Paulo Freire – Presente Sempre
Paulo Reglus Neves Freire grande educador e brasileiro. Pensador notável com lugar confortável na história da pedagogia no Brasil e no mundo. Nada de mal realizou com sua adesão ao movimento chamado Pedagogia Crítica. Queira ou discorde, Freire é o Patrono da Educação Brasileira!
São Paulo, 15/09 de 2021.
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No próximo domingo vai passar a ser um Centenário! Nasceu no dia 19 de setembro, em 1921, em Recife, Pernambuco. É importante ler e refletir, criticamente, como aconselhava Freire, sobre as palavras dele:
“Gosto de ser homem, de ser gente, porque não está dado como certo, inequívoco, irrevogável que sou ou serei decente, que testemunharei sempre gestos puros, que sou e que serei justo, que respeitarei os outros, que não
mentirei escondendo o seu valor porque a inveja de sua presença no mundo. me incomoda e me enraivece. Gosto de ser homem, de ser gente, porque sei que minha passagem pelo mundo não é predeterminada, preestabelecida.
Que meu ‘destino’ não é um dado, mas algo que precisa ser feito e de cuja responsabilidade não posso me eximir. Gosto de ser gente porque a História em que me faço com os outros e de cuja feitura tomo parte é um tempo de possibilidades e não de determinismo. Daí que insista tanto na problematização do futuro e recuse sua inexorabilidade”. (FREIRE, 1996, P. 52)
A Educação Libertadora, concebida por Paulo Freire, caminha pela trilha de uma demanda tão humana e cotidiana, ou seja, a favor da dialogicidade. Quem não gosta de bom diálogo? É característico da existência humana e imprescindível a busca da leitura do mundo coletiva. Como o ato educativo seria possível sem diálogos? Assim é lúcido e freireano, desafiar os educandos, no processo educativo, para mergulhos maiores e na busca de aprofundar-se em níveis cada vez mais densos e abarcantes do saber.
O educador precisa entender uma das mais fundamentais funções do diálogo, alcançada com a busca de temáticas significativas aos educandos e ao ‘mundo’ em que eles vivem. A dimensão existencial, pessoal e singular de um educando carrega relações com diversas dimensões, desde o bairro em que vive, passando pelo país em que vive, e ao mundo, num determinado momento histórico.
Viver demanda reflexões sobre múltiplas vertentes, desde a vertente social, passando pela política com P maiúsculo, pela econômica que afeta nosso poder de compra, até a discussão sobre a preservação ambiental e nosso direito a cultura. Tudo isso junto e misturado!
Como julgar que Paulo Freire, certo e lúcido, era errado ao defender diálogos cada vez mais profundos nas aulas?
O educador é um provocador das leituras do mundo, junto aos alunos e no grupo todo. Freire entendia que a compreensão crítica do ato de ler “não se esgota na decodificação pura da palavra escrita ou da linguagem escrita, mas … se antecipa e se alonga na inteligência do mundo. A leitura do mundo precede a leitura da palavra, daí que a posterior leitura desta não possa prescindir da continuidade da leitura daquele.”(FREIRE,1989, p.10).
Glória Freitas – Doutora em Educação – Universidade Federal do Ceará.
