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Os Falsos Médicos

Background check pode detectar casos de falsos médicos. Especialista explica porque e como a checagem de antecedentes deve ser realizada por unidades de saúde.
Isso deveria ser função dos CRMs e do Conselho Federal de Medicina.

Redação

Rio de Janeiro, 07/06/2023

2,3 Minutos.

Na dia 30/05, na cidade de São Paulo, uma mulher foi presa por atuar falsamente como médica, receitando medicamentos e exames. Com nome e sobrenome de uma médica homônima, ela utilizava o CRM desta para exercer a profissão ilegalmente, e divulgava o trabalho nas redes sociais.

O Código Penal brasileiro, penaliza o exercício ilegal de medicina praticado por falsos profissionais que utilizam credenciais que não lhes pertencem. Também punem profissionais especializados em uma área, mas que exercem a medicina em outra, bem como o médico que se formou no exterior e não realizou o Revalida.

Porém, a checagem de antecedentes – conhecida como background check – é uma ferramenta que pode ajudar na contratação de profissionais da área da saúde. O propósito dessa verificação é prevenir atos contra pacientes, manter a transparência e a reputação de uma unidade de saúde. Por meio da verificação, é possível evitar crimes como abusos sexuais, falsidade ideológica e golpes nas instituições do setor.

“Vemos muitas vezes casos de supostos profissionais de saúde, que falsificam documentos para trabalhar na área. O background check consegue verificar se esse profissional é quem realmente ele diz ser.  Suas credenciais e documentos tem de ‘bater’ com os apresentados, se possuem antecedentes, para minimizar os riscos de falsidade ideológica.  O teste ajuda a combater abusos e crimes de corrupção, entre outros”, comenta o head do app do Grupo IAUDIT.

Criminosos comuns

Segundo dados do Instituto de Segurança Pública (ISP), entre 2015 e 2021, foram 177 casos de abuso sexual denunciados às autoridade do Rio de Janeiro, ou seja, trata-se de uma denúncia de abuso praticada em unidades de saúde a cada 14 dias. Porém, o número de casos reais é ainda maior. O Fórum Brasileiro de Segurança Pública afirma que apenas 10% dos crimes são notificados no país.

Previnir a atuação de falsos médicos

Os casos de falsos médicos atuando são notícia no Brasil a cada ano. Somente em 2021, apenas no Rio Grande do Sul, o Conselho Regional de Medicina do Estado (Cremers) recebeu 47 denúncias de exercício ilegal de medicina. Existem vários impactos negativos para as instituições quando o background check não é feito de forma correta ou simplesmente não é realizado.

“As consequências podem chegar nas seguintes áreas: crimes contra pacientes, vazamento de dados (tanto de pacientes quanto de colaboradores), descumprimento da LGPD, maiores chances de crimes de corrupção, além da possibilidade de contratação de um falso profissional”, explica Francisco Fernandes, head do grupo.

Aliás, a checagem de antecedentes também pode ser feita na busca de fornecedores, parceiros e no processo de onboarding de clientes – para instituições privadas. Isso significa que para o uso da ferramenta na área da saúde, alguns cuidados a mais devem ser tomados na hora de realizar o processo.

“O background check é personalizado com aquilo que é mais relevante para cada instituição. Desta forma, para a área de saúde, além das mais de 200 fontes oferecidas pelo processo, é imprescindível a checagem do CRM, bem como de antecedentes criminais”, fundamenta o especialista.

Falhas na segurança

No entanto, o processo de checagem de antecedentes, muitas vezes, é feito pela própria instituição contratante de maneira manual, o que faz com que o risco seja alto, de acordo com ele.

“Portanto, a diferença do processo de background check oferecido por uma empresa especializada é que essas têm preparo correto para utilizar tecnologia. Isso ajuda muito a buscar, em um maior número de fontes, apontar e detalhar as possíveis inconsistências de maneira mais assertiva. Com isso, se reduz o risco na hora da contratação de um profissional ou parceiro”, finaliza ele.

 Grupo IAUDIT

[N.E.: Os Ministérios da Saúde e o da Justiça também estão investigando médicos que foram contra a vacinação e divulgaram notícias falsas sobre elas durante a pandemia de COvid-19.]

 

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Redação

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