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Inteligências Múltiplas -Todos Têm

Política Pública na Educação é eficiente quando reúne conhecimento, ciência, saberes e recursos humanos e materiais suficientes e necessários para atender às demandas sociais de forma ampla e garantir oportunidades iguais para todos. O contrário é ideologia e exclusão.

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São Paulo, 17/05/2022

5 minutos

 

No meu blog Educar dá Trabalho – http//:www.eegabrielamistral.blogspot.com  (retirado do ar pela Sec. de Educação do Estado de SP, sob orientação e a pedido da Diretoria Norte2 e da U.E. E.E. Gabriela Mistral, onde lecionei por 2 anos), apresentei considerações acerca do livro do psiconeurologista da Universidade de Harvard,  Howard Gardner (Dean of Massachusetts School of Law), traduzido para o português com o título O Verdadeiro, o Belo e o Bom que apresenta considerações interessantes e importantes sobre educação.

Felizmente, tenho o mesmo texto em outro blog pessoal, no qual postei vários textos de minhas experiências intelectivas, frutos das leituras, um prazer que mantenho até hoje. Este também foi atacado por hackers. De fato, foi o terceiro ataque, e perdi, inclusive, uma revista que chamei à época de Revista Da Rua (hoje só em DVD – guardada). Mas, são outras histórias.

Gardner é conhecido pelas suas pesquisas em campos educacionais ligados à psicologia e neurologia e tem se debruçado sobre estas questões há mais de trinta anos, e seu trabalho mais notável neste período todo trata da teoria das  inteligências múltiplas (IM), ou seja, da capacidade que os indivíduos tem de, através das informações genéticas e estímulos sócio-ambientais positivos, atuarem em pelo menos sete (7) níveis distintos da inteligência, o que amplia muito a nossa compreensão sobre as funções do cérebro e da inteligência e ao mesmo tempo limita a tão discutível plasticidade cerebral – parece, enfim, que não somos assim tão superdotados e que temos nossos limites.

Mesmo os gênios (espécie de suprasumo da inteligência humana está dentro de uma curva provável de capacidade – ainda assim são as melhores medidas – níveis de alcance – de até aonde um cérebro super estimulado por alcançar.)

Segue um resumo do que sejam as inteligências múltiplas.

As inteligências múltiplas

Gardner identificou as inteligências linguística, lógico-matemática, espacial, musical, sinestésica, interpessoal e intrapessoal. Postula que essas competências intelectuais são relativamente independentes, têm sua origem e limites genéticos próprios e substratos neuroanatômicos específicos e dispõem de processos cognitivos próprios. Segundo ele, os seres humanos dispõem de graus variados de cada uma das inteligências e maneiras diferentes com que elas se combinam e organizam e se utilizam dessas capacidades intelectuais para resolver problemas e criar produtos.

Gardner ressalta que, embora estas inteligências sejam, até certo ponto, independentes uma das outras, elas raramente funcionam isoladamente. Embora algumas ocupações exemplifiquem uma inteligência, na maioria dos casos as ocupações ilustram bem a necessidade de uma combinação de inteligências. Por exemplo, um cirurgião necessita da acuidade da inteligência espacial combinada com a destreza da sinestésica.

Inteligência linguística – Os componentes centrais da inteligência linguística são uma sensibilidade para os sons, ritmos e significados das palavras, além de uma especial percepção das diferentes funções da linguagem. É a habilidade para usar a linguagem para convencer, agradar, estimular ou transmitir ideias. Gardner indica que é a habilidade exibida na sua maior intensidade pelos poetas. Em crianças, esta habilidade se manifesta através da capacidade para contar histórias originais ou para relatar, com precisão, experiências vividas.

Inteligência musical – Esta inteligência se manifesta através de uma habilidade para apreciar, compor ou reproduzir uma peça musical. Inclui discriminação de sons, habilidade para perceber temas musicais, sensibilidade para ritmos, texturas e timbre, e habilidade para produzir e/ou reproduzir música. A criança pequena com habilidade musical especial percebe desde cedo diferentes sons no seu ambiente e, frequentemente, canta para si mesma.

