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Guerra Fria Tech

Guerra ‘Fria’ tecnológica entre EUA e China pode beneficiar Brasil. Setor de chips é fundamental para o avanço do 5G e IA, e podemos nos beneficiar disso, com diplomacia e resiliência.

 

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Redação

São Paulo, 21/02/2024

2.1 Minutos.

A Foxconn, montadora de iPhone e maior fabricante terceirizada de eletrônicos do mundo, anunciou que, embora suas previsões mostrem uma “ligeira melhora”. Ou seja, a escassez de chips para IA deve continuar em 2024, em relação ao ano passado, tanto para ela quanto para o mercado geral.

Os semicondutores são o coração, o cérebro e a alma de quase todos os aparelhos eletrônicos presentes em nosso cotidiano.

A demanda mundial por esses itens vem crescendo de forma robusta desde a pandemia, em 2020. Automóveis, computadores, enfim, praticamente tudo que utilizamos hoje depende de alguma forma dos chips.

Para complicar a situação, poucas nações têm o controle no fornecimento dessas peças. Na verdade, apenas Taiwan é responsável por mais de 90% da produção mundial de chips de alta qualidade.

Para Alexander Coelho, sócio do escritório Godke Advogados e especialista em Direito Digital e Proteção de Dados, essa dependência extrema pode trazer riscos significativos para a economia mundial. “A complexidade e o custo de fabricação de chips avançados tornam difícil a entrada de novos competidores, perpetuando essa concentração. A dependência de poucos fornecedores aumenta a vulnerabilidade a interrupções devido a fatores geopolíticos, desastres naturais ou crises de saúde, como observado recentemente”, explicou.

Desperdício de energia na Guerra Fria Tech 

De acordo com ele, a disputa comercial entre EUA e China também já invadiu o setor da tecnologia, numa espécie de “Guerra Fria Tecnológica” com efeitos no mundo todo. “Existem várias frentes de rivalidade, disputas por supremacia em tecnologias como o 5G a IA, em esforços para influenciar as normas e padrões globais de tecnologia.

Isso inclui financiamento governamental significativo para pesquisa em universidades e institutos, além de incentivos para inovações no setor privado. Essa rivalidade não afeta apenas os dois países envolvidos. As tensões têm implicações para a economia global, e com isso afetam cadeias de suprimentos, parcerias comerciais e a evolução da tecnologia global.

Países e empresas ao redor do mundo encontram-se frequentemente tendo que navegar nesta complexa dinâmica e tomar decisões estratégicas em resposta a ela”, diz.

[N.E.: As guerras físicas e seus motivos diversos são um enorme desperdício de energia e recursos entre os envolvidos. Entretanto, há quem defenda os investimentos neste modelo, apostando que o retorno será bem maior do que os custos envolvidos.  Isso, obviamente se limita a números. O desastre humanitário parece não comover a indústria e os envolvidos diretamente nas questões bélicas.]

Vantagens da neutralidade diplomática estratégica não significam abandono do jogo

O Brasil tem um caminho longo, mas promissor, nessa nova diplomacia da tecnologia. “Para capitalizar esse potencial, seria crucial investir em educação, pesquisa e desenvolvimento, infraestrutura tecnológica e políticas que fomentem a inovação e a colaboração internacional.

Entretanto, de acordo com Alexandre, a posição geopolítica do Brasil, alinhada a uma estratégia bem definida, poderia permitir que o país se tornasse um hub regional para tecnologia e inovação, influenciando as tendências tecnológicas globais”.

Esse cenário de fragilidade na cadeia de suprimentos ficou evidente na pandemia, o que levou países a mudarem seu modelo de parceria. “Com isso, muitos países e empresas estão reconsiderando suas parcerias e procurando diversificar suas fontes de suprimento para reduzir a dependência de um único país ou região.

No campo da tecnologia, isso pode se traduzir em uma maior regionalização e busca por parceiros mais próximos geograficamente. Desta forma, essa tendência pode continuar, especialmente à medida que as nações buscam fortalecer sua “segurança nacional” e a resiliência econômica frente a crises futuras”, opina o especialista.

Fonte:

Alexander CoelhoGodke Advogados Especialistas em Direito Digital e Proteção de Dados

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