Abandono e Desigualdade em Sampa

Antes de tudo um mapa para administradores políticos, gestores e criadores de políticas públicas no legislativo, executivo, judiciário e comunidades da maior Cidade da América do Sul.

Redação

São Paulo, 23 de Novembro de 2023

2 Minutos.

A capital Paulista – Sampa –  é além de uma das regiões mais ricas do país, a terceira mais rica em produtividade do estado de São Paulo, segundo dados do SEADE (2022). Ainda assim, os bolsões da desigualdade a tornam deficiente e carente de planejamento real, graças às políticas mal feitas e a incapacidade de pensar/entendê-la globalmente. É um corpo social aleijado.

Exemplos que comprovam o dito, não faltam. A região Noroeste da capital paulista surge no Mapa da Desigualdade feito pelo Observatório Social Metrópoles com 10 bairros abrigando 1 milhão 385 mil habitantes. O relatório aponta 12 áreas de investigação. As estruturas dos privilégios e desigualdades na capital de São Paulo é uma mostra flagrante e pulsante do que ocorre em todas as capitais do país.

A concentração das riquezas, bens e serviços públicos e privados se restringe a algumas regiões definidas historicamente, em detrimento de outras.

Página 5 do relatório do Observatório Social Metrópoles

Em alguns bairros o único aparelho social público encontrado é um posto móvel da polícia militar. Este é, por si só, um exemplo do olhar que as forças políticas em ação, assentadas nos postos de poder dedicam aos mais carentes. Verdadeira exclusão, abandono e manutenção do status quo. Os índices demonstrados pelos números das pesquisas e coletas de dados são preocupantes. Reforçam a premissa de que a municipalidade quase não se ocupa com estas populações e locais.

Dinheiro não falta. O que falta?

Embora organizações sociais atuem na região, isoladamente ou mesmo em grupo, correndo para oferecer marmitas de alimentos, vagas em cursos profissionalizantes, ou algum atendimento social, na busca por estruturas de sobrevivência, elas não têm forças suficientes para resolver questões normais da alçada obrigatória da prefeitura e suas subregionais.

São esforços paliativos, bem intencionados, mas claramente insuficientes e sem apoio institucional, ajudam pontualmente. Ainda assim, pululam políticos pelos bairros à cata de votos durante o período eleitoral, mesmo sem terem nenhuma ligação com as comunidades.

Em resumo, o óbvio e ululante descompasso entre as necessidades das pessoas, em seus bairros carentes e suas vidas sem assistência e cuidados, bate-nos à cara. Uma das razões pode ser a isenção do IPTU. Na lógica do não paga impostos, não recebe os serviços públicos. É uma especulação.

Entretanto, reflete a ignorância das atribuições do estado e dos serviços públicos que os operadores políticos acumularam durante séculos de país. 90% agem em causa própria e não apresentam nenhum comprometimento social, apesar de fazerem maquiagens constantes. Trocar nomes de ruas, plantar algumas árvores em terrenos baldios e muitos mais discursos vazios em assembleias, sejam elas de deus ou do diabo.

Olhar Diretor

Sigam o mapa da desigualdade e suas demonstrações comparativas. Aqui apenas 6 tópicos do relatório que clareiam e escancaram a realidade destas localidades.

*Dados da População infantil é 2,1x desigual (maior) do que a média das outras regiões da capita;
*População preta e parda é 10,3x desigual (maior) do que a média das outras regiões da capital;
*Números da População em situação de rua é 5x desigual (maior) do que a média das outras regiões da capital;
*Número de favelas é 327x desigual (maior) do que a média das outras regiões da capital;
*Mortalidade infantil é 19x desigual (maior) do que a média das outras regiões da capital;
*Dificuldades de acesso aos serviços de Saúde é 13x desigual (maior) do que as outras regiões da capital;

Em resumo, temos as nossas Gazas, dentre tantas outras pelo mundo.