Inteligência lógico-matemática – Os componentes centrais desta inteligência são descritos por Gardner como uma sensibilidade para padrões, ordem e sistematização. É a habilidade para explorar relações, categorias e padrões, através da manipulação de objetos ou símbolos, e para experimentar de forma controlada; é a habilidade para lidar com séries de raciocínios, para reconhecer problemas e resolvê-los.

É a inteligência característica de matemáticos e cientistas. Gardner, porém, explica que, embora o talento científico e o talento matemático possam estar presentes num mesmo indivíduo, os motivos que movem as ações dos cientistas e dos matemáticos não são os mesmos. Enquanto os matemáticos desejam criar um mundo abstrato consistente, os cientistas pretendem explicar a natureza. A criança com especial aptidão nesta inteligência demonstra facilidade para contar e fazer cálculos matemáticos e para criar notações práticas de seu raciocínio.

Inteligência espacial – Gardner descreve a inteligência espacial como a capacidade para perceber o mundo visual e espacial de forma precisa. É a habilidade para manipular formas ou objetos mentalmente e, a partir das percepções iniciais, criar tensão, equilíbrio e composição, numa representação visual ou espacial. É a inteligência dos artistas plásticos, dos engenheiros e dos arquitetos. Em crianças pequenas, o potencial especial nessa inteligência é percebido através da habilidade para quebra-cabeças e outros jogos espaciais e a atenção a detalhes visuais.

Inteligência cinestésica – Esta inteligência se refere à habilidade para resolver problemas ou criar produtos através do uso de parte ou de todo o corpo. É a habilidade para usar a coordenação grossa ou fina em esportes, artes cênicas ou plásticas no controle dos movimentos do corpo e na manipulação de objetos com destreza. A criança especialmente dotada na inteligência cinestésica se move com graça e expressão a partir de estímulos musicais ou verbais demonstra uma grande habilidade atlética ou uma coordenação fina apurada.

Inteligência interpessoal – Esta inteligência pode ser descrita como uma habilidade par entender e responder adequadamente a humores, temperamentos motivações e desejos de outras pessoas. Ela é melhor apreciada na observação de psicoterapeutas, professores, políticos e vendedores bem sucedidos. Na sua forma mais primitiva, a inteligência interpessoal se manifesta em crianças pequenas como a habilidade para distinguir pessoas, e na sua forma mais avançada, como a habilidade para perceber intenções e desejos de outras pessoas e para reagir apropriadamente a partir dessa percepção. Crianças especialmente dotadas demonstram muito cedo uma habilidade para liderar outras crianças, uma vez que são extremamente sensíveis às necessidades e sentimentos de outros.

Inteligência intrapessoal – Esta inteligência é o correlativo interno da inteligência interpessoal, isto é, a habilidade para ter acesso aos próprios sentimentos, sonhos e ideias, para discriminá-los e lançar mão deles na solução de problemas pessoais. É o reconhecimento de habilidades, necessidades, desejos e inteligências próprios, a capacidade para formular uma imagem precisa de si próprio e a habilidade para usar essa imagem para funcionar de forma efetiva. Como esta inteligência é a mais pessoal de todas, ela só é observável através dos sistemas simbólicos das outras inteligências, ou seja, através de manifestações linguísticas, musicais ou cinestésicas.

Inteligências Múltiplas -Todos Têm
        Os sete níveis, segundo Howard Gardner. A IA chegará lá?

O desenvolvimento das inteligências

Na sua teoria, Gardner propõe que todos os indivíduos, em princípio, têm a habilidade de questionar e procurar respostas usando todas as inteligências. Todos os indivíduos possuem, como parte de sua bagagem genética, certas habilidades básicas em todas as inteligências.

A linha de desenvolvimento de cada inteligência, no entanto, será determinada tanto por fatores genéticos e neurobiológicos quanto por condições ambientais.

