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Saúde Íntima e Estética Vaginal

Tratar dos temas ligados à sexualidade, a aparência e à predisposição da Mulher à sua sexualidade e intimidade ainda é um tabu numa sociedade machista, preconceituosa, muitas vezes misógina e religiosamente travada no ocidentalismo masculino das religiões cristãs. 

Redação

São Paulo, 26/05/2023

1,4 Minutos.

Em 1984, durante o IV Encontro Internacional Mulher e Saúde que ocorreu na Holanda, instituíram o 28 de maio como o Dia Internacional de Ação pela Saúde da Mulher. Porém, apesar da amplitude do debate e tratamento sobre vários tipos de patologias que atingem as mulheres, um tabu resiste nos dias de hoje: a saúde íntima feminina. Receio por já ter sofrido algum tipo de preconceito ou trauma, é um tipo de conversa pouco frequente, mesmo entre médicos especialistas.

Por questões culturais, familiares ou religiosas, as mulheres brasileiras ainda são impedidas em muitas situações de falar livremente sobre temas ligados à intimidade. Isso realmente prejudica seu bem-estar, sua vida emocional e sexual. Segundo levantamento do Programa de Atendimento Sexual do Hospital das Clínicas de São Paulo, divulgado em 2016, 78,8% das mulheres brasileiras relatam ter alguma insatisfação na vida sexual. Destas, 26,2% relatam não atingirem o orgasmo.

Diversos fatores podem causar a anorgasmia como problemas de saúde, estresse e até mesmo o descontentamento com o órgão genital feminino. Segundo a médica cirurgiã plástica Renata Magalhães, mesmo com todos os avanços na liberdades que as mulheres experimentam hoje, a estética da vagina ainda é um assunto do qual não se fala, mas incomoda muita gente. “As mulheres que sofrem com insatisfação em relação à estética da genitália geralmente enfrentam uma angústia solitária. Muitas vezes elas não têm coragem de conversar com amigas ou com o parceiro ou parceira. Isso gera um grande sofrimento interior”, revela.

Falar abertamente ajuda 

A médica relata que em seu consultório é grande o volume de mulheres que buscam realizar cirurgias íntimas. “São muitas pacientes com queixas bem variadas, sendo as mais comuns relacionadas a excesso de pele e flacidez no órgão genital. Nos pequenos lábios, grandes lábios e até mesmo no clitóris”. Em muitos casos o incômodo não é só estético, mas também físico, explica. “Em algumas sitituações pode ocorrer dor quando a mulher usa alguns tipos de roupas mais justas ou durante as relações sexuais”, acrescenta a médica.

Ainda de acordo com ela, seja qual for o motivo pela qual a paciente procure a cirurgia, estética ou dor física, é importante que essa mulher seja sempre acolhida e não ‘julgada’. “Elas começaram a me contar sobre seus desafios, dificuldades e frustrações, até no relacionamento conjugal, não raro correlacionados a problemas com a aparência da genitália. Para trazer alento a essas mulheres, passei a abordar mais o tema da sexualidade feminina e da cirurgia íntima na minha rede social, conclui.

 

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Redação

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