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É só outra moda?

Uma das questões básicas levantadas é: de onde vem a energia para abastecer os carros elétricos? 

Redação

São Paulo, 31/01/2024

2 Minutos.

Num momento em que as vendas do carro elétrico começam a arrefecer, em detrimento dos veículos híbridos no mercado norte-americano, segundo publicação do New York Times, o consultor Paulo Herrmann, ex CEO da John Deere Brasil, avalia que a vinda do carro elétrico no Brasil trata-se de “um modismo” desnecessário.

“Esse negócio de carro elétrico é um grande modismo sobre a ótica brasileira. É um modismo que alguns fabricantes, principalmente os europeus, tentam impingir aqui, para diluir o custo de investimento e desenvolvimento deles”, afirmou Herrmann, durante participação no “Conexão Campo Cidade”.

Segundo Herrmann um país que tem a matriz energética e elétrica como a brasileira, aderir ao carro elétrico é uma aventura.

“A matriz elétrica brasileira é fortemente dependente das hidrelétricas. As hidrelétricas, como todo mundo já viu, dependem das chuvas que são irregulares e volta e meia nós estamos com bandeira vermelha por insuficiência de energia elétrica, para atender nosso consumo básico.

Agora, imagina se nós vamos crescer 5% ao ano e ainda pendurar essa bugiganga aí de carro elétrico. Todo mundo vai pra bandeira vermelha e blackout. E não há a menor possibilidade de se imaginar que nós vamos aumentar as hidroelétricas com todo esse aparato ambiental que tá armado aí. Então esse é o primeiro ponto: ela é inviável do ponto de vista de suprimento de energia”, afirma o consultor.

Se não chover já era! A saída é o bioetanol

Para Herrmann o Brasil já conta com uma alternativa sustentável, viável e com tecnologia e infraestrutura já estabelecida de longa data: o bioetanol. “Em um país como o nosso, que desde 1929 já trabalha com uso de etanol em veículos e que produz 100% dos carros no sistema de bicombustível de Flex Fuel, é absolutamente desnecessário qualquer outra iniciativa, se quisermos seriamente sermos sustentáveis”, ressaltou.

É só outra moda!
Mas, ainda há muito combustível fóssil a superar. Carros usam + de 80% de petróleo não combustível (Img. Web)

Ele também chama a atenção para a questão da real sustentabilidade das baterias que movimentam esses veículos.

“A bateria num veículo normal pesa 15 kg e já é um problema. A bateria do carro elétrico pesa entre 400 e 500 Kg num carro médio. Jamais saberemos de seu destino, após o descarte, aonde irá parar. Para piorar a lavra dos materiais, dos minérios utilizados vêm da África e de outros países, de onde os europeus não querem da pegada de carbono, mas ela existe. Então não faz sentido nenhum brasileiro olhar para isso aí”, avalia o especialista.

Cavalo sem dentes

Segundo a Gavekal, respeitada firma de análise independente sediada em Hong Kong, a demanda por veículos elétricos está começando a estagnar, tanto na China quanto no resto do mundo. As famílias chinesas, por exemplo, estão mais propensas a comprar carros híbridos. Primeiro porque não encontram muitos estacionamentos onde podem carregar os veículos, mas também porque começaram a perceber que “o mercado de veículos usados elétricos é ainda pior que o dos carros a combustão“.

“As pessoas se preocupam com a vida útil das baterias – substituir uma bateria é quase tão caro quanto comprar um carro novo. As melhorias contínuas na tecnologia das baterias significam que os carros com apenas alguns anos já estarão obsoletos. Este obstáculo será, talvez,  eliminado quando a substituição das baterias se tornar mais barata e mais eficiente. Porém, esse momento ainda não chegou, avalia a consultoria.

 

Para ampliar o debate – a visão da direita liberal aqui.
[N.E: Entretanto, jogar a questão para o colo da esquerda é um exagero do articulista e reflete o viés ideológico que opera em sua visão.]

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Redação

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