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Pesquisa revela urgência de apoio emocional para educadores e alunos, e aponta caminhos para amenizar defasagem no desenvolvimento dos estudantes. E a merenda?

 

Redação

São Paulo, 28/10 de 2021.

2  Minutos

Muitos foram os desafios impostos aos professores durante a pandemia do novo Coronavírus. E para entender suas expectativas com a retomada das aulas presenciais, o Instituto Península realizou uma pesquisa na qual ouviu mais de 2.500 docentes e gestores escolares de todas as etapas de ensino das redes municipais, estaduais e privada na primeira quinzena de setembro. O estudo “Desafios e Perspectivas da Educação: uma visão dos professores durante a pandemia” buscou detalhar e entender as angústias e as necessidades dos docentes após um ano e seis meses em meio às incertezas do ensino remoto.

Segundo o estudo, 99% dos professores já foram vacinados com ao menos uma dose, e ainda assim os docentes sinalizam que medidas precisam ser tomadas para que se sintam seguros em frequentar a sala de aula, entre elas garantir os protocolos e o distanciamento entre os estudantes. Além das providências estruturais, outra questão que sinalizada pelos professores é a aprendizagem das crianças e dos jovens. Para 57% deles o desafio está em recuperar a aprendizagem dos alunos, impactada com o fechamento das escolas e com os obstáculos do ensino a distância.

A pesquisa também lança luz sobre a principal preocupação dos educadores: a sua própria saúde mental. 57% deles responderam que gostariam de receber apoio psicológico e emocional, principalmente para lidar com as questões impostas pela pandemia. Esse apelo promove a reflexão de que para o professor desempenhar bem sua função e garantir a aprendizagem das crianças e jovens, ele precisa estar bem como um todo.

E não negligenciem uma alimentação adequada
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           Aulas de Educação Física devem ser bem planejadas (Img. Internet)

“É preciso dar atenção ao que os professores estão sinalizando, pois são eles que estão na linha de frente para que a Educação aconteça, seja nas aulas remotas ou presenciais, são eles que conhecem as dificuldades cotidianas. Daí a necessidade de apoiá-los para que o desenvolvimento e aprendizagem dos alunos sejam recuperados”, afirma Heloisa Morel, diretora executiva do Instituto Península.

Aluno volta mais feliz para a escola, mas desmotivado para os estudos

Apesar de 79% dos professores acreditarem que os estudantes estão felizes em retornar às aulas, 53% sentem que os jovens estão desmotivados para a aprendizagem.

Para mudar esse cenário, na visão dos professores, é preciso criar estratégias que motivem os estudantes. 58% deles sinalizam a importância de pensar no acolhimento dos alunos e promover maior participação da família, assim como 51% destacam as tecnologias para apoiar o uso de diferentes metodologias de ensino de modo que auxiliem no processo de recuperação da aprendizagem.

A pesquisa também destaca que 59% dos professores reconhecem os formatos híbridos de ensino como alternativa para personalizar e potencializar o desenvolvimento dos alunos e também como uma estratégia de inovação. 62% afirmam que o ensino híbrido melhora a autonomia dos estudantes e 58% entendem que é uma ferramenta que estimula a curiosidade.

“Este é um momento que traz a oportunidade do engajamento de todos os atores envolvidos no processo de aprendizagem: Estado, gestores, sociedade e famílias. Diversas Secretarias de Educação pelo Brasil se prepararam para o retorno às aulas presenciais, ofertando materiais pedagógicos e formação continuada para os professores, porém, atenção à saúde mental e mobilização das famílias seguem sendo parte fundamental deste processo”, comenta Heloisa.

Educação Física, aliada no enfrentamento à evasão escolar – deve estar aliada a oferta de refeições balanceadas

97% dos professores acreditam que esporte tem papel importante no retorno às aulas presenciais. De acordo com os 33% dos respondentes, outra solução apontada como efetiva diz respeito ao uso da criatividade para intensificar e diversificar as aulas de Educação Física.

Segundo os educadores, a prática de esporte é forte aliada para reduzir a evasão escolar, desenvolver competências socioemocionais e melhorar as condições de saúde física e, principalmente mental, o que se tornou urgente nesse cenário pandêmico, em que as crianças e os jovens se mantiveram na maior parte do tempo dentro de suas casas e não puderam praticar exercícios físicos.

“Um bom programa de Educação Física considera a utilização de espaços públicos, atividades ao ar livre e propõe jogos cooperativos. O esporte educacional pode ser um caminho importante para reconectar os alunos com a escola e reestabelecer vínculos entre os estudantes e professores”, destaca Morel.

Esta pesquisa faz parte de uma série de estudos desenvolvidos pelo Instituto Península desde o início da pandemia, com o objetivo de entender os desdobramentos deste novo cenário para os professores do Brasil. Esta e as demais pesquisas estão disponíveis para download gratuito no site do Instituto Península.

Instituto Península – Organização do terceiro setor que atua nas áreas de Educação e do Esporte.

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