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As Dores do Professor Público

Os desafios que se apresentam na ação cotidiana do docente atualmente ultrapassam o ensino do conhecimento escolarizado, envolvendo expectativas, crenças e concepções que, por vezes, resultam em relações conflituosas geradoras de sofrimento aos alunos e professores.

Vania Rodrigues Lima Ramos

São Paulo, 17/04 de 2021.

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Desta perspectiva, a tese “Docência, sofrimento e potência de ação: o drama de ensinar no ensino médio público pelo olhar da psicologia, teve por objetivo investigar a potência da arte na promoção da reflexão sobre as condições do trabalho docente e sua ressignificação.

Partindo dos princípios teóricos da Psicologia Histórico-Cultural, especificamente os pressupostos de Vigotski, compreendemos que, por meio da arte, é possível pôr em movimento as contradições presentes no modo de ser e pensar dos docentes e promover reflexões que humanizem os sujeitos, viabilizando a configuração de novos significados e sentidos sobre suas ações.

Esta investigação se caracteriza como pesquisa-intervenção realizada, ao longo de dois anos, com um grupo de professores da rede pública estadual de ensino de uma escola localizada na periferia de uma cidade do interior do estado de São Paulo. As intervenções foram quinzenais nos horários de Aula de Trabalho Pedagógico Coletivo (ATPC), tendo como materialidades mediadora de reflexões sobre a condição de trabalho expressões artísticas.

Para análise foram utilizados os registro de diário de campo (total de 60), sete entrevistas feitas por uma mestranda com professores que participaram dos encontros e 18 questionários de caracterização dos docentes. A partir desses banco de dados, buscamos expressões com significação que nos favoreceram identificar e analisar como os professores significam a docência. Assim, chegamos a três grandes categorias:

  • categoria I – “Situações que dificultam e/ou facilitam o exercício da profissão”;
  • categoria II – “Afetos e sentimentos vividos no trabalho docente”;
  • categoria III – “Padecimento vs Poder de Agir”

Os dados nos evidenciou que a ação cotidiana do professor se constitui dialeticamente, contendo em si uma dimensão negativa que pode favorecer a cristalização e o enrijecimento das posturas e práticas dos educadores, e uma dimensão positiva, que pode promover potência de agir e favorecer o desenvolvimento de ações educativas centradas na efetiva aprendizagem dos alunos, no entanto, as condições atuais de trabalho tem favorecido muito mais o sofrimento e o padecimento.

O texto completo da Dra. Vera Rodrigues pode ser encontrado aqui.

[N.E. – há de se constatar, por pesquisas, que professores do interior padecem e sofrem injunções e dificuldades bem diferentes daqueles que atuam na capital do estado de São Paulo.]

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Redação

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