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Páscoa Cristã um Negócio Ocidental!

É muito difícil para o cristão semianalfabeto ocidental, distante dos estudos mais específicos e aprofundados da história das religiões, ou simplesmente do Cristianismo, entender as festas relacionadas à sua religião. Presa fácil para o capitalismo excludente e mercadológico.

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São Paulo, 02/04 de 2021.

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Sem, contudo, querer dominar o assunto, expresso aqui conclusões preliminares sobre o tema. A “Páscoa” deriva, etimologicamente e através do latim Pascha e do grego bíblico Paskha, do termo hebraico (Pesah ouPesach), a Páscoa judaica .

A data do evento, considerado pelos cristão com a mais importante da religião, varia entre 22 de março e 25 de abril (inclusive). E esta “bagunça” se dá em função das diferenças e discussões entre os calendários e as indefinições dos estudiosos entre as duas religiões tradicionais (seculares) do Ocidente.

Ingleses, por exemplo, que dizem ser originários de povos vikings e das misturas com celtas e gauleses continentais, a chamam de Easter, cognato com alemão moderno Ostern, derivado do inglês antigo Ēastre ou Ēostre. A teoria geralmente aceita defende que ele era originalmente o nome de uma deusa anglo-saxônica, Ēostre, uma forma do termo indo europeu encontrado em muitos lugares para a deusa do amanhecer, para os gregos (Eos) Aurora dos dedos róseos.

A Páscoa cristã está ligada à Páscoa judaica e ao Êxodo (Moisés), relatado no Antigo Testamento, através da Última Ceia e a crucificação do Cristo que vieram antes da sua ressurreição. De acordo com o Novo Testamento, Jesus deu à última ceia, originalmente um jantar da Páscoa judaica (as datas coincidiriam), um novo significado, pois ele preparava a si e aos seus discípulos para a sua morte, em breve.

Moisés, o grande administrador, político e religioso do Monoteísmo hebraico
Moisés e seus chifres – Escultura de Michelângelo (Foto: Internet)

Polêmica, desde então a celebração acabou se tornando um feriado comercial para vender chocolate na forma de ovos (o ovo retoma a tradição hebraica) e incorporaram o coelho como sendo seu animal de anúncio, numa tradição vinda do paganismo do centro europeu.

Na pandemia nada de praia!

Esta discussão é clara a partir dos diversos movimentos religiosos surgidos após a reforma protestante na Europa e, em seguida, nas colônias do Ocidente, e também no Oriente que recebeu influências cristãs. O Quartodecimanismo a torna patente.

A questão das datas veio junto e de acordo com a chegada dos brancos europeus às Américas, e também já eram díspares as considerações sobre o evento da Páscoa, dado que os ajustes feitos pelos papas em calendários jogaram dias para frente e para trás.

Mais modernamente, o que antes era regido pelo nascer e pôr do sol, acabou preso à mecânica do relógio. Os Dias da semana e as horas dos dias são convenções aleatórias, de certa forma, feitas para acomodar as necessidades e crenças humanas. Nas línguas inglesa, francesa, alemã, italiana, espanhola, por exemplo têm diferentes conotações. Quanto às horas, as tentativas de ajuste atuais, feitas por relógios atômicos, são bem mais confiáveis.

Para os países colonizados, na comemoração da Páscoa e dos eventos religiosos do calendário cristão, foram trazidos fragmentos e interpretações feitas por padres e pastores, já entendidos, doutrinados e identificados com as relações sóciopoliticas e econômicas regidas pelas metrópoles, no caso das Índias ocidentais – invasão de territórios, extermínio de populações indígenas, extração continuada de recursos para alimentar as coroas de além mar, e espada e cruz tinham funções complementares. Onde uma falhava a outra agia. O império era o romano.

Doar recursos, dinheiro e alimentos para uma pessoa que encarnasse a deidade e professasse as suas manifestações divinatórias era, portanto, uma prática comum desde a antiguidade, e pode ser vista na literatura persa, grega, judaica, da Europa central e do norte, nos cultos africanos (esta última, pelo menos, sem literatura, mas de rica tradição oral).

A Deus o que é de Deus, e a Cesar o que é de Cesar

O Dízimo é a expressão maior desta criação: sustentar a igreja, a casa do Senhor e dos representantes Dele na Terra foi o princípio da criação dos impostos. Sempre houve o líder religioso, cuidador da moral e o líder guerreiro cuidador da defesa da vida, e com eles, pelo menos um caudal de 2 grandes exércitos. Eis as duas estruturas do Ocidente.

Para entender este galimatias existem diversas referências históricas. Basta para isso estudar um pouco mais, e até de forma simplificada, o que significa a páscoa para cristãos orientais que baseiam seus cálculos no calendário juliano, cuja data de 21 de março corresponde, no século XXI, ao dia 3 de abril no calendário gregoriano utilizado no ocidente.

Em resumo: Na Páscoa comemora-se a ressureição do cristo. Mas, só temos visto na Páscoa Cristã um Negócio Ocidental!

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Redação

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