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Modelo Americano de Ciência

Nesta sequência, escrita por Ricardo Guedes, sobre modelos de ciências em diversos países, veremos como a Ciência se desenvolveu nos Estados Unidos da América, e as influências sociais que a direcionaram.

Ricardo Guedes

Belo Horizonte, 13/09/2022.

1 Minuto.

A ciência experimental surgiu nos séculos XV e XVI na Itália tendo como base social de apoio a burguesia italiana interessada na queda de dogmas políticos. Na Inglaterra, a ciência se desenvolveu nos séculos XVI e XVII a partir das ideias Baconianas de progresso e da Reforma Protestante, na ênfase da ação racional dos indivíduos e da coletividade.

Na França do século XVIII, o apoio à atividade científica resultou da expectativa tecnológica do governo francês com relação a seus resultados. Na Alemanha do século XIX, o apoio à atividade científica decorreu da busca do conhecimento para a formação de um espírito alemão, com a geração autônoma de filosofia e ciência.

Nos Estados Unidos dos séculos XIX e XX, a atividade científica teve como base social de apoio a expectativa de racionalidade e de desenvolvimento da sociedade, através da introdução da atividade de pesquisa nas universidades, com departamentos acadêmicos em equivalência aos departamentos das empresas na iniciativa privada, gerando a combinação do dueto universidade e empresa como elo propulsor do desenvolvimento.

Educação, Ciência e Iniciativa Privada. Fórmula ainda interessante
Modelo Americano de Ciências
Relação Educação-Ciência-Empresas é fértil, produtiva e saudável. (Img. Daniel Bueno/SoU_Ciência)

Harvard foi criada em 1636 como universidade profissional, Princeton em 1746, MIT em 1861, Stanford em 1885, Chicago em 1895. Na economia, grandes empresas foram fundadas no século XIX, como Thomas Edison com área de eletricidade, Vanderbuilt com a área ferroviária, Rockfeller com a área petrolífera, Morgan com a área financeira, dentre outros.

No século XX, os Estados Unidos passaram a importar talentos de outros países para as suas universidades durante as Primeira e Segunda Guerras Mundiais.

Hoje, mais de 50% dos PhD’s nos Estados Unidos são estrangeiros. As universidades americanas recebem hoje vultuosos recursos de seus ex-alunos e empresas.

O endowment de Harvard chega a US$ 53 bilhões, Stanford US$ 38 bilhões, MIT US$ 27 bilhões, Princeton US$ 27 bilhões, Chicago US$ 12 bilhões.

Dentre norte-americanos e estrangeiros que ali residem, os Estados Unidos foram agraciados com 400 Prêmio Nobel, de um total de 600 Prêmio Nobel já aferidos.

Os modelos de ciência na Rússia, Japão e China tomaram caminhos diferentes.

Ricardo Guedes – Ph.D. pela Universidade de Chicago e CEO da Sensus

 

Você pode ler os outros textos de Ricardo Guedes aqui.

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Redação

ÆscolaLegal é um esforço coletivo de profissionais interessados em resgatar princípios básicos da Educação e traduzir informações sobre o universo multi e transdisciplinar que a envolve, com foco crescente em Educação 4.0 e além, Tecnologia/Inovação, Sustentabilidade, Ciências e Cultura Sistêmica. Publisher: Volmer Silva do Rêgo - MTb16640-85 SP - ABI 2264/SP