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Sua Faculdade é…

Repensando a qualidade: Especialistas desafiam a influência prejudicial dos rankings universitários globais. Mais de 200 faculdades particulares no Brasil são consideradas muito ruins. 

Redação

São Paulo, 04/01/2024

1,8 Minutos.

Sua faculdade é…Ruim? O ministério da Educação anunciou recentemente uma série de medidas restritivas e a necessidade de reavaliação (e a revalidação?) em diversas escolas superiores. Estas não alcançaram índices satisfatórios e positivos em suas formulações acadêmicas, principalmente na qualidade do ensino. Portanto, equivale dizer, em parte, que as estruturas do corpo docente adequado, aulas criteriosas e material didático coerente não são verdades. Não alcançaram índices satisfatórios.

O principal indicador de qualidade do ensino superior, o IGC (Índice Geral de Cursos), não atingiu os níveis adequados em 278 instituições de um total de 2.066 universidades, faculdades e centros universitários, públicos e privados, avaliados pelo Ministério da Educação (MEC).

Dentro de uma perspectiva abrangente, as relações devem ser feitas a partir do ENADE  e, claro, do ENEM.
Entretanto, os valores apurados pelo MEC são a prova contundente e definitiva de que há algo de muito ruim no ensino superior do país. O fato é uma decorrência óbvia da gestão instalada nos governos anteriores, de 2016 a 2022. Basta ver os descalabros da pasta ministerial cometidos desde o corte de gastos públicos pela lei do teto.

Estudos internacionais

Os resultados do ciclo avaliativo de 2017 só foram divulgados no final do ano passado e as notas do IGC variam de 1 a 5. Instituições com IGC 4 e 5 são consideradas excelentes e aquelas que não chegam a ter IGC faixa 3 não atingem os níveis satisfatórios exigidos pelo MEC.

Um Grupo de Especialistas Independentes (IEG) convocado pelo Instituto Internacional para a Saúde Global da Universidade das Nações Unidas (UNU IIGH) divulgou uma forte declaração criticando o uso amplo e acrítico de classificações universitárias globais.

A declaração do IEG destaca nove problemas com os rankings universitários globais, e a principal delas é que a própria ideia de classificações universitárias globais é fundamentalmente falha. Simplesmente, não é possível produzir uma tabela classificativa global justa e credível de universidades. Dado que são múltiplas missões e diversos contextos sociais, económicos e políticos em todo o mundo.

Deste modo, como não há ajustamentos aos recursos disponíveis para as universidades, as classificações beneficiam inevitavelmente instituições historicamente privilegiadas. Perpetuar, desta maneira, as desigualdades globais no ensino superior, em vez de elevarem os padrões académicos de forma equitativa e universal, parece ser a norma.

Os cuidados básicos

Entretanto, há que se considerar, que existem profissionais da Educação superior bem intencionados. Contudo, montar uma faculdade, em qualquer área do conhecimento humano, requisita recursos e necessidades. Geralmente superando a capacidade dos investimentos e das intenções dos interessados. Assim, mesmo os grandes grupos educacionais de cunho privado merecem um constante olhar crítico e assertivo. A oferta de cursos nem sempre  se compatibilizam ou oferecem a qualidade necessária e suficiente para formar bons profissionais. E o país não pode ficar a mercê de simples intenções.

Entenda o básico de uma organização educacional superior lendo um estudo estruturante aqui.

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Redação

ÆscolaLegal é um esforço coletivo de profissionais interessados em resgatar princípios básicos da Educação e traduzir informações sobre o universo multi e transdisciplinar que a envolve, com foco crescente em Educação 4.0 e além, Tecnologia/Inovação, Sustentabilidade, Ciências e Cultura Sistêmica. Publisher: Volmer Silva do Rêgo - MTb16640-85 SP - ABI 2264/SP