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Robotização IA e Revolução Industrial

Vivemos em uma época de transformações radicais em rápidas sucessões, e em que as nossas concepções da realidade (ou de sua multiplicidade) tendem a ser profundamente alteradas.

Pico, nano, micro processadores, unidos em clusteres com bufferes sincrônicos, numa minibios ou em uma UEFI (United Extensible Firmware Interface) é o software que irá substituir a BIOS atual, como interface entre o hardware do seu computador e sistema operacional. Menos espaço físico, mais memória virtual.

Ao contrário da BIOS, a UEFI permite um interface com mouse, e em vez de ser escrito em assembly, é escrito em C – o que poderá significar uma maior necessidade de recursos, mas também uma maior flexibilidade. Estas linguagens evoluíram atendendo justamente às necessidades paralelas do desenvolvimento das tecnologias e suas composições físicas/materiais, em quantidade e qualidade. Por exemplo, um computador diminuiu de tamanho com o tempo, e os celulares são uma prova desta “evolução”.  

Isso significou, inclusive, uma diminuição no impacto ambiental, dado que a quantidade necessária de ferro, alumínio, cobre, ouro, silício, nióbio e outros minerais retirados da terra por empresas especializadas em mineração também diminuiu, ainda que não se possa constatar isto a olhos vistos. Ainda assim os desastres ambientais causados pela incompetência técnica e gerencial humanas, as injunções do mercado, lucros e competição são terríveis e custam milhares de vidas.

O cérebro funcional capaz de realizar tarefas básicas que não exigem complexos raciocínios. (Foto: Internet)
De volta aos novos equipamentos.

Estes componentes unificados, em redes e sistemas complexos, constituem configurações neurartificiais – um cérebro funcional capaz de realizar tarefas básicas que não exigem complexos raciocínios – como varrer, limpar, desentupir, carregar, empilhar, derrubar, organizar por cor, formato, tamanho, peso, lavar, buscar e levar, identificar, obedecer, gravar e reproduzir, localizar, remover, acompanhar, atender etc…

Tudo pode ficar sob o comando de algoritmos, programas e aplicativos instalados em 6 HDs (discos rígidos de memória) ou SSD com 6 terabites cada, em robots antropomórficos ou de design funcional, capazes de atender às necessidades de seus proprietários. O resto são fios, cabos, baterias, placas, transmissores e memórias convencionais.

Engenheiros em grandes empresas estão atuando fortemente nesta direção, numa corrida desenfreada e altamente competitiva para chegar a este futuro, enquanto outras instituições ocupadas em Bioética, em questões mais humanistas, como a proteção das pessoas ameaçadas pelo processo apontam os cuidados com as consequências – duas Alemanhas (em termos populacionais) poderão ser varridas do planeta, e a vida de outro tanto, pelo menos, sofrerão profundas alterações em suas vidas. Os cuidados são absolutamente necessários.

MUDANÇAS PROGRAMADAS OU EVENTOS ALEATÓRIOS?

Aí veio a Covid19 e acaba com 190 milhões de pessoas da população mundial menos assistida, segundo estimativas e pesquisas realizadas pela OIT, por acaso parte da grande massa que executa todos os serviços manuais e outros tantos não listados aqui e que não tiveram a oportunidade de alterar suas condições sociais – substituição pura e simples!

Considere as taxas de desemprego por países – esta é uma média – no Brasil estima-se em 15% (corrigidos), ou algo em torno de 14 milhões de pessoas. Dados de desemprego no Brasil 2020 em matéria recente publicada pelo o Globo – 13 milhões – mas, ainda existem os tais desalentados (os que deixaram pra lá – pararam de procurar) e aqueles que serão, efetivamente, substituídos pelos mecanismo frios da revolução industrial 4.0 .

Ainda que um código ético, contido nas leis da robótica criada por Isaac Asimov, proteja os humanos contra possíveis atitudes diretas, os contextos, as circunstâncias e a força inter-relacional que movimenta toda a cadeia da vida no planeta – a teia delicada que nos une – deixa claro que o que se faz de um lado, reflete-se no outro. Como um músculo que para ser flexionado precisa estender outro, e o que poderia ser considerado uma ocorrência isolada tende a tornar-se um fenômeno com a força de uma “pandemia”.  

