Educação Ambiental – Ecoferramentas Agrossustentáveis

O conceito de Educação Ambiental consta no artigo 1° da lei 9.795, de 1999, que define a Política Nacional de Educação Ambiental.

Ms. Gleycon Silva
Drª. Tatiana de Oliveira Ramos

Belo Horizonte, MG – 28/10 de 2021.

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O contexto da Gestão Ambiental Pública, caracteriza-se por processos educacionais, pelos quais o indivíduo e a sociedade constroem valores sociais, conhecimentos, atitudes e aptidões direcionadas à conservação do Meio Ambiente e à sustentabilidade, considerando a temática de forma holística, e portanto, considerando não apenas os aspectos ecológicos, mas também aspectos econômicos, sociais, políticos e éticos.

A Educação Ambiental é para todos, a inclusão é um dos principais princípios da Educação Ambiental. Não podemos discutir transformação de uma sociedade selecionando quais grupos sociais, faixas etárias ou classes econômicas devem ou não serem incluídos. Além disso, é melhor desenvolver ações que promovam a cooperação em níveis micro e macrorregionais, e entre os diversos atores e setores da sociedade.

A participação de todos é importante para a transformação, não existe Educação Ambiental sem que cada um tome a devida responsabilidade e se envolva em ações em prol do Meio Ambiente. Todos na sociedade temos o dever como cidadãos de zelar pela Natureza e somos responsáveis pelas escolhas e consequências presentes e futuras.

É de suma importância que haja sempre uma transparência e garantia de acesso às informações socioambientais para fortalecer e incentivar a participação da sociedade na discussão e solução das questões socioambientais, e desenvolver métodos sustentáveis em todos os processos de produção.

Para falarmos e pensarmos em Educação Ambiental, não podemos deixar de mencionar o Desenvolvimento Sustentável, o qual nos traz uma reflexão sobre quais recursos naturais e qual a disponibilidade destes recursos que temos e podemos usufruir, de forma a satisfazer nossas necessidades no presente e garantir que não falte para as futuras gerações. As escolhas de consumo está em nossas mãos, e a atitude que cada um toma tem sua significância. Devido isso, juntos temos a oportunidade de causar um efeito positivo em uma cadeia global em prol da sustentabilidade.

Um futuro promissor

Para conquistarmos as transformações necessárias para um futuro sustentável, é importante ter claro que as mudanças, assim como todo processo educativo são graduais e devem ser contínuas, por tanto, o processo é tão importante quanto o resultado. A Educação Ambiental é um processo contínuo e cíclico, conforme nota-se na figura abaixo:

• Sensibilização: processo de alerta, é o primeiro passo para alcançar o pensamento sistêmico;

• Compreensão: conhecimento dos componentes e dos mecanismos que regem os sistemas naturais;

• Responsabilidade: reconhecimento do ser humano como principal protagonista;

• Competência: capacidade de avaliar e agir efetivamente no sistema;

• Cidadania: participar ativamente e resgatar direitos e promover uma nova ética capaz de conciliar o ambiente e a sociedade.

Alinhado a esses conceitos da Educação Ambiental e Desenvolvimento Sustentável, conectamos à importância da sustentabilidade no campo, a qual se utiliza boas práticas de manejo na produção de alimento e contribui para que o Meio Ambiente seja respeitado, simultaneamente, contribui para o desenvolvimento socioeconômico das atividades agrícolas de forma viável e promissora. A agricultura sustentável busca o equilíbrio entre a Natureza e a produção de alimentos, utilizando soluções inteligentes para isso. Educação Ambiental Ecoferramentas Agrossustentáveis.

Das práticas adotadas para alcançar esse objetivo, podemos destacar:

• Redução e/ou erradicação do uso de pesticidas, fertilizantes e adubos químicos;

• Usar a água de forma consciente e evitar o desperdício;

• Adotar fontes limpas de energia;

• Adubação verde;

• Cuidar das nascentes e das áreas de preservação (APP e Reserva Legal).

Os benefícios vão desde a proteção ao Meio Ambiente e, até mesmo, à sua cadeia de produção, na economia e no aumento do valor do produto. Além disso, é possível melhorar a qualidade do solo, diversificar a lavoura e a biodiversidade da propriedade.

Um exemplo sobre o quanto a sustentabilidade no campo beneficia o cultivo agrícola, é o café. O café é a bebida mais consumida no mundo e poucos sabem que o café foi um dos principais responsáveis por perda de habitat e redução da diversidade da fauna e flora nos países onde é cultivado em larga escala. Mas algumas pesquisas apontam que em locais onde a produção de café é realizada de forma orgânica e em Sistema Agroflorestal, além de conservar o Meio Ambiente, a qualidade do café é melhorada!

Alinhada com princípios paralelos ao da Educação Ambiental, a Agricultura Digital apresenta um conceito que busca aproximar as interações entre as cadeias produtivas agrícolas (produtor, fornecedor e consumidor) e produzir alimentos de forma sustentável atendendo as ODS da ONU. O objetivo deste modelo de produção busca aplicar diferentes tecnologias da informação e da comunicação para aumentar a produção de alimentos com o uso de menos insumos e água, além de favorecer a produção em menor escala.

A Agricultura Digital tem a proposta de ser interdisciplinar e transversal, não se limita a regiões, cultivos ou classe social. Com a união de diferentes áreas, técnicas e profissionais, além de aumentar a produtividade agrícola e conservar os recursos naturais, e agregar mais valor ao produto. Até mesmo no final da cadeia produtiva, há benefícios, levando mais qualidade e transparência quanto a origem e produção do alimento para o consumidor.

Fig. 2:
Benefícios da agricultura digital alinhados aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU).  Fonte: Embrapa (Img. cedida)

Assim sendo, a sustentabilidade no campo representa aumento na produção de alimentos além de melhorar a segurança alimentar. Isso garante alimento necessário para nossa geração e não compromete a produção alimentícia para as gerações futuras. Afinal, a adoção de práticas responsáveis e sustentáveis que respeitam o Meio Ambiente, proporcionam segurança na produção agrícola para nós e para as próximas gerações.

Gleycon Silva – Gestor Ambiental – Doutorando em Ecologia – INPA

Tatiana de Oliveira Ramos – Bióloga Drª. em Entomologia Agrícola pela UNESP