Sustentabilidade

Educação 4.0 e Sustentabilidade

Daí que Educação 4.0 e Sustentabilidade tem a ver com superar, ir além da simples capacidade desenvolvida que se opõe à força da inércia, da gravidade, da resistência, da volatilidade e da destruição.

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Ora, mas estes são fenômenos naturais, forças físicas contra as quais não dispomos de ferramental suficiente para gerar tal oposição. Então como fazer? 

Primeiro, é bom prestar atenção à Ciência e a Física modernas. Ambas caminham de mãos dadas. Graças a elas superamos inúmeros obstáculos naturais. É como naquele ditado muçulmano; “Se Maomé não vai a montanha, a montanha vem a Maomé!” A montanha bem poderia ser uma quantidade enorme de problemas a serem superados e que demandam soluções, às vezes imediatas, às vezes mais demoradas. É um ponto de vista!

E a Educação 4.0 é a montanha a ser transposta antes da revolução tecnológica 4.0.

Tente responder a estas questões:

Como o ferro foi descoberto? O quanto isso agrediu o planeta? Como o petróleo foi descoberto? O quanto isto agrediu o planeta? Como o homem chegou à Lua e quanto sacrifício foi feito, material intelectual, físico?

Então como transporemos a montanha problemática da Educação 4.0? Penso que primeiro devemos encará-la como o uso das ferramentas tecnológicas que nos foram colocadas à disposição. De saída temos algumas: o computador, o celular, o tablet e a rede mundial de comunicações, a tal web – uma teia virtual com pontos físicos fixados em alguns locais. Aqui vamos chamar isto de estrutura básica (eb).

Aí surgem novas questões – você sabe o que é um computador? Sabe como funciona, ou reduzindo, sabe usar um? E um celular ou tablet? E se eu te disser que são as mesmas coisas, só que com tamanhos diferentes e, em por isso, tem funcionalidades definidas. Para não ter de carregar um PC (computador pessoal) na cabeça para onde for, os engenheiros diminuíram seu tamanho, e fizeram notebooks, tablets, celulares. Esta pode ser chamada de estrutura secundária (es).

Educação 4.0 – processo irreversível

Em todos eles existem processadores, memória, bateria, condutores, adaptadores – como em um corpo humano eles tem seus órgãos principais que executam, cada um, a sua função.  Esqueleto, cérebro, coração, pulmão, estômago, intestino, pele, nervos e veias, ou vasos comunicantes. Os corpos recolhem e recebem a energia (comida, ar e água) processam, armazenam e distribui-se o que é útil para o corpo pelos vasos comunicantes e o corpo funciona.

Para facilitar troque os nomes: processador por cérebro – bateria pelas células onde a energia se armazena, após processar a entrada de energia elétrica e dados para (alimentos) o processador, ela circula através de caminhos criados, trilhas de metal, muitas das vezes de ouro (como finíssimos fios de cabelo) que transporta a energia e os dados processados para todo o resto do corpo – ou a ‘bios’, ou placa mãe que estão protegidos por uma capa (a pele) e fixados em metal, parafusos, ligas etc.  Ou seja, a infraestrutura.

Isto é básico. O que é mais complicado e sutil é como estes dados se processam dentro da máquina. A palavra certa para explicar é: linguagens – ou seja, se eu quero que meu computador faça algo eu tenho de poder me comunicar com ele através de uma série de códigos para ele me entender. Da mesma forma, como humano me comunico pela língua com minha mãe, com o vizinho ou um estranho. Estes códigos da comunicação podem ser variados, como as diversas línguas humanas – a chinesa, a inglesa, a portuguesa, a espanhola, francesa, alemã, japonesa, guarani…

Grosso modo, para os computadores existem várias linguagens, das mais antigas Fortran Assembly, Cobol, Java, C, C++, Ruby, Perl, PHP etc,  usadas para a programação, ou seja, para dizer ao computador, ao processador como ele deve operar seus sistemas internos principais, e como tratar dos que lhes forem alocados para realizar tarefas secundárias, ou seja, aqueles softwares que só funcionam se as básicas estiverem presentes. Esta já é a supra estrutura.