Ele propõe, ainda, que cada uma destas inteligências tem sua forma própria de pensamento, ou de processamento de informações, além de seu sistema simbólico. Estes sistemas simbólicos estabelecem o contato entre os aspectos básicos da cognição e a variedade de papéis e funções culturais.

A noção de cultura é básica para a Teoria das Inteligências Múltiplas. Com a sua definição de inteligência como a habilidade para resolver problemas ou criar produtos que são significativos em um ou mais ambientes culturais, Gardner sugere que alguns talentos só se desenvolvem porque são valorizados pelo ambiente. Ele afirma que cada cultura valoriza certos talentos, que devem ser dominados por uma quantidade de indivíduos e, depois, passados para a geração seguinte.

Segundo Gardner, cada domínio, ou inteligência, pode ser visto em termos de uma sequência de estágios: enquanto todos os indivíduos normais possuem os estágios mais básicos em todas as inteligências, os estágios mais sofisticados dependem de maior trabalho ou aprendizado.

A sequência de estágios se inicia com o que Gardner chama de habilidade de padrão cru. O aparecimento da competência simbólica é visto em bebês quando eles começam a perceber o mundo ao seu redor. Nesta fase, os bebês apresentam capacidade de processar diferentes informações. Eles já possuem, no entanto, o potencial para desenvolver sistemas de símbolos, ou simbólicos.

O segundo estágio, de simbolizações básicas, ocorre aproximadamente dos dois aos cinco anos de idade. Neste estágio as inteligências se revelam através dos sistemas simbólicos. Aqui, a criança demonstra sua habilidade em cada inteligência através da compreensão e uso de símbolos: a música através de sons, a linguagem através de conversas ou histórias, a inteligência espacial através de desenhos etc.

No estágio seguinte, a criança, depois de ter adquirido alguma competência no uso das simbolizações básicas, prossegue para adquirir níveis mais altos de destreza em domínios valorizados em sua cultura. À medida que as crianças progridem na sua compreensão dos sistemas simbólicos, elas aprendem os sistemas que Gardner chama de sistemas de segunda ordem, ou seja, a grafia dos sistemas (a escrita, os símbolos matemáticos, a música escrita etc.).

Nesta fase, os vários aspectos da cultura têm impacto considerável sobre o desenvolvimento da criança, uma vez que ela aprimorará os sistemas simbólicos que demonstrem ter maior eficácia no desempenho de atividades valorizadas pelo grupo cultural. Assim, uma cultura que valoriza a música terá um maior número de pessoas que atingirão uma produção musical de alto nível.

Finalmente, durante a adolescência e a idade adulta, as inteligências se revelam através de ocupações vocacionais ou não-vocacionais. Nesta fase, o indivíduo adota um campo específico e focalizado, e se realiza em papéis que são significativos em sua cultura.

Teoria das inteligências múltiplas e a educação

As implicações da teoria de Gardner para a educação são claras quando se analisa a importância dada às diversas formas de pensamento, aos estágios de desenvolvimento das várias inteligências e à relação existente entre estes estágios, a aquisição de conhecimento e a cultura.

A teoria de Gardner apresenta alternativas para algumas práticas educacionais atuais, oferecendo uma base para:

a) desenvolvimento de avaliações que sejam adequadas às diversas habilidades humanas (Gardner & Hatch, 1989; Blythe Gardner, 1 990)
b) uma educação centrada na criança c com currículos específicos para cada área do saber (Konhaber & Gardner, 1989); Blythe & Gardner, 1390)
c) um ambiente educacional mais amplo e variado, e que dependa menos do desenvolvimento exclusivo da linguagem e da lógica (Walters & Gardner, 1985; Blythe & Gardner, 1990).

Quanto à avaliação, Gardner faz uma distinção entre avaliação e testagem. A avaliação, segundo ele, favorece métodos de levantamento de informações durante atividades do dia-a-dia, enquanto que testagens geralmente acontecem fora do ambiente conhecido do indivíduo sendo testado.

