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Cyber War Online

É antiga a afirmação : “Na guerra a primeira vítima é a verdade!” Assim como é antigo, possivelmente, imaginar que quem cunhou esta frase estava a mentir. As verdades têm interesses diversos, e o mundo da informação reflete o caos e seus interesses. Nem a IA é fria e isenta!

Raphael Tedesco

São Paulo, 15 de Novembro de 2023

2 Minutos.

O grupo Anonymous Sudan (negócios das guerras) alega ter causado impactos potenciais ao sistema de alerta israelense.

Há pouco mais de um mês, teve início a guerra entre o Hamas e Israel, após a invasão ao território israelense e o lançamento de
milhares de foguetes. À medida que o conflito no mundo real aumenta, organizações hacktivistas de vários países começaram a
envolver-se numa guerra contínua nos domínios do ciberespaço de ambos os lados.

Entre as ofensivas do dia 8 de outubro, o grupo Anonymous Sudan assumiu a responsabilidade por um ataque ao Domo de Ferro, o sistema móvel de defesa aérea desenvolvido por Israel e Estados Unidos, projetado para interceptar foguetes num alcance de 5 a 70 quilômetros.

O Anonymous Sudan nasceu no Sudão e age motivado por razões religiosas e políticas. Desde janeiro deste ano, têm conduzido ataques
de negação de serviço distribuídos (DDoS) contra vários países ocidentais e passou a fazer parte de outro grupo ainda maior, o
Killnet, tornando-se uma das organizações cibercriminosas mais proeminentes de 2023.

Já o Killnet é uma organização hacker pró-Rússia conhecida por conduzir ataques DoS (negação de serviço) e DDoS contra instituições
governamentais e empresas privadas de vários países durante o conflito Rússia e Ucrânia.

Informação é negócio? Números são desvantagens?

Segundo dados coletados pelo NSFOCUS Security Labs, até 13 de outubro, um total de 55 grupos participaram dos ataques, sendo que a
maioria deles são pró-palestinos. Isto inclui 43 grupos cibercriminosos, além do Killnet, que visam infraestruturas críticas
israelenses em setores como governo, finanças e comunicações.

Entre as organizações pró-Israel, são 12 no total, lideradas principalmente por organizações como a India Cyber Force e a UCC, que
dirigem os seus ataques contra infraestruturas críticas palestinas.

Segundo Raphael Tedesco, gerente de alianças da NSFOCUS para América Latina, “embora eles geralmente operem de forma independente, os interesses comuns em tempos de guerra levam a uma aliança rápida, expandindo suas capacidades de ataque. Além disso, muitas organizações de hackers montam e participam temporariamente de ataques devido às suas demandas de interesse”.

Os ataques DDoS contra Israel exibiram uma tendência ascendente notável a partir de 26 de setembro, atingindo o seu pico no dia 28.
Posteriormente, nos dias 8 e 9 de outubro, com a invasão terrestre, grupos de hackers pró-Palestina intensificaram os ataques a
sites governamentais, judiciais, militares, de poder e outros setores críticos. Além disso, serviços de e-mail e DNS também foram
alvo.

Lá e cá – entre nós

Contra o Hamas, o mesmo tipo de ataque também sofreu um aumento significativo nos mesmos dias 8 e 9, com organizações pró-Israel,
como a India Cyber Force e a Garuna Ops assumindo a responsabilidade na condução das ofensivas à infraestrutura de rede palestina,
concentrando-se principalmente em sites governamentais e de telecomunicações.

Segundo Tedesco, “uma vez que várias organizações de hackers se alinham, além de atacarem instalações de rede dentro das fronteiras
das partes em conflito, a “guerra” online pode se espalhar tanto para os países das organizações de hackers, quanto para
outras nações, causando uma série de respostas em forma de novos contra-ataques, desencadeando inúmeras reações e ataques mais extensos”.

 NSFOCUS

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Redação

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