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Autismo e Alimentos Alérgicos.

Segundo o Acadêmico Aderbal Sabrá, cadeira número 52 da Academia Nacional de Medicina, desde a década de 70 a incidência alimentar incidia em pelo menos, 2% dos adultos, percentual que subiu para mais de 10% na atualidade. Nas crianças, este índice passou de 10% para mais de 30%. “A prevenção da alergia alimentar será um grande passo no tratamento do espectro autista”, afirma.

Redação

São Paulo, 16/04 de 2020.

3 Minutos

Pesquisa do Professor Dr. Aderbal Magno Caminada Sabrá, coordenador do curso de Medicina da Unigranrio, (pós-doutorado em Gastroenterologia pediátrica em Denver/Colorado e na Wayne State University/Michigan; e pós-doutorado em Imunologia na Georgetown University/Washington.DC), revoluciona a prevenção e cura do autismo.

Ele pesquisa alergia alimentar e autismo há 17 anos, tanto pela Unigranrio quanto pela Georgetown University, em associação com o renomado imunologista americano Joseph Bellantti. É a primeira vez que um cientista afirma que alergia alimentar interfere no neurônio, podendo causar convulsão, hiperatividade, transtorno de déficit de atenção na sua evolução patogênica, que pode chegar a produzir, consequentemente, autismo.

Estes achados do cientista brasileiro abrem, pela primeira vez, os caminhos da etiologia e do tratamento desta doença que, até hoje, ceifa a qualidade de vida de importante parcela de nossas crianças, pois como disse Aderbal Sabrá, “De cada 70 crianças no Brasil, uma sofre de transtornos do espectro autista”.

Segundo o Acadêmico Aderbal Sabrá, na década de 70 a incidência alimentar incidia em, pelo menos, 2% dos adultos, percentual que subiu para 10% na atualidade. Nas crianças, este índice passou de 10% para 30%. “A prevenção da alergia alimentar será um grande passo no tratamento do espectro autista”, sustentou o acadêmico Sabrá.

Em uma notificação a Academia Nacional de Medicina (ANM)reconhece a descoberta científica de Aderbal Sabrá. A cerimônia na ANM, onde recebeu notificação sobre esta descoberta, de forma oficial corrobora a edição da revista Nature, a bíblia da ciência, e em que enfatiza a presença do sistema linfático no sistema nervoso central, constatação que Aderbal Sabrá já fazia desde 1998.

Com seu artigo científico na Academia Brasileira de Medicina, o cientista teve seu trabalho reconhecido, justificando a relação entre a alergia alimentar e o Transtorno do Espectro Autista (TEA).  

Já em 2005, ele publicou uma notificação que a maioria dos médicos e estudiosos utilizam para estudar alergia, porém, foi em 2006 que o cientista Sabrá foi chefe de um estudo multicêntrico, envolvendo a Unigranrio e as universidades da Colômbia, Venezuela e EUA.

Nesta ocasião os cientistas estudaram cerca de 200 casos de autismo, com conclusões de seus achados publicados em revistas médicas de renome internacional.

O também imunologista Aderbal Sabrá fez alerta importante: “Tudo leva a crer na mudança de paradigma de uma doença que, até hoje, não tem cura.

“Todo autista, sem exceção, é alérgico alimentar, antes de ser autista.”

Esse sistema imunológico de resposta alérgica fica circulando no paciente. Isso resulta em catarro no pulmão e eczema na pele, em diarreia ou constipação no trato digestivo, enquanto estes órgãos estiverem sob estímulo antigênico. O exemplo mais clássico de alergia alimentar e doença pulmonar crônica é dado pela criança com alergia e bronquiolite.

O pulmão passa a ser o órgão de choque com a inflamação da bronquiolite e, fatalmente, esta criança terá asma antes dos 5 anos de vida. Quando há inflamação em qualquer dos órgãos de uma criança, por exemplo, como bronquiolite, a resposta imune vai para o pulmão, mas se a criança nasce e tem diarreia, vai para o aparelho digestivo, e, ainda, se nasce com problema de pele, consequentemente irá para lá”.

As declarações de Aderbal Sabrá dão conta de uma mudança radical no tratamento de pacientes com autismo: “Com o afastamento dos complexos de atividade imune do cérebro, os pacientes autistas passam a melhorar com relação, por exemplo, nas suas atitudes antissociais e, desta forma, caminham para a cura.

A ciência tem um novo motivo para comemorar. A recuperação total de autistas, em síntese, depende do número de neurônios atingidos e da gravidade de suas lesões. Tudo isso depende da gravidade da resposta imune no cérebro e, ainda, de seu tempo de exposição à agressão imunológica. Quanto mais cedo o diagnóstico, mais fácil de se fazer o tratamento e profilaxia do autismo.

Criança alérgica não pode gerar inflamação em seus neurônios, que assim se tornam o “homing” para os complexos antigênicos circulantes. Criança alérgica não pode ter infecção do sistema nervoso central, não deve traumatizar sua cabeça, não pode inflamar seu neurônio com vacinas neurotrópicas, para se evitar inflamação dos neurônios”, explica o cientista, alergista alimentar, gastroenterologista e professor da Unigranrio.

Sabrá já tinha evidenciado alguns caminhos pela cura do autismo, desde 1999, quando publicou na revista Lancet (uma das mais importantes publicações científicas na área médica mundial) o primeiro estudo em que dizia que alergia alimentar tinha uma relação direta com autismo.

Alergia Alimentar x Cura do Autismo - Dr. Aderbal Sabrá foi um Pioneiro.
Alergia Alimentar x Cura do Autismo – Dr. Aderbal Sabrá foi um Pioneiro.
(Img. Internet)

 “A partir da publicação na revista Lancet, em 1998, eu disse que o autismo provoca lesões idênticas às de alergia alimentar, nos intestinos. Com as pesquisas seguintes, eu me questionava por qual motivo esses complexos de atividade imune, que promovem lesões nos intestinos, nos pulmões ou na pele, e o motivo de não irem para o cérebro; até o momento em que comecei a perceber que, no alérgico alimentar, com doença inflamatória no cérebro, este órgão passava a ser o órgão de choque imunológico.

Com as inúmeras investigações e pesquisas, vi que os meus pacientes alérgicos têm mais hiperatividade, mais transtorno de déficit de atenção e, ainda, que alguns entravam no perfil do transtorno autista.

E, com isso, passei a tratar meus pacientes como estes transtornos, como trato os que têm alergia alimentar em outros sistemas”, confirma Aderbal Sabrá, autor de vários livros sobre este e outros temas de Medicina.  

Durante mais de 20 anos de estudos e pesquisas, no Brasil e exterior, Aderbal Sabrá tem observado aumento significativo de pacientes com doenças alérgicas, em especial na população pediátrica.

No entanto, a prevalência dessas enfermidades é crescente.

Eliana Curatolo – Médica Psiquiatra – Mestre em Psiquiatria Infantil pelo Hospital do Servidor Público do Estado de São Paulo.
 ecuratolo@uol.com.br

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