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Espiral do Ódio

A quem interessa o desenvolvimento, a expansão e as guerras fratricidas de ódio religioso, ideológico, comerciais?

Nilton Serson

São Paulo, 15 de Novembro de 2023

2.3 Minutos.

Brutal, terrorista, desumano, bestial, horrendo e todas as adjetivações são insuficientes para qualificar o ataque à população civil israelense.

As razões para o ataque são as mais diversas: seja pelo momento geopolítico, em que Israel vem fazendo e mesmo costurando a paz com seus vizinhos e normalizando sua presença na região, em especial com a rica e poderosa Arábia Saudita.

Ou seja pelas atrocidades que o atual primeiro-ministro de Israel (Bibi) vem atentando contra a democracia de seu país. Ao tentar limitar os poderes da suprema corte israelense, única a restringir os atos do executivo, numa situação de freios e contrapesos fragilizada, ele mostra suas intenções nefastas.

No entanto, nada justifica tais atos, notadamente, porque o Hamas nunca escondeu que quer mesmo é a destruição completa e integral de Israel, nisso incluso seus civis, sejam eles judeus, cristãos ou mesmo muçulmanos.

Também, por óbvio, os terroristas do Hamas não se fizeram de vexados e publicaram as atrocidades, para horror das vítimas e seus familiares – alguns viram os seus serem vilipendiados ao vivo – e as mostraram para o mundo para deixarem evidente que não são do tipo com quem se pode minimamente ter qualquer tipo de conversa, ou qualquer acordo de convívio. Ou seja, solaparam de morte qualquer possibilidade de paz no curto espaço de tempo.

Para o terror: o horror Sionista

Certo é que a resposta israelense tem que ser responsável, a ponto de erradicar o inimigo tão nefasto, na medida em que nenhum país toleraria esse vizinho.  Nisso Israel não pode ser diferente. O que está a impingir, e impingirá lamentavelmente, muito sofrimento na população civil de Gaza, que nada a tem a ver com o Hamas e, na realidade, é também sua vítima.

Em outras palavras, esses terroristas do Hamas odeiam israelenses, judeus e outros que não árabes. Entendem que o Grande Saladino deixou a Arábia só para eles, e que outras populações, como a judaica, não têm o direito de existir na região, bem como seu ódio aos judeus é maior que o amor que eles têm a vida e aos seus próprios cidadãos.

Prova disso é que sabem que a resposta tem que ser implacável, mas não estão nem aí com sua população. Aliás, a usam de escudo humano em creches e hospitais. Só há um nome a dar a esse ódio: fanatismo. Para aqui reforçar o argumento, basta dizer que não há outro povo de que se escute falar em homem-bomba, nem outra gente que ainda fale em jihad ou guerra santa, coisa que a civilização ocidental lembra como termo histórico.

Ponto de vista

E esse é meu ponto aqui. A religião muçulmana não passou por um iluminismo, não entendeu o valor do estado laico, não compreende as benesses e riquezas da diversidade. Ou seja, estão há séculos civilizatórios atrás dos demais ocidentais.

Podem usar a informática, celulares e tecnologia de ponta, mas suas mentes estão atrasadas. Vivem no passado e querem, pelo seu fanatismo e ódio cego, assim continuar. Só um iluminismo que dissocie por completo o direito básico dos cidadãos da religião alterará tal estado de coisas.

E, para tanto, não há qualquer interesse de mudança, uma vez que são quem mais lucra com “uma das maiores ajudas humanitárias do mundo” (feitas à faixa de Gaza). São exatamente essas pessoas que reforçam conceitos radicais religiosos nas suas madraças e mesquitas.

E as pessoas menos religiosas, por outro lado, se sentem em falta com a religião e deixam os fanáticos a tomarem como se só eles tivessem a verdade ou a resposta possível para o mundo divino muçulmano. E o ódio se (retro)autoalimenta.

Ou melhor dizendo, os terroristas atacam, são caçados e contra-atacados. Civis morrem, as igrejas pedem aos céus a vingança, e assim a roda gira. Esse ódio vem sendo perpetrado e cozido há tempos. É claro que os palestinos sabem que o Hamas baterá e que a população avessa a eles sofrerá, não há outra lógica.

O mundo civilizado deveria clamar por esse iluminismo no mundo árabe. Salvo isso, vamos ficar nas guerras intermináveis de quem pode mais, quem é o mais forte, e nisso sofrendo as populações civis que não querem nada mais, exceto viver em paz.

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Redação

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