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LifeLong – Aprender a Vida Toda

Uma das principais tendências no mundo da educação é um conceito chamado lifelong learning. Cada pessoa decide o que, quando e a melhor forma de aprender.

Thaís Rigolon

São Paulo, 14/04 de 2020.

2 Minutos

Ele representa aspectos da educação continuada, uma vez que estudar será um processo orgânico, vital e prazeroso durante toda a nossa trajetória de vida. O estudo, na vertente do lifelong learning, não se concentra apenas na educação formal, mas, principalmente, na educação informal, pois cada pessoa decide o que, quando e a melhor forma de aprender.

A Dinamarca e a tradição de participar da educação em todas as fases da vida  – No Brasil, esse tema passa a ter maior evidência atualmente, mas em diversos países já é algo muito comum. Na Dinamarca, por exemplo, há muito incentivo do governo por meio do Ministry of Children and Education que reconhece o papel fundamental da educação continuada no país:

“Denmark is one of the countries where most people participate in education: adult education and continuing training, on-the-job competence development and liberal adult education activities in their leisure time. Both public and private investments in the development of new qualifications and competences are among the highest in Europe.”
(Ministry of Children and Education, 2018)

Nesse sentido, a Dinamarca não concentra esforços somente em questões profissionais, mas proporciona políticas para que a sociedade tenha sempre as ferramentas necessárias para estar antenada e buscando o constante aprimoramento pessoal.

Ensino multidisciplinar e adaptativo. Nunca é tarde para se aprender algo novo e esse mindset de permanente crescimento está se intensificando em grande proporção no mundo todo.

LifeLong - Aprender a Vida Toda
LifeLong – Aprender a Vida Toda (Img. Internet)

O rápido avanço da tecnologia proporcionou um formato mais acessível para se obter informações, possibilitando assim que cada pessoa tenha autonomia para buscar novos conhecimentos — sem depender de instituições formais.

Plataformas online com cursos gratuitos ou preços acessíveis estão aumentando e universidades tradicionais também estão compreendendo a necessidade de criar mecanismos, estratégias e conteúdo para atingir o maior número de pessoas ao redor do mundo pela internet e democratizar o acesso ao conhecimento.

Essa busca é multidisciplinar e adaptativa, pois não há mais a obrigatoriedade de somente estudar no âmbito formal (escola e academia), mas aprender de diferentes maneiras como, por exemplo, pela “gamificação”.

No Brasil temos um exemplo de como a realidade virtual pode ser adotada na sala de aula com a experiência de uma escola pública do Pará que utilizou um aplicativo que gamifica o aprendizado das formas geométricas na disciplina de matemática. Ensinar de diferentes modos viabiliza uma maior absorção e compreensão dos conteúdos.

Aprender em comunidade

Assim como os jogos interativos, a comunidade também desempenha um papel importante. Aprendemos mais quando ensinamos algo para outras pessoas, essa abordagem potencializa as possibilidades no ato de aprender.

Muitos meetup’s, encontros entre pessoas com interesses em comum, possibilitam conexões que buscam o compartilhamento e aprendizado ao dividir suas experiências.

Uma iniciativa que trabalha nessa perspectiva é a University 42, que tem como objetivo desenvolver as habilidades de quem tem interesse em engenharia de software de maneira descomplicada, gratuita, com currículo flexível e que ensina a aprender.

LifeLong - Aprender a Vida Toda. Em grupo é bem melhor.
LifeLong – Aprender a Vida Toda. Em grupo é bem melhor. (Foto: Internet)

Pílulas de conhecimento – Um ensino mais personalizado passou a ser tendência e aprender por pílulas de conhecimento (snack contents) é uma realidade com boa aderência pelas pessoas.

Pequenos conteúdos, mais vezes; essa fórmula passa a fazer parte da dinâmica de indivíduos que buscam por novos saberes continuamente.

Adaptar -se às mudanças é essencial, e saber decodificar o mundo é uma competência fundamental para as pessoas que buscam fazer a diferença. Para isso, conteúdos em livros, vídeos, podcasts, entre outros formatos, são muito produtivos.

A micro-certificação e o nanodegree entram em cena para, a partir de minipílulas, possibilitar a construção de um aprendizado por meio de cursos rápidos e focados em temas mais específicos. Assim, o aluno decide o que quer aprender, ou seja, ele faz a escolha conforme as suas necessidades e interesse, o que o torna mais autônomo e mais dono do seu caminho.

Ao refletir sobre esse cenário, observamos que a visão de ensino formal ainda não consegue dar conta da rapidez do mundo contemporâneo. Agora, o mais importante é saber aprender, desaprender e reaprender e, para isso, cada um precisará ser o seu próprio lapidário na busca por novas formas de lapidar a pedra bruta do conhecimento a fim de transformá-lo, se assim o desejar, numa joia, talvez, rara.

A importância do estudo em momentos caóticos – Por fim, podemos observar como a pandemia do coronavírus obrigou a educação formal a se repensar nessa nova realidade de forma rígida e em caráter de urgência.

O ensino não pode parar, mas como criar novas formas de ensinar e aprender? Talvez esse seja um momento crítico para refletirmos sobre como podemos melhorar a educação, levando em conta o conceito de lifelong learning, o ensino para toda a vida.

Thaís Rigolon Pós-graduada em Mídia, Scrum Master da equipe de produtos do JOTA – dados, desenvolvimento, design e conteúdo.

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Redação

ÆscolaLegal é um esforço coletivo de profissionais interessados em resgatar princípios básicos da Educação e traduzir informações sobre o universo multi e transdisciplinar que a envolve, com foco crescente em Educação 4.0 e além, Tecnologia/Inovação, Sustentabilidade, Ciências e Cultura Sistêmica. Publisher: Volmer Silva do Rêgo - MTb16640-85 SP - ABI 2264/SP