Pois bem, este conjunto estrutural, infra e supra formam a base, são os fundamentos do ferramental da Educação 4.0. Uma vez entendido isto pode-se imaginar suas formas de uso, e consequentemente imaginar que a Educação 4.0 será totalmente atrelada à tecnologia. Isso significa que lousa, giz, cadernos, canetas, escolas, e por extensão o dia-a-dia e a vida das pessoas ligadas direta e indiretamente ao processo irá mudar. E com elas vários conceitos como a própria Educação, o trabalho, a profissão, salários, economia, administração…

As ferramentas vão transformar a vida das pessoas? Não pode ser o contrário? Mas, é exatamente isso – as pessoas transformam as ferramentas com os recursos que dispõem para mudar o que está à sua volta, e com isso ganhar mais tempo para “mudar que está à sua volta” para mais conforto, mais lazer, mais ‘felicidade’! Entretanto, como sustentar tudo isso depois de ter revirado o planeta, poluído os mares, as águas, cortado as árvores, arrancado todo o metal possível da superfície e dos buracos..?

A palavra para isso é sustentabilidade. “É crescente o interesse sobre desenvolvimento sustentável (DS) e mais recentemente, as abordagens referentes a estratégias, produção mais limpa, controle da poluição, eco-eficiência, gestão ambiental, responsabilidade social, ecologia industrial, investimentos éticos, economia verde, eco-design, reúso, consumo sustentável, resíduos zero (GLAVI; LUKMAN, 2007)”, entre inúmeros outros termos.  “As abordagens dependem do campo de aplicação (engenharia, economia, administração, ecologia, etc), no qual cada ciência tende a ver apenas um lado da equação (CHICHILNISKY, 1996), contudo são comuns, pois se voltam para a sustentabilidade (ou DS).

Não é por acaso que os conceitos de sustentabilidade e DS ainda são mal compreendidos (DOVERS; HANDMER, 1992), e em muitos casos, são tratados como sinônimos. Mas nem todos os que pesquisam esses conceitos os veem assim. Para Dovers e Handmer (1992) sustentabilidade é a capacidade de um sistema humano, natural ou misto resistir ou se adaptar à mudança endógena ou exógena por tempo indeterminado, e, além disso, o DS é uma via de mudança intencional e melhoria que mantém ou aumenta esse atributo do sistema, ao responder às necessidades da população presente. Numa primeira visão, o DS é o caminho para se alcançar a sustentabilidade, isto é, a sustentabilidade é o objetivo final, de longo prazo.”

Em: https://www.scielo.br/pdf/asoc/v17n1/v17n1a02.pdf  

E junto com ela, com a capacidade de utilizar o menor recurso possível, com as ferramentas tecnológicas processando os dados, as informações e gerando conhecimento numa velocidade espantosa, pensamos que chegaremos às soluções de muitos problemas que nos afligem em bem pouco tempo. Soluções complexas que levariam anos serão apresentadas em dias ou horas.

Mas, para que estes problemas sejam resolvidos e as soluções surtam efeitos positivos e duradouros, precisamos resgatar a humanidade presente em cada um de nós, e dedicar às ferramentas o valor que lhes cabe  – são só ferramentas, ainda que resultantes do esforço e do gênio humano, mas a estes humanos que educam, aos que estudam e aos que querem estudar, os que criam e operam tais ferramentas, devemos-lhes o devido respeito dignidade e total agradecimento.

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Redação

ÆscolaLegal é um esforço coletivo de profissionais interessados em resgatar princípios básicos da Educação e traduzir informações sobre o universo multi e transdisciplinar que a envolve, com foco crescente em Educação 4.0 e além, Tecnologia/Inovação, Sustentabilidade, Ciências e Cultura Sistêmica. Publisher: Volmer Silva do Rêgo - MTb16640-85 SP - ABI 2264/SP

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