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Mega Madona

Ao reunir mais de um milhão e 400 mil pessoas na praia de Copacabana – RJ – Madonna, a rainha do Pop (65 anos), atraiu uma considerável plateia de fãs para seu show ‘Celebration‘ em um momento tenso da política e da economia local, regional e global. Milhares de nen nem, feministas, lgbtqia+ e populares comuns se agruparam nas areias cariocas para um ‘rebolante‘ fim de semana que atraiu gente de todo tipo.

Sintomático como polo de eventos no RJ da famosa praia, a já cantada e decantada Princesina do Mar por outras expressões musicais, mais uma vez não falhou em sua missão de iluminar a cidade e atrair as mariposas da noite para mais um festejo sob os auspícios do estado e da prefeitura cariocas.

O orla fluminense, onde boêmios das classes media, media alta, milionários e artistas ainda desfilam grifes, estilos, poses, posses e pretensões, também já foi palco de outras manifestações. No entanto, muitas foram de cunho bem menos alegres. Nos últimos 20 anos arrastões, comícios verde amarelos, milícias ‘bolsonaristas’, ao estilo-essência das facções criminosas, crimes e assassinatos cruéis e covardes, entre outras, mereceram destaque na mídia e imprensa mundial. Com destaque para a Revolta do forte de Copacabana, em que militares tenentistas se voltaram contra as forças legalistas e oligarcas locais.

Cidades e praias famosas parecem ter este “charme“. Como na Cuba dos anos 50, onde mafiosos e endinheirados norte-americanos e europeus faziam a festa. Assim como em Casablanca, no Marrocos, ou Trípóli na Líbia, e claro, Marselha na encantada Côte D’azur francesa, de onde partiram entoando cânticos de liberté, égalité, fraternité milhares do povo, homens e mulheres para derrubar a monarquia parisiense. Cada uma a sua época!

Boas festas!

Mas, aqui, sob os trópicos, Copacabana também trouxe e lembrou o país e o mundo, sob o luar das noites mornas e dos dias quentes debaixo do sol e calor tropical com 35 graus, ser ótimo local onde trabalhadores e manifestantes pela paz, eventos esportivos de envergadura mundial, como a copa do Mundo de futebol, a Olimpíada de 2016, enviaram outras mensagens ao povo brasileiro e ao mundo.

No entanto, nenhuma destas manifestações teve o condão de superlotar a área como o fez Madonna. De causar inveja a partidos e políticos brasileiros que desde o movimento pelas Diretas Já que concentrou na região central de São Paulo, um número gigantesco de populares.

Mega Madona
Oral Carioca, onde Madonna fez seu show. (Img. Web)

Você por argumentar: “sábado a noite, calor, de graça e com cara de festa, até eu!” Menos, cara pálida, menos! O show da mulher teve um quase evidente caráter político. E econômico. Teve muita gente que foi lá para trabalhar, ela inclusive.

Seguramente, o evento aqueceu a economia local e deu a chance de vendedores e ambulantes salvarem seu fim de semana.

Obviamente, deixará grife e representações de seus negócios por lá. No fundo, é pura questão financeira.

Politicamente importante, deixou uma mensagem de festa e alegria para uma cidade estigmatizada. São incontáveis as ações policiais desastrosas e cruéis contra pobres, pretos, e comunidades.

Em teoria midiática contra mafiosos, milicianos, crime organizado e gangues de traficantes que a tornam um caldeirão fervendo de intenções e lutas por poder.

Um dia igual ao outro

A antiga capital do império é um centro nervoso e caótico. De um lado, milionários, militares e políticos, garçons, garçonetes e donos de barracas de praia se misturam com bandidos e facções criminosas mascarados de legalidade, espalhando ondas de violência e medo. Sabe-se que, a partir dela já se contaminaram muitas das grandes cidades do país. Há estudos bem interessantes feitos pela Academia e por organismos internacionais que deixam claro o tamanho do envolvimento e das ligações que alicerçam estas estruturas. Do peixinho de beira mar até grandes tubarões de águas profundas e barracudas salientes com seus vestidos e gravatas de seda. Do outro lado gente comum.

Uma festa como a de Madonna, certamente teve a intenção de jogar um pano frio sobre a fervura do verão tardio carioca, e ao mesmo tempo levantar o moral da cidade, trazendo possíveis momentos de reflexão para além da festa ao resto do país. Para quem foi e pulou na areia, não, óbvio. A não ser que estivesse em um passeio socrático querendo saber quanto custou tudo aquilo. Ou como criar um ídolo?

Uma reflexão do tipo: Rio Grande do Sul merece atenção, por exemplo. 4 tragédias seguidas em 4 anos e nenhuma providência real. Isso pode, internauta?

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Redação

ÆscolaLegal é um esforço coletivo de profissionais interessados em resgatar princípios básicos da Educação e traduzir informações sobre o universo multi e transdisciplinar que a envolve, com foco crescente em Educação 4.0 e além, Tecnologia/Inovação, Sustentabilidade, Ciências e Cultura Sistêmica. Publisher: Volmer Silva do Rêgo - MTb16640-85 SP - ABI 2264/SP

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