Uncategorized

Faculdades isoladas dependem de flexibilização

Está claro que neste momento de pandemia os órgãos reguladores devem estar atentos para não tornarem inviável um ecossistema todo de instituições.

Cesar Silva

São Paulo, 21/07 de 2020
2 Minutos

Entre as mais de 2,5 mil Instituições de Ensino Superior (IES) existentes no Brasil, cerca de 80% (ou 2.060) têm como característica a presença em cidades pequenas e grandes vínculos com o entorno e suas particularidades regionais, São as chamadas “faculdades isoladas”.

Juntas possuem mais de 2 milhões de alunos, o que significa mais de 22% de todos os estudantes desse nível matriculados no País.

Ao longo do tempo, elas se desenvolveram a partir da oferta de alguns poucos cursos de graduação, sendo que a maioria não oferece mais do que duas ou três opções, todas de um mesmo eixo de conhecimento.  

Ocorre que neste momento elas precisam se reinventar para permanecerem vivas e relevantes no segmento. Isso significa ampliar seu portfólio de ofertas, abrindo outros cursos nas mesmas áreas de conhecimento e/ou em áreas correlatas.

O problema é que, para cada novo curso que a instituição pretende ofertar, ela precisa submeter um projeto ao MEC (Ministério da Educação) com prazo de tramitação assumido e publicado de 18 meses.  

Assim, se tudo correr bem, uma faculdade isolada só terá autorização para a oferta de um novo curso inserida na plataforma do MEC em um prazo próximo a dois anos. Neste caso, o vestibular seria realizado somente no longínquo janeiro de 2022.

Sem questionar os processos e suas etapas já estabelecidas, está claro que neste momento de pandemia os órgãos reguladores devem estar atentos para não tornarem inviável um ecossistema todo de instituições, que representam mais de 80% de atores de um setor produtivo.

A ação do Conselho Nacional de Educação (CNE) e do MEC flexibilizando essa etapa de autorização de cursos seria equilibrada nos processos de reconhecimento, avaliando a qualidade da oferta dos cursos que poderiam ser autorizados por portarias institucionais, baseados em demandas de mercado, a exemplo do que é feito nos centros universitários e universidades.

A redução dos prazos de tramitação também seria fundamental para que as instituições de ensino superior estejam preparadas para se reinventar e atender às novas demandas.

Afinal, nosso País se mostrará cada vez melhor quanto mais flexível for a regulação, ainda mais na educação superior.

César Silva – Diretor da FAT – Fundação de apoio à tecnologia – Docente da FATEC-SP

Compartilhar

Redação

ÆscolaLegal é um esforço coletivo de profissionais interessados em resgatar princípios básicos da Educação e traduzir informações sobre o universo multi e transdisciplinar que a envolve, com foco crescente em Educação 4.0 e além, Tecnologia/Inovação, Sustentabilidade, Ciências e Cultura Sistêmica. Publisher: Volmer Silva do Rêgo - MTb16640-85 SP - ABI 2264/SP