Segundo Gardner, é importante que se tire o maior proveito das habilidades individuais, auxiliando os estudantes a desenvolver suas capacidades intelectuais, e, para tanto, ao invés de usar a avaliação apenas como uma maneira de classificar, aprovar ou reprovar os alunos, esta deve ser usada para informar o aluno sobre a sua capacidade e informar o professor sobre o quanto está sendo aprendido.

Gardner sugere que a avaliação deve fazer jus à inteligência, isto é, deve dar crédito ao conteúdo da inteligência em teste. Se cada inteligência tem um certo número de processos específicos, esses processos têm que ser medidos com instrumento que permitam ver a inteligência em questão em funcionamento. Para Gardner, a avaliação deve ser ainda ecologicamente válida, isto é, ela deve ser feita em ambientes conhecidos e deve utilizar materiais conhecidos das crianças sendo avaliadas.

Da Educação que temos e da que queremos

Este autor também enfatiza a necessidade de avaliar as diferentes inteligências em termos de suas manifestações culturais e ocupações adultas específicas. Assim, a habilidade verbal, mesmo na pré-escola, ao invés de ser medida através de testes de vocabulário, definições ou semelhanças, deve ser avaliada em manifestações tais como a habilidade para contar histórias ou relatar acontecimentos. Ao invés de tentar avaliar a habilidade espacial isoladamente, deve-se observar as crianças durante uma atividade de desenho ou enquanto montam ou desmontam objetos.

Finalmente, ele propõe a avaliação, ao invés de ser um produto do processo educativo, seja parte do processo educativo, e do currículo, informando a todo momento de que maneira o currículo deve se desenvolver.

No que se refere à educação centrada na criança, Gardner levanta dois pontos importantes que sugerem a necessidade da individualização. O primeiro diz respeito ao fato de que, se os indivíduos têm perfis cognitivos tão diferentes uns dos outros, as escolas deveriam, ao invés de oferecer uma educação padronizada, tentar garantir que cada um recebesse a educação que favorecesse o seu potencial individual. 

[N.E.: Seguramente, o homeschooling proposto atualmente, não nos parecer seu suficientes para que um individuo seja considerado educado, ou ‘escolarizado’ de forma suficientes para tornar-se um cidadão pleno.]

O segundo ponto levantado por Gardner é igualmente importante: enquanto na Idade Média um indivíduo podia pretender tomar posse de todo o saber universal, hoje em dia essa tarefa é totalmente impossível, sendo mesmo bastante difícil o domínio de um só campo do saber.

Assim, se há a necessidade de se limitar a ênfase e a variedade de conteúdos, que essa limitação seja da escolha de cada um, favorecendo o perfil intelectual individual.

Quanto ao ambiente educacional, Gardner chama a atenção pare o fato de que, embora as escolas declarem que preparam seus alunos para a vida, a vida certamente não se limita apenas a raciocínios verbais e lógicos. Ele propõe que as escolas favoreçam o conhecimento de diversas disciplinas básicas; que encoragem seus alunos a utilizar esse conhecimento para resolver problemas e efetuar tarefas que estejam relacionadas com a vida na comunidade a que pertencem; e que favoreçam o desenvolvimento de combinações intelectuais individuais, a partir da avaliação regular do potencial de cada um.

No vasto mundo dos conhecimentos e saberes

Em um outro campo de análise correm as pesquisas sobre crianças super dotadas e as com habilidade superior. A superdotação, a precocidade, o prodígio e a genialidade são gradações de um mesmo fenômeno, que vem sendo estudado há décadas em diversos países.

Chamamos de precoce a criança que apresenta alguma habilidade específica prematuramente desenvolvida em qualquer área do conhecimento, seja na música, na matemática, na linguagem ou na leitura.

