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Autonomia Pedagógica e Limites Parentais

Uma discussão permanente em reuniões de professores: como encontrar o equilíbrio certo de engajamento dos pais com as atividades internas da escola?
O Projeto Político Pedagógico autônomo ajuda e define.

Redação

Curitiba – PR – 28/06/2022

2 Minutos

A educadora Dayse Campos (diretora da Escola Interpares, de Curitiba (PR) costuma dizer que o ambiente escolar, especialmente na primeira infância, contribui para o aprendizado, comportamento e emoções das crianças, e que a interferência exagerada dos pais pode prejudicar o desempenho e autonomia profissional. 

O sucesso de uma proposta pedagógica de ensino dependerá da confiança que os pais e os familiares das crianças depositam no quadro docente. No início da vida escolar e coletiva se espera que os pequenos aprendam a gerenciar suas emoções, comportamento e capacidade de aprendizagem sem a ajuda direta dos pais. 

“Esse primeiro contato com a escola é um momento especialmente desafiador, quando as referências da criança passam a ser as pessoas que irão educá-la para um universo totalmente diferente do ambiente familiar”, explica Dayse .

Quando os pais permitem que as crianças adquiram essas experiências e interações, estão incentivando a execução do planejamento pedagógico e favorecendo o desempenho profissional dos educadores. 

Autonomia Pedagógica e Limites Parentais
Pais, professores e alunos devem participar, entender e se comprometer com os princípios pedagógicos-escolares e as diferenças existentes com a formação familiar (Img. Web)

Essa liberdade de trabalho se torna ainda mais essencial diante de uma proposta pedagógica que estimula a interação social e das relações interpessoais como instrumentos de aprendizagem e desenvolvimento.

No caso da nossa escola, uma proposta pedagógica sócio-interacionista, estimula uma relação mais próxima entre professores e alunos. 

Quando o engajamento vira interferência e controle

A participação dos pais na vida escolar dos filhos sempre foi uma recomendação para melhorar o desempenho nas atividades escolares. No entanto, existe uma sutil diferença entre engajamento e controle, especialmente em relação à proposta de trabalho dos professores. 

Por isso, é importante que os pais e responsáveis pela criança tenham em mente a Autonomia Pedagógica e Limites Parentais:

  • Conhecer bem a proposta pedagógica e linha de ensino da escola antes de matricular a criança..
  • Participe das atividades sempre que for convidado (a).
  • Dê espaço e autonomia para os educadores realizarem as atividades planejadas de acordo com a idade e nível escolar da criança. 
  • Não forçar a criança a fazer algo para qual ainda não está pronta, situação visível no momento da leitura e escrita.
  • Não faça críticas à escola e/ou educadores na frente da criança.
  • Experimente dar espaço para a criança desenvolver o seu próprio protagonismo na escola.
  • Evite a proteção excessiva da criança.
  • Incentive a criança a conviver e se comunicar com todos. 
  • Permita, dê liberdade à escola de mostrar a pluralidade de perspectivas sobre o mundo.
  • Errar faz parte do processo de desenvolvimento e amadurecimento emocional.
  • Sujar as mãos, as roupas … faz parte do processo criativo e de descoberta do mundo. Seja mais tolerante.

Quando os pais permitem que as crianças tenham autonomia, estão incentivando atitudes de liderança e mostrando que a independência faz parte do crescimento saudável. “Esta é uma mudança muito importante, quando os pais aprendem o momento de recuar e confiam na escola que escolheram para educar seus filhos”, ela enfatiza.

A professora Dayse Campos complementa suas recomendações lembrando que a escola deve proporcionar um ambiente transparente para a conversa franca e até mesmo dar espaço para as divergências, sem que isso represente uma situação de desafeto. “A escola também pode errar e o diálogo aberto com a família sempre será essencial para uma relação forte e saudável que só irá beneficiar o desenvolvimento escolar e emocional da criança”.

[N.E.: não custa entender que ocorrem salientes diferenças entre projetos pedagógicos simplificados (gestão) e projetos políticos pedagógicos autônomos, os que orientam o entendimento e a compreensão da escola como um importante núcleo formador da sociedade, e que, portanto, tem ativa participação na formação cidadã e democrática dos alunos e das famílias que participam da educação de todos.]

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