Educadores

Ciência e Educação

O grande avanço cientifico que a humanidade passou a observar nos últimos anos é algo revolucionário.

Arthur Cantanzaro

São Paulo, 03/11 de 2020.

1 Minuto

Podemos observar isso na rapidez e na qualidade em como a ciência está trabalhando fortemente para uma vacina contra a Covid-19. Entretanto, não se observa esse avanço caminhando junto com a educação brasileira.

Aqui no Brasil, temos ótimos institutos de pesquisa que são reconhecidos internacionalmente como a Fiocruz, Instituto Butantã e diversos outros.

Esse ano, a Universidade de São Paulo foi nomeada como a sétima universidade que mais produz pesquisa no mundo segundo ranking elaborado pelo Centro de Estudos em Ciência e Tecnologia (CWTS, na sigla em inglês) da Universidade de Leiden, na Holanda.

Porém, podemos ver que a educação básica do nosso país não acompanhou esse avanço e esse processo. Exemplo disso são as diversas escolas públicas que não há um laboratório para praticas científicas e nem bibliotecas para que alunos possam praticar pesquisas e se interessarem pela ciência.

Existem diversas raízes nesse grande problema, primeiro o péssimo investimento que se dá na educação básica. No relatório Education at a Glance 2019 foram compilados a partir de análises dos sistemas educacionais dos 36 países membros da organização e outros dez países parceiros da OCDE como o Brasil, Argentina, Rússia e África do Sul, entre outros.

Estamos longe do ideal

De acordo com o documento, em 2016 o Brasil gastou 4,2% do PIB no Ensino Fundamental 1 e 2 e Ensino Médio. O índice está acima da média da OCDE, que é de 3,2% do PIB, porém, esse valor permaneceu basicamente o mesmo desde 2010, apesar de o PIB brasileiro ter crescido 2% neste período. Ou seja, o investimento na educação não foi proporcional ao crescimento no PIB deixando a educação pública em desvantagem.

Além disso, a formação do professor que precisa ser revista e melhorada para que os professores sejam capazes de aplicar sua didática e conteúdo da maneira mais eficaz possível para os alunos. Contudo, os professores mesmo com a formação necessária para a sala de aula precisam de melhores condições de trabalho como uma infraestrutura adequada nas escolas e também salários adequados.

Segundo a OCDE, os professores do Ensino Fundamental brasileiro ganham em média por ano US$ 22,5 mil, sendo que a média da OCDE é de US$ 36,2 mil.  E os professores de Ensino Médio ganham por ano US$ 23,9 mil, e a média de salário anual da OCDE para esta etapa do ensino é de US$ 45,8 mil. Assim, os professores tem péssimas infraestruturas nas escolas e um salário que não valoriza seu trabalho e nem incentiva a melhora-lo.

Sem Ciência não há crescimento

Segundo o Jornal O Globo, somente 11% das escolas de todo Brasil possuem laboratório de ciências, contando as escolas publicas e privadas. Logo, é perceptível que a prioridade não é uma infraestrutura com qualidades necessárias para o aluno desenvolver suas habilidades e conhecer a ciência de forma concreta e necessária para sua formação.

Graças a esse currículo que não prioriza as ciências e com dados desanimadores para o Brasil, as crianças, que por natureza já são curiosas e querem saber mais sobre o mundo, acabam se distanciando da ciência por falta de acesso e por ter um péssimo primeiro contato com ela.

O grande problema está em como integrar a ciência e educação de forma concreta, correta e eficaz aqui no Brasil. Um país que infelizmente passa por momentos complicados com um governo onde educação e ciência são questionadas o tempo todo e chamados de “balbúrdia”.

A “balbúrdia” que tanto dizem é aquela que sofre com falta de investimento, valorização e reconhecimento do governo e da população que apoia o comportamento negacionista de grande parte do atual governo e que contribui para a ciência e a educação não andarem lado a lado.

Arthur Cantanzaro
Presidente do iScience

Compartilhar

Redação

ÆscolaLegal é um esforço coletivo de profissionais interessados em resgatar princípios básicos da Educação e traduzir informações sobre o universo multi e transdisciplinar que a envolve, com foco crescente em Educação 4.0 e além, Tecnologia/Inovação, Sustentabilidade, Ciências e Cultura Sistêmica. Publisher: Volmer Silva do Rêgo - MTb16640-85 SP - ABI 2264/SP