De Londres para Você
O Coronavírus é apenas a última reviravolta em um jogo entre os abusados e os abusadores que acontece em todos os lugares e tempos…Mas, houve quem soube tirar proveitos.
London, 12/31- 2020.
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Eu poderia transformar uma revisão deste ano em uma ladainha de reclamações. Minha introdução seria que a Inglaterra é claramente um lugar onde as autoridades podem mentir e ser acreditadas por uma nação de ovelhas. Mas, embora a Inglaterra seja claramente esse lugar, quando foi diferente – aqui ou em qualquer outro lugar?
O Coronavírus é apenas a última reviravolta em um jogo entre os abusados e os abusadores que acontece em todos os lugares e tempos. Aqueles de nós que não querem participar do jogo, eu sugiro, devem parar de reclamar de máscaras e vacinas duvidosas e tentar ver o lado bom. Afinal, essa última virada do jogo não foi acompanhada por nenhum ato de assassinato em massa, ou por alguma falta incomum de racionalidade. Em vez disso, houve um lado bom para 2020 – se ao menos nos importássemos em procurá-lo, um lado muito bom.
Eu tenho, eu aceito, um viés pessoal nesta visão do ano. Até março, era minha ambição não alcançada e talvez inatingível colocar todo o meu ensino on-line. Isso agora foi alcançado e estou operando com capacidade total desde agosto. Não consigo encontrar nenhuma perda compensatória. Não gosto de viajar. Eu particularmente não gosto de viajar diariamente.
Minhas mulheres e eu temos pouco prazer na companhia física de outras pessoas. Não vamos a restaurantes, teatros ou cinemas. As únicas lojas que frequentamos estão abertas. O grande aumento das compras on-line mais do que atendeu às nossas outras necessidades. Se, após as férias de Natal, todo o país se mudar para o Tier 5, 6 ou 7, e lá permanecer até a Páscoa, não será nosso inconveniente.
…nada que valha a pena saber é ensinado em um ano de escolaridade que não possa ser aprendido em algumas horas de leitura...
Agradeço que outros não tenham tido tanta sorte. No entanto, 2020 trouxe benefícios. Os bloqueios inspiraram investimentos mais pesados no progresso científico e técnico, muitos dos quais são ou serão para o benefício da humanidade. Houve menos guerras. Crianças em todo o mundo passaram a maior parte do ano sem escola regular. Se isso é considerado um desastre, nada que valha a pena saber é ensinado em um ano de escolaridade que não possa ser aprendido em algumas horas de leitura.
Ao mesmo tempo, essas crianças foram poupadas durante meses do que é mais uma guerra psicológica do que educação. É muito menos provável que eles se tornem os trabalhadores-cidadãos obedientes e inquestionáveis que seus pais foram.
Ou podemos olhar para o desempenho geral das autoridades. Embora provavelmente não seja uma ameaça séria, o Coronavirus tem sido um teste útil para o Estado britânico. Ele falhou em todos os níveis. O que quer que tenha tentado foi prejudicado pela incompetência e corrupção. Pode ser que uma crise de legitimidade seja desencorajada na Inglaterra por um desempenho inesperadamente bom na nossa saída da União Europeia. Em outros países, as autoridades têm menos a mostrar contra suas falhas.
O resultado natural do ano passado será uma retirada daqueles padrões de interação que são facilmente monitorados e controlados pelas autoridades e por uma desconfiança generalizada das autoridades. O jogo entre abusados e abusadores não terminará. Mas aqueles de nós que não querem participar devem ver que estamos entrando em 2021 com pelo menos um potencial maior de viver livremente do que teria sido o caso.
Meus amigos americanos podem defender contra esse argumento a destruição de Donald Trump. Mas não ficarei convencido. O Sr. Trump fez uma campanha eleitoral inspirada em 2016, prometendo mudanças fundamentais na governança corrupta de seu país. Ele então se acomodou a quatro anos de fanfarronice da qual quase nada de valor emergiu. Provavelmente houve fraude eleitoral em novembro passado – mas ele provavelmente perdeu aquela eleição, e a perdeu porque quebrou muitas de suas promessas.
Sua destruição não será uma perda irrecuperável. O Sr. Biden provavelmente não será tão terrível quanto me disseram que será. Nem a Sra. Harris, quando ele for declarado inapto por causa da decadência senil. Os Estados Unidos sempre foram governados por uma coalizão de malvados e insanos mais do que o normal. A única genialidade de sua constituição federal é que ela tende a colocar essas pessoas umas contra as outras e mantê-las sob controle. Indivíduos eleitos têm pouca influência – a menos que tenham habilidades que o sistema eleitoral americano existe para desencorajar.
Poucas coisas podem mudar para melhor ou para pior.
E, portanto, desejo aos meus leitores um 2021 tão feliz e próspero quanto possível. O futuro ainda está aberto e, se realmente houver um botão de reset a ser pressionado, ele se aplica pelo menos tanto aos governantes quanto aos governados.
