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Ensino e Aprendizagem do Sistema Ortográfico

Só há um modo de não cometer desvios ortográficos: não escrever nada. Eliminam-se os erros e o escritor. Escrita – Ortografia – Contribuições teóricas’

Redação

São Paulo, 24/04 de 2021.

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Solução um tanto radical, não acha? Respire. Até mesmo quem publica seus textos, ainda que sinceramente empenhado em escrever corretamente, está sujeito a erros. Isso porque a ortografia não é apenas um conjunto de normas:

 Trata-se de um complexo sistema que estabelece os valores que os grafemas podem assumir em função de sua posição na palavra; inclui a uniformização gráfica de prefixos, sufixos, desinências que indicam flexões nominais ou verbais; também a uniformização gráfica de radicais, além de recursos para distinguir palavras que soam semelhantes mas são escritas com grafias diferentes, as chamadas homófonas-heterográficas.

Um sistema que traz ainda vestígios da história das palavras, já que, apenas funcionalmente, não é possível explicar a ocorrência de todos os grafemas: só a etimologia esclarece alguns usos. (NÓBREGA, 2013, p. 12)

Compreender o funcionamento desse sistema para planejar um ensino reflexivo implica operar com algumas categorias: o valor de base, as regularidades biunívocas ou diretas, as regularidades contextuais, os contextos irregulares e as regularidades morfológicas.

Valor de base

O valor de base corresponde ao fonema que o grafema representa com maior frequência. Embora as letras tenham um nome (á, bê, cê, dê etc.) orientado pelo princípio acrofônico, isto é, o nome da letra indica um dos sons que ela representa, não é em todos os casos que ele revela o valor de base.

Cê é o nome da letra C, mas o valor de base do grafema C é /k/, porque é bem maior o número de ocorrências em que o grafema ocorre representando /k/: antes das vogais A, O e U e das consoantes R e L na formação de encontros consonantais. O grafema C só representa /s/ em contextos bem mais restritos: seguido das vogais E ou I; ou /š/, seguido de H, compondo o dígrafo CH.

Regularidades biunívocas ou diretas

Denominam-se regularidades biunívocas ou diretas aquelas em que apenas um grafema representa apenas um fonema e vice-versa, isto é, os casos em que há representação a partir de uma correspondência termo a termo. Em português, isso ocorre apenas com B, D, F, P, T e V.

 ▪ Regularidades contextuais 

Quando a relação entre o grafema e o fonema não é direta, os valores que os grafemas podem assumir dependem de sua localização na palavra: em posição inicial, não ocorre Ç; RR ou SS só podem ser usados no interior das palavras; em posição final, além das vogais, há apenas um número reduzido de consoantes L, M, N, R, S, X e Z.

Além disso, a presença de um grafema em uma palavra pode ser condicionada pelos grafemas do seu entorno: antes de B ou P apenas M pode nasalizar a vogal da sílaba anterior; os dígrafos RR e SS só podem ser empregados entre vogais; usa-se Ç apenas se a vogal seguinte for A, O ou U. As regras desse tipo são de uso sistemático, pois se aplicam sempre aos contextos descritos. segue

Maria José Nóbrega

https://www.escrevendoofuturo.org.br

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