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Uma “Nova Economia”?

Não. Segundo a advogada Patrícia Punder é só uma evolução.

Patrícia Punder

São Paulo, 18/01/2024

2,8 Minutos.

ESG (Environmental, Social and Governance) faz parte das notícias diariamente. Empresas, mesmo sem saber a profundidade e o nível de responsabilidade que a implementação de um Programa de ESG requer, resolveram que agora o possui. Alguns economistas dizem que ESG é essencial para as empresas e que não irão sobreviver sem a sua implementação.

Muitos dos argumentos acima são pertinentes, mas outros demonstram a falta de conhecimento sobre o tema. Principalmente, por ser transversal em relação a matérias importantes como economia, política, história, sociologia. Não estamos diante da “nova economia”, mas sim da evolução da economia.

É importante notar que a evolução da economia não é linear e que diferentes partes do mundo experimentam suas diversas fases de maneira diferente e em momentos distintos. Ela está sendo moldada por diversos fatores, tais como, avanços tecnológicos, mudanças demográficas, políticas governamentais e questões globais emergentes.

Além disso, desafios econômicos, como guerras, recessões, crises financeiras e pandemias podem ter um impacto significativo na trajetória econômica global. Portanto, desempenhando um papel crítico na capacidade das empresas e investidores de adotar e promover Programas de ESG.

Economia limpa, não poluente e empregos

Uma economia forte e saudável pode criar um ambiente propício para o investimento em iniciativas sustentáveis e responsáveis, enquanto uma em crise pode apresentar desafios adicionais. No entanto, é essencial a consciência de que o mundo necessita evoluir e muito em seu processo produtivo. A criação de alterativas na geração de empregos por meio de uso de energia limpas são essenciais para todos.

Realmente, não é possível apertar um botão e literalmente desligar todas as nossas atuais matrizes energéticas, infelizmente, poluentes. Mas, temos que ser ágeis e agressivos nos investimentos de novas matrizes de energia e processos produtivos mais limpos. Ademais, os trabalhadores também terão que aprender a lidar com as novas tecnologias e processos de produção.

Desta forma, não podemos continuar com a mentalidade da economia industrial, que provocou desastres ecológicos, deixou rios e cidades totalmente poluídos, prejudicando significativamente a qualidade de vida de seus habitantes.

Uma administração sustentável refere-se a um modelo econômico que busca atender as necessidades atuais das sociedades, das empresas, das comunidades e pessoas, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de atenderem às suas próprias necessidades.

Quando crescer meu filho vai ser…

Temos que nos perguntar qual o legado que estamos deixando para as próximas gerações? É importante ressaltar de que o ecossistema do planeta está em constante mudança. Seja por fatores externos causados a eles, as ações humanas geram mudanças, muitas vezes, irreparáveis ao meio ambiente, ou causas naturais.

Portanto, é imprescindível compreender que esse modelo governamental foi projetado para minimizar os impactos negativos no meio ambiente. O foco é promover justiça social e garantir estabilidade econômica a longo prazo.

Contudo, a transição para uma economia sustentável é um desafio global que requer a cooperação de governos, empresas e indivíduos. Porém, cabe lembrar, não faz muito tempo, o mundo saiu de uma pandemia, foram milhões de mortes e sequelas. Ainda em 2023, o mundo enfrentou 2 grandes guerras que afetam diretamente essa transição, uma vez que o custo financeiro e humano dos conflitos armados é incomensurável.

Uma "Nova Economia"?
       Mundo sustentável: possível e desejável (Img. Web)

Existe uma urgência para que ocorra a transição a uma administração sustentável no mundo.

Já estamos sentindo as consequências devidas ao aquecimento global.

Enchentes, secas, terremotos e incêndios têm ocorrido em diversos lugares do mundo onde não aconteciam no passado.

Marcar passo é perigoso

Ainda que a transição apresenta desafios significativos, principalmente a boa vontade de muitos governantes de países mais poluidores, também há oportunidades para o desenvolvimento econômico mais equitativo e duradouro. É imprescindível uma maior conscientização sobre os impactos das mudanças climáticas, da importância da sustentabilidade para impulsionar ações na direção desses objetivos, compartilhados em todo o mundo.

Uma “Nova Economia”? Não existe outro caminho, a economia deve evoluir. Segmentos econômicos reativos, pois ainda vivem a ilusória gestão do lucro a curto prazo, serão inaceitáveis. Governos que desejam permanecer como estão, crendo em investimentos elevados na infraestrutura e na tecnologia, locupletando-se com corrupção, estão fora da realidade.

Estamos em um momento de inflexão e único na história. Sem uma transição drástica dos governos atuais, há uma enorme probabilidade de, nos próximos séculos, extinguirmos os recursos naturais e prejudicarmos o ecossistema a um nível irreparável para habitação dos seres humanos.

Patricia Punder – Advogada e compliance officer.
Professora de Compliance no pós-MBA da USFSCAR
LEC – Legal Ethics and Compliance (SP)

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Redação

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