excelente  desempenho  do  setor.   O  Ministério  da  Agricultura  aguardava as  exportações  do  agronegócio  brasileiro  ultrapassando  US$  90 bilhões  em  2011,  valor  recorde  e  18%  acima  do  registrado  no  ano  anterior.  No  primeiro  semestre, foram  embarcados  US$  43,2  bilhões,  com  destaque  para  o  complexo  soja  –  o  Brasil  tornou-se o  segundo  maior exportador  mundial  –  responsável  por  US$  12,7  bilhões – atrás apenas dos EUA. Diante  da  boa  fase,  o  agronegócio  brasileiro  investiu  também  em  aumento  de  produção.  De  acordo  com as pesquisas do  Ministério  da  Agricultura  e  da  Embrapa  (Empresa  Brasileira  de  Pesquisa  Agropecuária) as perspectivas eram tão favoráveis que  entre  as  safras  2010/11  e  2020/21,  os  maiores  incrementos  esperados  seriam para  o algodão  (47,8%),  celulose  (34%)  e  café  (30,7%).

Não foi o que aconteceu. Alterações no padrão climático global, queimadas na Amazônia, regime das chuvas descontinuados, a pandemia e o desastre da gestão atual, incapaz de organizar a economia e comandada por militares que chegaram ao poder em 2018, em cima de um discurso obsoleto e ideológico carregado de ódio e de “combate à corrupção” não confirmaram esta previsão feita há 12 anos atrás (embora tenham elevado seus próprios salários em mais de 50% no final de 2021. Porém, a tabela oficial liberada pelo governo, para generais e outras altas patentes ligados ao executivo está obviamente defasada. Veja aqui.)

Em resumo – somando-se estes fatores o PIB atual brasileiro não causa entusiasmo – é o menor desde 2007 –  a inflação que esteve controlado por quase duas décadas  voltou a subir e chega aos 10% e os índices de desemprego (os sem trabalho, sem remuneração, os que não querem mais – desalentados-, os que nem estudam nem trabalham, os informais que não recolhem IR) enfim, um contingente que pode facilmente atingir  mais de 30 milhões de pessoas colocaram o país de joelhos e ficou claro para muitos que o retrocesso foi um desastre anunciado e as dificuldades futuras serão muitas! Está mais do que claro que felicidade e bem-estar da população caminham de mãos dadas. Algo precisa mudar, rapidamente.

 

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Redação

ÆscolaLegal é um esforço coletivo de profissionais interessados em resgatar princípios básicos da Educação e traduzir informações sobre o universo multi e transdisciplinar que a envolve, com foco crescente em Educação 4.0 e além, Tecnologia/Inovação, Sustentabilidade, Ciências e Cultura Sistêmica. Publisher: Volmer Silva do Rêgo - MTb16640-85 SP - ABI 2264/SP