Todas as forças resultam da interação de um corpo com outro corpo (Img. Internet)

As forças resultam da interação de um corpo com outro corpo. É de se esperar, portanto, que, se um corpo A exerce uma força sobre um corpo B (chamada de ação), A também experimenta uma força (chamada de reação) que resulta da interação com B. Isaac Newton, lá pelos idos de 1670 percebeu não só que isso acontece sempre mas, indo mais longe, especificou as principais características das forças que resultam da interação entre dois corpos.

Essa questão foi objeto da sua terceira lei, cujo enunciado é: Para toda força que surgir num corpo como resultado da interação com um segundo corpo, deve surgir nesse segundo uma outra força, chamada de reação, cuja intensidade e direção são as mesmas da primeira mas cujo sentido é o oposto da primeira.

Para onde caminhamos?

Teoria do Caos, da Imprevisibilidade, da Incerteza, ação e reação, VUCA (ultrapassada?), da variedade requerida e outras incursões no campo experimental e especulativo das Ciências teóricas e aplicadas, são análises e princípios matemáticos, físicos, exatos e atualmente quânticos que, ao serem explorados pela Literatura e outras artes, ao mesmo tempo procuram explicar, de forma teórica e em exemplos práticos, nos laboratórios ou em campo, suas funcionalidades e usos.

O futuro que nos aguarda será, desta forma, após experimentos, tentativas, erros e acertos, o resultado de nossa capacidade de compreender, atuar e direcionar nosso presente, e este é um exercício extremamente complexo. Isso, contudo, não nos impede de estabelecer ou de recordarmos certos princípios que até aqui e agora nos tem mantido como espécie, aparentemente, capaz de continuar. Mas, em qual direção?

Um belo ensaio escrito pelo falecido pesquisador e professor da USP Nicolau Sevcenko sobre o significado de nossa época, curto, sistemático, didático e bem ilustrado, nos dá excelentes pistas sobre os tempos atuais, que seriam momentos de aceleração contínua das mudanças, resultado de novas tecnologias apropriadas pela lógica do mercado, produzindo um processo cego, potencialmente desastroso para a humanidade.

Há uma tríade que nos suporta: o passado, o presente e o futuro – as três dimensões temporais nas quais estamos imersos, e sem as quais estaríamos como um deus louco ao ver tudo ocorrendo a uma só vez e, se não fôssemos dotados de enorme potência mental – omnipresença, omnisciência, omnipotência –   obviamente cairíamos em um universo sem sentido, contidos dentro de um espaço quadrimensional: para frente, para trás, para cima e para baixo – girando, “pipocando”, chocando-se como conteúdos, continentes, contenções! Um provável buraco negro onde tudo e nada são de uma só vez coisa alguma!

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Redação

ÆscolaLegal é um esforço coletivo de profissionais interessados em resgatar princípios básicos da Educação e traduzir informações sobre o universo multi e transdisciplinar que a envolve, com foco crescente em Educação 4.0 e além, Tecnologia/Inovação, Sustentabilidade, Ciências e Cultura Sistêmica. Publisher: Volmer Silva do Rêgo - MTb16640-85 SP - ABI 2264/SP

3 thoughts on “Robotização IA e Revolução Industrial

  • Na minha opinião, esse é um material de leitura essencial para educadores, pensadores e formuladores de políticas públicas. Sua importância precípua está localizada na conclusão que assevera o perigo do desenvolvimento das tecnologias digitais exclusivamente à mercê das leis de mercado. Assim como qualquer instrumento desenvolvido pelo humano para otimizar sua sobrevivência, desde a confecção da primeira pedra lascada, ferramentas tecnológicas podem facilmente serem convertidas em armas ou utilizadas de forma danosa aos interesses de uma sociedade, em favor de interesses pessoais predatórios. E lembrando: tecnologia deve ser sempre uma ferramenta, não uma solução.

    • Obrigado! que bom que gostou! Continue lendo nossa revista. Dissemine entre os conhecidos de sua rede social.
      O Publisher

    • Obrigado Jorge! que bom que gostou! Continue lendo nossa revista. Dissemine entre os conhecidos de sua rede social.
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