Utilizamos o termo “criança prodígio” para sugerir algo extremo, raro e único, fora do curso normal da natureza. Um exemplo seria Wolfgang Amadeus Mozart, que começou a tocar piano aos três anos de idade (e cuja citação por parte de H. Gardner como sendo ideal para educar uma criança parece ser coerente aqui). Aos quatro anos, sem orientação formal, já aprendia peças com rapidez, e aos sete já compunha regularmente e se apresentava nos principais salões da Europa.

Mozart, assim como Einstein, Gandhi, Freud e Portinari, entre outros mestres, são ainda exemplos de gênios, termo este reservado para aqueles que deram contribuições extraordinárias à humanidade. São aqueles raros indivíduos que, até entre os extraordinários, se destacam e deixam sua marca na história.

As habilidades apresentadas pelas pessoas aqui citadas, tenham sido elas precoces, prodígios ou gênios podem ser enquadradas em um termo mais amplo, que é a superdotação ou altas habilidades.

O superdotado/talentoso/portador de altas habilidades é aquele indivíduo que, quando comparado à população geral, apresenta uma habilidade significativamente superior em alguma área do conhecimento, podendo se destacar em uma ou várias áreas:

  • Acadêmica: tira boas notas em algumas matérias na escola – não necessariamente em todas – tem facilidade com as abstrações, compreensão rápida das coisas, demonstra facilidade em memorizar etc;
  • Criativa: é curioso, imaginativo, gosta de brincar com ideias, tem respostas bem humoradas e diferentes do usual;
  • Liderança: é cooperativo, gosta de liderar os que estão a seu redor, é sociável e prefere não estar só;
  • Artística: habilidade em expressar sentimentos, pensamentos e humores através da arte, dança, teatro ou música
  • Psicomotora: Habilidade em esportes e atividades que requeiram o uso do corpo ou parte dele; boa coordenação psicomotora;
  • Motivação: torna-se totalmente envolvido pela atividade do seu interesse, resiste à interrupção, facilmente se chateia com tarefas de rotina, se esforça para atingir a perfeição, e necessita pequena motivação externa para completar um trabalho percebido como estimulante.

Joseph Renzulli, renomado pesquisador do Centro Nacional de Pesquisa sobre o Superdotado e Talentoso da Universidade de Connecticut, nos Estados Unidos, em seu Modelo dos Três anéis, considera que os comportamentos de superdotação resultam de três conjuntos de traços:

habilidade acima da média em alguma área do conhecimento (não necessariamente muito superior à média),

  • envolvimento com a tarefa (implica em motivação, vontade de realizar uma tarefa, perseverança e concentração);
  • criatividade (pensar em algo diferente, ver novos significados e implicações, retirar idéias de um contexto e usá-las em outro).

Nem sempre a criança apresenta este conjunto de traços desenvolvidos igualmente, mas, se lhe forem dadas oportunidades, poderá vir a desenvolver amplamente todo o seu potencial.

Renzulli discute ainda a importância de se entender a superdotação como uma condição ou um comportamento que pode ser desenvolvido em algumas pessoas (naquelas que apresentam alguma habilidade superior à média da população), em certas ocasiões (e não continuamente, uma vez que é possível se demonstrar comportamentos de superdotação na infância mas não na idade adulta, ou apenas em alguma série escolar ou em um momento da vida) e sob certas circunstâncias (e não em todas as circunstâncias da vida de uma pessoa) – Renzulli & Reis, 1997.

Esta diferenciação é importante, pois este autor, ao considerar a superdotação como um comportamento a ser desenvolvido, retira a discussão da questão, muitas vezes estéril, de se rotular uma criança como superdotada ou não, para enfocá-la na necessidade de se oferecer oportunidades educacionais fundamentais e variadas para que um número maior de crianças possa desenvolver e apresentar comportamentos de superdotação.

Crianças com Dificuldades de Aprendizagem: um paradoxo para os Pais – As estimativas da incidência de alunos GCLD é de um intervalo 2-5 por cento da população geral de estudantes superdotados (Whitmore, 1981 citados na Stewart, 1998), enquanto Dix e Schaeffer (1996) estimam em algum lugar entre 50-10 por cento da população são dotados GCLD.

