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As Elites – Seleta de Leis

É sempre muito curioso quando você toma conhecimento de que uma ideia sua, reservada, registrada e supostamente protegida por direitos adquiridos, mesmo sendo antiga, e que não causou espécie está viva e sendo aproveitada e divulgada por outrem como se fosse dele.

O Editor

São Paulo, 20/07/2023

3,3 Minutos.

Considere que você é o John Doe, por quem os sinos dobram ou silenciam, quando lhes convém. Considere também o fato de que os crimes cometidos contra pessoas comuns não países de primeiro mundo são, em tese, iguais aos
cometidos contra as pessoas comuns do segundo, do terceiro, do quarto ou de quantos mundos existirem.

Dos mais bárbaros aos mais refinados, crimes são crimes, e se existem leis garantidoras de segurança, seja ela física, ou virtual, intelectual ou contra a honra (ainda existe esta última?) elas, as leis devem ser seguidas à risca e os preceitos punitivos ou reparadores que as esteiam devem ser aplicados. Legislar e executar.

Fiquemos, por restrição das práticas divergentes, nos meandros das leis que regem direitos autorais, portanto, virtuais, porquanto não se palpam, não se tocam fisicamente, mas estendem-se às relações que permeiam a vida, inclusive material, daquelas que por elas são dirigidos e atingidos, sempre me prejuízo do elo mais frágil.

Aos fatos, por fim. Relato apenas umas três, das vezes seguidas que já fui vítima deste tipo de delinquência autoral, ética e, claro, no desenrolar dos fatos e na realidade, criminosas. A primeira se deu há quase duas décadas atrás. Tive um site invadido, pichado (com palavras e sinais indecorosos, para dizer o mínimo) e, por conta disto, suspenso e em seguida retirado do ar. A raiva foi somente o primeiro sentimento. Depois a sensação de impotência, depois a frustração, mas raiva e, finalmente, o uso da razão. Entrar em contato com o hospedeiro e fazer a denúncia-reclamação.

A dura vida de jornalista/escritor – conteúdos

O “nem aí” foi conciso, rápido. “Nada podemos fazer”, em resumo, o tempo é curto. Perdi (mané?) Continue, disse minha consciência e capacidades produtivas. O brasileiro é um forte, e um nordestino nem se fala! Desistir é escolher outro caminho, não parar de caminhar. Olhar as estelas, consultar os mapas, a direção do vento e ajustar o chapéu.

Tempos depois meu blog Anrran Mr.Volmer foi suspenso e retirado do ar porque alguém não concordava com minhas ideias. Deve ter sido pelo aspecto gutural do título! Lá se foram mais de 300 artigos esculpidos no tempo de um ano. Ação rápida, consciente, com pitadas e raiva (de novo?) me levaram a conversar com um advogado amigo, que me orientou a escrever e a formalizar um questionamento crítico, documentar o fato e iniciar uma querela jurídica.

Levantou-se a questão: ‘você é só um jornalista, professor. Eles são uma empresa, tem contratos, regras, modelos legais, embora atuem de forma ilegítima, como esta censura regular. Logo, você é descartável sob qualquer alegação, por por primária que seja. Por ter usado no exto, o termo judeu, por exemplo’. “Ora, vão lamber formigas! Então proíbe a bíblia”. Perdi!

Também um dos meus livros – O Olho de Aldebaran, escrito em 1996 e entregue a uma editora do Rio de Janeiro em 1997 -, apareceu nas pesquisas do Google como tendo sido escrito em parceria com um ator figurante norte-americano, domador de cavalos em um rancho rancho no Arizona, chamado Heath Kizzier (acho que é assim que se escreve). Meu livro foi registrado na FUNARTE, na BN e dois anos depois este cara apareceu. Piada!

Elites e predação

Ri, claro. Antes de outro acesso de raiva. É demais! Procurei pelo nome e encontrei o suposto. Enviei e-mail questionando e recebi a resposta de seu advogado (attorney): “ele nada tem a ver com isso, blá blá!” Intrigado, abandonei a questão com o cowboy de Hollywood e comecei a procura por outra editora, após diversas buscas por ISBN e outros registros legais na obscura editora Papel e Virtual RJ (segundo Wilson Bueno em Caderno2 do Estadão – Literatura -março/2003). Enfim, algo que comprovasse a minha autoria.

As Elites - Seleta de Leis
As elites deixam descendentes adaptados, mas essencialmente os mesmos. (Img. Web)

Em novo investimento relancei o mesmo em 2014, com algumas pequenas alterações em “grande estilo” – na 24ª Bienal do Livro em SP. Como é só uma feira, cujo interesse é puramente comercial, embora todos se fantasiem de agentes culturais, intelectuais e outros que tais, fiz o meu papel de ‘ninguém é só mais um.’ Tirei fotos, andei pelos corredores, senti a riqueza do ambiente e o peso que representa a indústria cultural pujante do estado, do país.

Todos aqueles senhores engravatados, aquelas mulheres bonitas, o show de luzes, os stands com docinhos e brebotes comestíveis, o colorido da semana de eventos, shows, música e malabares do mercado deixam as crianças e os desavisados acríticos. Enfim, é o trabalho do circo.

Sucesso absoluto, cheguei a receber um cheque de R$ 2,16 de direitos autorais. Até conversei com João, recentemente, sobre a proteção dos dados contidos neste livro, mas ele disse que ela não existe.

Teve até um ‘mala’ que reescreveu a bíblia, você quer o quê? Política e poder econômico. Meu país, eterna colônia de braços e pernas abertas para os senhores das elites. Aprendi também que em todo grupo social há uma elite. O que sobra é pasto! Selva!

Morde e abandona

Tem elite jurídica, cultural, médica, jornalística, acadêmica, empresarial, financeiro-econômica (as que detém maior status), religiosa, esportivas, comerciais, militares. E que acima destas elites há outras e outras até chegar em Deus, acho! Dali para a frente só depois da morte, outro departamento. Possivelmente com outras regras, esquemas e outras desordens. Outros mandões, hierarquia diversa e sujeitadas.

Para terminar, assisti na TV Cultura, a elite das TVs paulistas, uma chamada do programa Metrópoles (elitizado) sobre um tema já trabalhado em outro dos meus livros de 2005. Desta feita, um conto dos meus temas preferidos de realismo fantástico, uma disrupção (no duplo sentido que o termo encerra) – o duplo eu. Mas, desta vez vacilei, escrevi, não registrei. Perdi. (Mané?)

Afinal, as “ideias estão no ar!” Se há alguma garantia esta deve ser a dada pela Amazon. Lá onde estão registrados os meus livros. Mas, em tempos de cultura virtual tudo se desmancha nas nuvens. Perderei? Nada mudou…

 

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Redação

ÆscolaLegal é um esforço coletivo de profissionais interessados em resgatar princípios básicos da Educação e traduzir informações sobre o universo multi e transdisciplinar que a envolve, com foco crescente em Educação 4.0 e além, Tecnologia/Inovação, Sustentabilidade, Ciências e Cultura Sistêmica. Publisher: Volmer Silva do Rêgo - MTb16640-85 SP - ABI 2264/SP