Berk (1983, citado em Mendaglio, 1993) considera que as dificuldades de aprendizagem são uma categoria de insucesso. Pesquisa desenvolvida por Silverman (1989, citado em Cline & Schwartz, 1999) observou que as características dos estudantes GCLD definidos na literatura são quase idênticas às características indicadas para os alunos superdotados insuficientes.

Não há um conjunto absoluto de características que definem o aluno GCLD (Rivera, Murdock e Sexton (1995), Stewart, 1998), entretanto, um conjunto comum de características são identificados na literatura, e está resumida na Tabela 1.

Enquanto alguns padrões distintivos são geralmente em evidência em um teste WISC III em um estudante GCLD (Stewart, 1998 e veja a tabela), geralmente as características dos estudantes GCLD são definidos em termos de comportamentos, ao invés de testes diagnósticos específicos. Parte da dificuldade em definir uma lista absoluta das características é que há tantos tipos e definições de sobredotação, e tantos possíveis dificuldades de aprendizagem (Maker & Udall, 1983).

Muitas crianças GCLD também exibem déficit de atenção e distúrbios de atenção / hiperatividade. Embora exista uma relação entre esses transtornos e superdotação (Cline & Schwartz, 1999; Williard-Holt, 1999), há também a possibilidade de que estudantes GCLD sejam erroneamente diagnosticados como ADHD ou a ADD devido à semelhança em algumas das características, especialmente quando uma criança talentosa pode estar reagindo ao currículo inadequado e que apresentem estes comportamentos (Webb & Latimer, 1993).

Os sintomas mais comuns do TDAH (listado pela American Psychiatric Association, 1994, citado em Cline & Schwartz, 1999) incluem:

  • muitas vezes não dão atenção aos detalhes ou comete erros por descuido em atividades escolares ou outras atividades;
  •  muitas vezes tem dificuldade em manter atenção em tarefas;
  •  muitas vezes não consegue terminar o trabalho escolar;
  •  Tem dificuldade para organizar tarefas e atividades.

Estes são idênticos às características frequentemente citadas para estudantes GCLD e é, portanto, imperativo que o diagnóstico seja feito por profissionais bem informados, e que têm uma ampla gama de informações sobre a criança (geralmente adquirida em psicoterapias).
http://www.tki.org.nz/r/gifted/reading/theory/renzulli_e.php

Deste ponto de vista, segue-se que tais comportamentos podem e devem ser desenvolvidos naquelas pessoas que não são, necessariamente, as que tiram as melhores notas ou apresentam maiores resultados em testes de QI.

Neag Center for Gifted Education and Talent Development and Director, National Research Center on Gifted and Talented. (talentosos, bem dotados e muito inteligentes)

Fonteshttp://www.mslaw.edu  –  http://tinyurl.com/383t9m
Trecho de uma entrevista com o Dr. Howard Gardner em:

http://images.google.com.br/imgres?imgurl=http://i.ytimg.com/vi/NEEXK3A57Hk/0.jpg&imgrefurl=http://www.hemorrhoids.es/hemroids-wlx/Intelligence&usg=__KI4ML2836S6kXe1lakjvLTq8pTM=&h=360&w=480&sz=17&hl=pt-BR&start=26&itbs=1&tbnid=oiIqldepsz7tIM:&tbnh=97&tbnw=129&prev=/images%3Fq%3Dbrain%2Band%2Bmultiple%2Binteligence%26start%3D20%26hl%3Dpt-BR%26sa%3DN%26gbv%3D2%26ndsp%3D20%26tbs%3Disch:1

 

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Redação

ÆscolaLegal é um esforço coletivo de profissionais interessados em resgatar princípios básicos da Educação e traduzir informações sobre o universo multi e transdisciplinar que a envolve, com foco crescente em Educação 4.0 e além, Tecnologia/Inovação, Sustentabilidade, Ciências e Cultura Sistêmica. Publisher: Volmer Silva do Rêgo - MTb16640-85 SP - ABI 2264/SP